Capitulo 2 | Jantar

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Fui para o meu quarto tomei um banho rápido coloquei uma roupa e fui, sai do meu quarto me dirigi direto para secretária, por onde nós sempre saímos, como todos os dias ele estava lá esperando por mim, não falava nada, evitava contato visual, às vezes me olhava, mas nunca interagia ou ousava se aproximar. Eu não posso negar que, às vezes tenho medo do que ele possa estar pensando, porém todavia, desde criança ele sempre me protegeu, mesmo ele tentando evitar, algumas coisas eu sempre descobria, eu me sentia um tanto reconfortada e por vezes protegida ao seu lado. Brian já foi meu melhor amigo, mesmo ele se distanciando eu sabia que ele era a única pessoa que poderia me entender. Pra mim Ele era um mistério, me causava dor uma pessoa que já teve tanta importância, que eu daria a minha vida para o proteger e ele faria o mesmo, mas que hoje nem mesmo me fala Oi, além disso ele me faz sentir impotente, ele me protegia escondido, mas eu nem mesmo isso conseguia, não dessa manira.

   Atravessamos a rua e chegamos, Brian estava com a chave e abriu pra nós já que chamamos e ninguém veio nos atender e abriu a porta, isso era estranho, difícilmente isso acontecia sem eles avisarem. Os meus pais trabalham com eles, para uma organização que protegia crianças especiais, geniais, fortes, fisicamente diferentes, até crianças modificadas e claro adultos nesses casos também. Meus pais morreram em missão a 8 anos, eu tinha 7 anos de idade, os 4 foram em uma missão e meus pais se sacrificaram para que eles vivessem, eles eram melhores amigos viviam juntos e eu e Brian também, porém depois disso, tudo mudou. Eu fiquei desamparada na época e até os meus estudos se atrapalharam, mas depois eu me recuperei e aprendi como viver sem eles, entendi o mundo e me virei sozinha para muitas coisas.

   Entramos em casa finalmente e como eu suspeitava não havia ninguém. Nesse momento eu recebi uma mensagem da minha madrinha:

-Gostaria de pedir desculpas a vocês, ficamos presos, quando estávamos saindo recebemos uma missão urgente. Conversei com a diretora e vocês podem comer e dormir aí hoje e amanhã, mas por favor tomem cuidado, existem muitas pessoas querendo o mal de vocês, já tem comida pronta comam, foi feita para 4 mas comam o que conseguirem e deixe a sobremesa para o final. Eu amo vocês! Você pode não ser minha filha, porém é muito importante para mim-

Eu sorri ao ler a mensagem. Olhei para Brian que estava começando a ficar preocupado.

-sua mãe mandou mensagem- mostrei a tela do meu speel, sendo assim deixando ele ler a mensagem. Speel são os celulares que só nós usamos, mas diferente dos celulares eles viram um retângulo e são finos e leves, funcionam com realidade 3D e por meio de hologramas, são tecnologias feitas somente para os alunos da Aster. 

-huun- ele imediatamente se virou pegou seu speel e então não fez mais contatos comigo.

Eu fui esquentar a comida que estava no balcão da cozinha, ainda um pouco quente. Até agora ainda acho aquela cozinha e todos os outros cômodos da casa muitos chiques, eu sentia que era Até de mais. eu nunca gostei muito da casa, pra mim ela era grande demais, me fazia sentir um vazio, uma falta de calor humano. Eu preferia ficar no quarto da escola que era um terço do meu ali, era mais aconchegante, era mais a minha cara. Eu durmo na escola a uns 4 anos, lá já estavam os meus cartazes de tarefas, textos, mensagens motivacionais… todos nas minhas paredes, mas lá tudo era branco e cinza, não usávamos metades dos cômodos e eu não entendia para que tantos banheiros, me perguntava se era um pra cada vez que íamos no banheiro, a casa era tão grande que eu nunca a vi inteira, nunca fiz questão.

Esquentei a comida e coloquei na mesa de jantar, por algum motivo todo o pessoal da cozinha não estava. Eu servi os pratos colheres e coloquei o suco nas taças, nós nos sentamos um de frente para o outro, perto da ponta daquela mesa enorme que eu achava um exagero de tão grande, assim como todo resto. Estava tudo muito quieto, eu já não sabia sobre o que falar, então eu lembrei 

-Você é o segundo, mas nunca vai nas reuniões dos 10, a próxima é segunda às 7h, se você não aparecer eu mesma te busco- dei um olhar mortal pra ele.

-Se eu lembrar eu vou- ele falou enrolando o macarrão chique no garfo, sem fazer contato visual e sem demonstrar qualquer interesse.  

   O resto do jantar ficamos em silêncio, eu fiquei tensa, talvez um pouco arrependida pelo jeito que eu falei, senti que fiquei um pouco vermelha. Quando Acabamos de comer, peguei os pratos e ele ficou lá esperando eu pegar a sobremesa, os Pires e as colheres. Abri a geladeira e peguei o pudim e depois todo resto dos talhetes e pires. Quando eu estava pronta pra levar, Brian passou correndo agarrou na minha mão e me puxou pra correr com ele, deixando os Pires de cristal caírem e quebrarem no chão, mas não pensei nisso, não deu tempo. Enquanto corríamos perguntei preocupada

-O que aconteceu? Me diga ao menos uma vez- falei quase gritando e lágrimas ameaçando escorrer pelo meu rosto, mas ele só continuou correndo.

Eu senti uma lágrima descendo e de repente paramos. Paramos em frente a uma parede, ele colocou a mão bem no centro da parede sem soltar a minha. nunca me senti tão feliz um algo tão simples, ele segurava a minha mão como se nunca fosse soltar. De repente a parede abriu e nós entramos e ela fechou rapidamente. Era uma sala, algo parecido com um bunker, porém bem mais protegido, ali dentro tínhamos roupas comida,  remédios

E até uma pia com alguns alguns pratos, garfos e talvez copos. Esse era um dos lugares que eu nunca tinha vindo.

A realeza da inteligênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora