Existem situações que nós humanos, se tomassemos conhecimento, cairiamos em desgraça e sucumbiriamos a insanidade.
Nem para tudo existe uma razão, mas para tudo existe uma consequência.
A lua não é apenas um coadjuvante nessa história macabra, ela é como você ou como eu, uma mera observadora ou talvez à causa.
De baixo da Lua cheia, que nos observava com seu olhar sublime e reluzente, já se faziam três dias seguidos que estava daquele jeito.
As pessoas sequer notaram esse fato extraordinariamente raro, estavam ocupadas com suas vidas monótonas e medíocres.
Na época de carnaval, onde se comemora os pecados da carne, talvez essa seja a brecha que ele precisava para adentrar a nossa camada da realidade.
Debaixo daqueles olhos, do sangue aglomerado das lâminas e canivetes dos mortais, dos excrementos e urina dos esgotos da cidade.
Nasceu a personificação do pecado da carne, uma criatura bela, feita da carne e do sangue que se alimentara, e a partir do sangue do pecado, ele surge como um anjo na terra.
Destinado a reinar aquele mundo, vagando como um andarilho, se construindo cada vez mais até chegar em sua forma divina.
Constituindo se de carne e sangue, se alimentará do mesmo para que cresça. Pelas ruas e vielas, devorando todos àqueles que cruzam seu caminho.
