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   O caminho para casa de Noah era um beco e logo haviam várias casas ao redor, eram casas bem simples e sem acabamento, andando mais um pouco subimos uma longa escada e ali era a bendita casa. Entramos e aquilo era uma bagunça! Havia latas de bebidas como cerveja e  até mesmo refrigerante espalhadas pelo chão, embalagens de salgadinhos e doces e nos quartos haviam várias camas que não estavam arrumadas, mal tinham um lençol.

-Você mora sozinho aqui?-perguntei

-Não, quer dizer, a casa é minha. Minha mãe se mandou e meu pai está preso, então vivo aqui sem problemas mas deixo os meninos aqui da vila dormirem aqui...sabe, a maioria são só crianças negligenciadas pelos pais drogados ou então os pais não tem condição nem mesmo para comprar um leite para o café da manhã!-Noah responde 

-Isso é triste...nunca imaginei que essa realidade seria tão próxima assim de mim...A minha casa é a três esquinas daqui.

-Espera...então você é um playboyzinho e mora naquele bairro de gente chique?-ele ri-O que a de errado com você? Papai não pagou a pensão desse mês, por isso toda essa raiva?

-Muito engraçado! Gente como eu também tem problemas...-Falo e Noah cai na gargalhada

-Certo, certo...-Ele se recompõe- Bom...já que tem tantos problemas assim que tão a gente esquecer deles com essas paradinhas?- Ele fala mostrando pacotes com um pó branco dentro

-Essa merda não vai me deixar viciado vai? Não quero ter que te dá toda a minha casa em troca de mais no futuro-falo rindo e Noah ri também

-Bom se você usar só hoje...está fora de perigo!-ele fala cheirando aquilo e me da um pouco tbm

   Olho para  a droga por um tempo, nunca havia me drogado antes. Qual será a sensação? Eu posso me esquecer de todas essas merdas com apenas um pouco disso...Ah qual é? Vai se só hoje não é mesmo? Não é como se eu fosse virar um viciado de merda.

   Peguei a droga e a levei ao nariz, passou alguns minutos e logo sinto algo diferente, é uma alegria que eu não sentia a muito tempo...é como quando eu tinha 2 ou 3 anos e papai e mamãe estavam brincando comigo de pique pega no parque, nunca vou esquecer desse dia foi o último dia que eles brincaram comigo e todos estávamos felizes. Olho para Noah e ele estava sorrindo eu não entendi o porque até perceber que eu estava com o mesmo sorriso no rosto, eu estava genuinamente feliz, Noah e eu gargalhávamos atoa, eu não queria que esse sentimento acabasse. Olhei em volta e o mundo parecia está mais colorido, mais leve, nada mais importava tudo parecia esta bem e em seu devido lugar.

   Comecei a sentir meu corpo dormente como se eu estivesse flutuando, parecia que eu era um pássaro e voava sobre as nuvens do céu. Mas de repente comecei a despencar meu coração estava acelerado e tudo a minha volta parecia derreter, eu estava com medo, o sentimento agora era de agonia tudo parecia voltar ao normal mas tudo parecia ser pior. 

   Não não não não não, merda agora tudo faz sentido o efeito da droga passou, porque foi tão rápido? Isso não é justo. Olho para o lado e vejo Noah me olhando rindo.

-O efeito passou para mim também...é deprimente não é mesmo?-ele  fala

-Me de mais, isso foi muito pouco...preciso de mais um pouco dessa merda!- eu peço

-Não não playboyzinho...isso foi muito por hoje. Não quer virar um viciado quer?

-Merda...Bom, eu vou para casa nos vemos amanhã? Não esqueça dessa  merda eu preciso dela-falo e ele sorri

   Vou para a minha casa e me tranco no meu quarto tentando dormi o mais rápido possível para que chegue amanhã logo e eu possa usar aquilo de novo.

                                    1 ANO DEPOIS

   Eu e Noah viramos grandes amigos, meu pai não gostava muito dele pois sabia que ele vendia drogas mas o que o papai  não sabia era que quando ele saia para trabalhar ou para comer alguma puta, eu saia com Noah pelas festas e juntos vendíamos de tudo para todo tipo de viciados. A gente conseguia muito dinheiro, e no final da noite as drogas que sobravam a gente usava tudo deixando essa realidade de merda e curtindo a que a gente criava quando estávamos chapados, mas logo isso acabava e tínhamos que voltar para as nossas vidinhas de merda.

