𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝗜𝗜𝗜- 𝖣𝖾𝗏𝗈𝗅𝗎𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖺𝗈 𝖬𝗈𝗇𝗍𝖾 𝖮𝗅𝗂𝗆𝗉𝗈

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𝗘𝗨 𝗔𝗖𝗢𝗥𝗗𝗘𝗜 pela manhã. Não havia conseguido dormir direito. Eu estava nervosa, confesso. Talvez seja por isso que eu não deva ter dormido muito bem.

Depois de me levantar, e deixar tudo arrumado, fui para fora do chalé. Ainda estava amanhecendo. O sol se erguia no horizonte da floresta.

Fui em direção a praia. O clima estava meio frio, por isso optei de colocar um short jeans, um tênis, com as meias um pouco acima do calcanhar. Eu havia vestido uma blusa simples branca, e o casaco que eu havia ganhado de Clarisse por cima.

Eu estava no meio da floresta, já dava pra ver a praia, e sentir a maresia junto do vento gelado que batia. Fechei os olhos e respirei fundo, com medo do que aconteceria a partir da saída do acampamento. Eu sabia que minha vida havia virado de cabeça para baixo desde que a gente chegou ao acampamento meio sangue. Me sentia mal por Percy, ele era apenas uma criança de doze anos, com a responsabilidade de salvar o mundo e a pessoa que mais importava para ele.

Continuei andando, e logo avistei alguém sentado na areia, agarrado em suas pernas, e sem blusa de frio. Não enxerguei muita coisa, já que eu estava meio afastada, mas dava para ver que tinha cabelos loiros e cacheados. Percebi que era Percy.

Me aproximei devagar, para não assustar o mais novo. Sem querer pisei em um galho, que no mesmo momento se quebrou, fazendo barulho no meio de todo aquele silêncio da manhã. Percy olhou assustado para trás no mesmo momento, e quando me viu ele suspirou e se acalmou. Então eu me aproximei, chegando ao lado do mesmo, e sentando ao na areia junto dele, de pernas cruzadas.

─ Está nervoso? ─ Desviei meu olhar do oceano para ele.

─ Tipo isso. ─ deu de ombros, e entrelaçou seus braços em suas pernas novamente.─ Achei que era Clarisse vindo me importunar logo cedo.

─ Você deveria colocar um casaco. ─ Apoiei minhas mãos atrás do meu corpo. Ele se virou para mim ─ Irá pegar um resfriado.

─ Não estou com frio. ─ Disse, desviando o olhar do meu, e virou a cabeça para o lado oposto do meu.

─ Mm. Certo então. ─ dei de ombros e subi minhas pernas, apoiando minha cabeça em uma delas.

─ e de quem é esse moletom? ─ suas sombrancelhas se ergueram em dúvida.

─ Eu ganhei. ─ falei, dando de ombros, não querendo mais continuar aquela conversa.

Ficamos em silêncio por alguns minutos até que Percy começou a falar.

─ Eu tô com medo. ─ confessou. me virei para ele. ─ A profecia disse "𝘌 𝘯𝘰 𝘧𝘪𝘮 𝘪𝘳𝘢 𝘧𝘳𝘢𝘤𝘢𝘴𝘴𝘢𝘳 𝘦𝘮 𝘴𝘢𝘭𝘷𝘢𝘳 𝘢𝘲𝘶𝘪𝘭𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘪𝘮𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢." Estou com medo de eu não conseguir salvar minha mãe, não conseguir salvar sua mãe.

─ Você está muito nervoso. As coisas nem são tão literais assim, Perseu. ─ Falei. Eu estava nervosa, com medo, e insegura, mas eu tinha que passar confiança para o mais novo. ─ Vai dar tudo certo.

Eu nunca consegui demonstrar muito. Eu não gosto de contar com ninguém, nem contar nada para ninguém. Era acostumada a viver sozinha. Mamãe trabalhava o dia todo, eu ainda estudava apenas na parte da manhã, e voltava a tarde para a casa. Basicamente eu vivia muito sozinha. As vezes eu estava trancada no meu quarto, escutando qualquer banda que passava no rádio.

Eu tinha um padrasto, seu nome era Oliver. Seu cabelo tinha um tom de cinza com alguns fios brancos, ele tinha uma barba grisalha perfeitamente cortada. De vez em quando ele me levava no parque para tomar um sorvete depois da aula, eu gostava dele. Ele era um cara legal, mas ele e a mamãe brigavam muito. Viviam discutindo. Oliver era como um pai para mim, mas ele foi embora. Disse que não aguentava mais viver brigando com a mamãe, e achou melhor ir. Ele voltou para a frança, já que era sua cidade natal. Perdemos contato desde então.

FIRSTBORN OF HADES ─ 𝐂𝐥𝐚𝐫𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐋𝐚 𝐑𝐮𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora