The Phoenix's Awakening

A chama do destino.

Ponto de vista de Hanna:

O clima está agradável hoje, o sol toca suavemente a minha pele enquanto colho os mirtilos do arbusto e uma brisa fresca me abraça, não vejo a hora de levar as frutinhas para casa para que a minha vó possa fazer a torta de frutas vermelhas. Ela me ensinou a costurar minhas próprias roupas, ela tem uma visão de águia quando se trata da costura, é por causa desse talento que nós estávamos sempre de roupas novas, ela adorava renovar nosso guarda-roupa toda semana, agora ela está tricotando um casaco com o brasão da nossa família pra mim, amo receber esses presentes feitos a mão por ela.
Minha tia me ensinou a caçar, essa é a especialidade dela, me lembro de uma vez que ela voltou de um dia de caça carregando um veado nas costas sozinha. Mas particularmente, não gosto muito de comer carne.
Minha mãe, por sua vez, me ensinou a cozinhar, ela fazia questão de fazer um banquete toda noite, é impressionante a capacidade que ela tinha de transformar um simples ingrediente em uma refeição.
Nossa família é conhecida por ser constituída inteiramente por mulheres, é incrível que na nossa arvore genealógica não exista nenhum homem! A gravidez é um mistério, houve boatos de que as mulheres saíam por um período e retornavam grávidas, outro boato mais maldoso dizia que é uma família de bruxas e que todas dançavam com o diabo e as filhas eram fruto de um pecado. Minha mãe nunca me contou a verdade, ela disse que na hora certa eu saberia de tudo.

Escuto um barulho na floresta, me levanto atordoada para saber o que é e me movo silenciosamente tentando descobrir a origem do som, acaba que o barulho repentino vinha de um veado, estava sozinho e aparentemente confuso, com uma pata quebrada. Olhei para o arco e flecha e suspirei, coloquei a mão no arco mas hesitei e o guardei novamente (minha tia me arrancaria os miolos se soubesse que deixei uma caça fácil escapar); me aproximei do animal aos poucos, ele estava deitado no chão, em pânico, por não conseguir se levantar. Me sentei em sua frente e coloquei um punhado de frutas no chão, mesmo desconfiado, ele aceitou e comeu com voracidade, aproveitei o momento para examinar sua pata, coloquei de volta no lugar e rasguei um pedaço da minha saia para manter o osso quebrado imóvel, posicionei também um graveto de cada lado e continuei enrolando o tecido em volta de sua pata dando um nó quando chegou ao final. O curativo estava firme, isso ia conseguir se manter até ele se recuperar, agora era a hora do teste final, me afastei dele com a cesta de frutinhas em mão e tentei o atrair para que ele se levantasse.

Acho que nunca fiquei tão tensa, apertei a alça da cesta com certa ansiedade e minha mão começou a suar, ele se levantou trêmulo e em passos vacilantes caminhou até mim, brevemente se acostumando com o curativo e andando mais rápido. Eu sorri como uma mãe orgulhosa vendo seu bebê dar os primeiros passos, peguei outro punhado de frutas e ergui a mão para que ele comesse, sua língua tocou minha palma fazendo com que eu desse uma risadinha por conta das cócegas e a pupila dele se dilatou ao ouvir a minha voz, nos encaramos por algum tempo enquanto uma brisa nos contornava levantando as folhas secas ao nosso arredor, era mesmo uma cena mágica aqueles olhos me diziam muito mesmo sem me dizer nada, senti como se algo houvesse despertado em meu interior. Meu coração batia tão rápido que eu senti meu peito pegar fogo, mas ele rompe o contato visual e olha pra trás, brevemente, um bando de veados surge todos eles nos encaravam das sombras, o pequeno veado olhou para eles e depois para mim, relutante.

- Está tudo bem pequeno, você deve ir.
Eu disse com um sorriso gentil e continuei a alimentar ele, quando comeu a última fruta senti meu coração afundar no peito e meus olhos se encheram d'água, oh meu deus! Não acredito que fiquei tão emotiva por um veado! Ele se afastou de mim e dobrou uma de suas patas dianteiras abaixando o pescoço de forma que ele se curvasse diante de mim. Dessa vez, ele me pegou de surpresa, levei a mão a boca completamente estupefata pelo feito do mesmo, agora acho que vou me pôr a chorar pela eternidade.
- Você é tão precioso! Eu aprecio sua reverência, mas você deve ir agora.