   Pelo menos tinha como nos divertir nesse tempo, não só com mulheres e acreditem eram muitas mulheres mas também com a melhor parte do trabalho...cobrar quem nos devia! Desde aquele dia com a minha mãe eu nunca mais fui o mesmo, pouco tempo depois descobri que o cara havia morrido...eu matei uma pessoa. Mas quando eu lembrava do sentimento que eu tive enquanto o esfaqueava....Pela primeira vez na vida eu me senti bom em algo. A forma em que eu deslizava o canivete em sua carne para mim parecia uma obra de arte.

  Eu matei muita gente nesse tempo de 1 ano, eu me sentia vivo e prestativo. Mas eu tinha princípios! Não matava mulheres e nem crianças, muito menos por vingança ou algo do tipo, minhas vítimas eram os homem drogados que por sua maioria deixavam seus filhos e mulher em casa para ir curtir e para a infelicidade deles acabavam me devendo dinheiro por não saberem se controlar. Ah com esses eu me divertia...Noah deixava esse trabalho exclusivamente  para mim pois sabia que eu fazia bem isso.

   Mas em uma noite tudo mudou! Estávamos em uma festa fazendo nosso trabalho, mas de repente começou uma correria dentro do boate...era a polícia! Eles entraram armados eu não consegui correr a tempo. Eles me pegaram com toda a droga sozinho e me levaram para a delegacia, eu liguei para o meu pai e sua voz era de desgosto, o mesmo não fez questão de ir lá  e falou que por ele eu ficava preso pois não havia criado filho para isso.

   Eles me trancaram em uma cela onde só havia meninos da minha idade e se alguém não pagasse a nossa fiança logo seriamos mandados para um internato ou algo assim. Eu passei a noite ali, deitado naquele chão frio e desconfortável, amaldiçoando meu pai mentalmente por não ter vindo me buscar.

-Vinnie hacker- Ouço alguém me chamar e a cela se abrir.- Está liberado, seu pai pagou sua fiança.

   Como? Meu pai? No telefone ele estava descido a me deixar ali. Saio da cela e vou até a saída mas quem eu vejo ali não era meu pai, era o filho da puta do meu amigo Noah

-Vamos em bora, tem outra festa logo ali vamos fazer muito dinheiro lá-ele fala e eu me irrito

-Você comeu merda? Eu quase me fudi, imagina só se eles descobrem dos assassinatos que cometi? Não ia nem ter fiança, ia ser dali para a porra de um internato até eu virar de maior e ir para um presídio de verdade!-Falo o encarando

-Ah qual é...foi só um susto nada de mais. E eu te tirei de lá

-Eu sei Noah...Muito obrigado, mas a minha ficha é mais suja que a sua! Se eles me pegarem acabou para mim. Sério, para mim chega!-falo indo para minha casa

-Se você quer que seja assim...A gente se vê playboyzinho-ele grita sorrindo

   Me viro sorrindo para ele e dou o dedo do meio, eu realmente gosto do Noah, mas é muito perigoso para mim não quero apodrecer na cadeia. Vou sentir falta da nossa amizade, ele é tudo para mim, depois que o conheci nunca mais me senti sozinho de novo.

   Mas seu sinto que a vida vai fazer a gente se esbarrar de novo.

                                        DIAS ATUAIS 

   Desliguei a ligação com Noah e fui para casa ficar com a Mavie. Passei em um restaurante japonês e pedi um combinado de sushi para a viajem, essa é a comida favorita dela e me lembro que uma vez ela me disse que não a nada que não possa ser resolvido com sushi talvez isso a anime.

   Sai dali e fui para casa e encontrei Mavie deitada assistindo televisão.

-Cheguei amor-falo indo para a cama

-O que é isso?-ela pergunta apontando para a sacola.

-Bom...não a nada que não possa ser resolvido com sushi não é mesmo?-falo e vejo ela abrir um enorme sorriso

-Vinnie Hacker, eu ja falei que te amo hoje?-diz pegando a sacola

   Parece que funcionou, ela estava mais feliz agora. 

    Não deixarei ela voltar a se entristecer assim novamente, mesmo que eu tenha que voltar a ser o Vinnie de antes.

Meu SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora