Escola Ruiz Fuerte.
Outro dia.Mas em mais um dia nesse inferno, ainda não tive o desprazer de cruzar o olhar com Mia. Na verdade, prefiro evitar esse encontro, mesmo sabendo que compartilhamos a mesma sala e o mesmo turno.
Hoje é dia de aula de dança e do treinamento para líderes de torcida; os jogos escolares se aproximam, e com eles, as aulas para os líderes da escola Ruiz Fuerte começam a ganhar vida.
Ao entrar na sala de aula, meu coração despenca ao encontrar quem eu menos queria ver: Ayron Clyer, com sua marmita em colo, como se fosse um troféu da mediocridade.
── Olha só, meninas! Aqui está a putinha que me bateu! ─ Mia proclama, sua voz cortante como uma lâmina.
Meus olhos se fixam nos dela — um azul profundo que parece esconder segredos obscuros. Cada centelha de raiva que brilha ali me atrai e repulsa ao mesmo tempo.
Confesso que a vontade de revidar é intensa, mas uma nova reclamação de briga pode me custar a expulsão da escola.
── Está com medo? ─ ela provoca, levantando-se do colo de Ayron como uma serpente pronta para atacar.
Queria poder me tornar surda nesse instante; sua voz é como uma pedra afiada dentro dos meus sapatos caros — desconfortável e insuportável.
── Não vou me rebaixar novamente ao seu nível. ─ empurro-a para sair do meu caminho.
Vejo Ayron se levantar e logo depois Rick Salvatore, o irmão dela, entra na sala.
── Fiquem calmas, hoje não vou espancar a princesinha de vocês. ─ digo, enquanto me retiro da sala.
A provocação de Mia ecoa atrás de mim:
── Sua puta maldita! Acha que é divertido fugir com o meu homem para outra casa?
Viro-me novamente; seu olhar é uma tempestade cheia de ódio. Respondo:
── Se ele fosse realmente seu homem, não teria me sequestrado daquela festa, certo? ─ fico frente a frente com ela.
── Então você realmente fudeu com ele, sua nojenta! ─ uma das mãos dela agarra meus cabelos em um puxão fraco.
A visão das bochechas dela coradas como sangue e dos olhos cheios de lágrimas é uma obra-prima do desespero — um prazer sombrio que não posso ignorar.
Desestabilizá-la é quase viciante.
Rick se interpõe entre nós, afastando as mãos dela dos meus cabelos sedosos enquanto Ayron continua me observando com uma intensidade perturbadora.
Sinto que ele está preparado para intervir caso eu decida eliminar essa rival insignificante; seria uma buceta a menos na vida dele.
Viro-me novamente em direção à porta, decidida a sair...
── Isso vai mesmo acontecer, bonequinha? Sai mesmo... Lembre-se de que minha família pode simplesmente te expulsar dessa escola. ─ A provocação dela ressoa em meu ouvido como um eco cruel.
Os gritos dela ecoam pelo corredor, enquanto apenas os passos calmos de Leya, em seus saltos plataforma, a seguem de perto.
── Por que você não arrebentou a plástica dela? Aquele nariz falsificado. ─ pergunta Leya, desafiadora.
── Ela não precisa de lição; a verdadeira lição é saber que o seu "homem" prefere a mim. ─ respondo, segura.
── Então é verdade tudo o que ela disse? ─ indaga Leya.
── Talvez. ─ digo, enquanto entro no banheiro feminino.
Ao me olhar no espelho, vejo Sopy abrindo a porta e Ayron entrando logo atrás.
── Cara, pedi para você ficar lá fora. ─ diz Sopy, irritada.
── Esqueceu que você não manda em mim, Cadelinha? ─ ele responde, fixando os olhos em Sopy e provocando-a.
Leya me observa pelo reflexo do espelho, como se se perguntasse se vou ficar parada.
── Preciso falar com você. ─ diz o garoto de olhos escuros.
── Não tenho nada a dizer a você. ─ finalizo, secando as mãos.
Enquanto termino de secar, ele pega uma cartela estranha e coloca em minhas mãos.
── Não quero um mini demônio com a minha cara correndo por esse mundo. Toma isso agora...
Uma cartela de pílulas do dia seguinte? Sério? Pensei que os homens fossem melhores em relação a isso.
A partir de agora, não espero mais nada vindo de um homem, especialmente se esse homem for o famoso rei dos demônios, Ayron Clyer.
── Não preciso da sua esmola. ─ digo, jogando a oferta no lixo e cuspindo o chiclete que estava mastigando.
Abrindo a porta e fechando-a com força, sinto a raiva que deixei em Ayron Clyer. Às vezes, me sinto perigosamente confiante por enfrentar ele desde a quinta série. Não que seja fácil, mas também não é impossível.
A adrenalina corre nas minhas veias enquanto imagino o olhar dele, uma mistura de surpresa e desprezo. Sinto que cada confronto nos deixou mais fortes, tanto eu quanto ele.
── Arrasou! ─ Leya e Sopy dão pequenos pulinhos, abraçadas, como se minha ousadia fosse uma vitória delas também.
Elas sempre foram meu suporte e parecem vibrar com cada pequena revolta que provoquei. A amizade delas me dá coragem para continuar desafiando quem quer que seja, mesmo que isso signifique encarar o próprio demônio.
Eu acho que ainda vai ter briga em..
Tem episódios craques no jogo vindo por aí
Mia tá pedindo pra cacete 😤.
Se vocês fossem a Jully o que vocês fariam com as provocações da Mia?
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DEVIL BOY¹⁸
FanfictionUma Ficção de Amor Proibido Jully Everd pode parecer apenas mais uma garotinha tímida do colégio, lutando para sobreviver às provocações e ao bullying que Ayron Clyer e seu grupinho maldito impõem sobre ela. Contudo, por trás de sua fachada frágil...