𝕬𝖗𝖉𝖎𝖊𝖓𝖙𝖊 𝕯𝖊𝖘𝖊𝖔

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Edição de capa e Banner, autoria de Uchiha__Uzumaki gracias una vez más minha querida<3

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"Perdoai-me Senhor! Eu não quero pecar! É essa bruxa quem faz-se desejar!"

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"Perdoai-me Senhor! Eu não quero pecar! É essa bruxa quem faz-se desejar!"

No mais profundo visceral da madrugada, os respingos de sangue salpicam dispersos pelo chão batido e empoeirado, tingindo de rubro brilhante o cômodo oculto dentro da suntuosa catedral de pedra.

Nenhum som é ouvido além das chibatadas rápidas contra a carne, e do pecador, nem mesmo um único lamento de dor projeta-se pela garganta.

Os fios molhados da chibata exaltam seu labor em um som cruento, navalhas de couro agora ainda mais pesadas pela carga de sangue que impacta com cada vez mais força contra a carne firme, musculosa, e já a muito tempo, bem marcada por sessões de auto punição e expurgação, agora cada vez mais recorrentes pela a quebra da sanidade diante a santidade.

O homem raivoso, posto de joelhos contra o altar de Santo Cristo, o grande torso nú do ministro defronte à lareira crepitante, único som distinguível pela noite, junto ao barulho úmido da carne sendo cortada diante as chamas incautas, cujas labaredas agora levantavam-se, cada vez mais sedentas por cada gota do líquido vital que, pela força dos impactos filosos contra o corpo másculo, fossem tragadas pelo interior repleto em cinzas.

O fogo, ele a representava...

Toji encara as chamas com os olhos enevoados em ódio e luxúria, aquela maldita mulher... ela devorava seu sangue puro como uma cobra oportunista, mesmo diante a expurgação de seu pecado e possibilidade de redenção!

Agora, um gemido duro reflete aos lábios apertados um contra o outro, dor gritante devido ao último corte feito com mais intensidade.

Fushiguro fechou os olhos com força, não mais encararia a feiticeira dançando em meio às chamas, a dor o disciplinaria, o líquido rubro derramado lavaria seus pecados, o som da carne rasgada o desviaria de sua luxúria! As orações verdadeiras o guiariam para o paraíso!

— Perdoai-me Senhor, eu, que creia-me de pedra, descobri-me fraco como a carne, tão vulgar, descobri-me um pecador diante a pele exposta... aquela mulher...

Ele mantém a cabeça baixa, o recordo de quando ele bateu as orbes contra você o invadiu subitamente, junto a última chibatada. O ministro então permitiu-se abrir os olhos outra vez, encarando sua condenação flamejante diante das memórias que, por mais que ele quisesse esquecer, não conseguiria, não poderia...

Você [Nome], seu corpo dançando como que flutuando acima da própria sanidade mental do homem, em movimentos tão intensos e fluídos aos olhos de Fushiguro quanto as mais intensas labaredas do inferno em suas piores e mais cruéis condenações.

A alma do ministro ardia em um misto de sentimentos que ele jamais havia antes sentido, logo ele, autoridade máxima da justiça em Paris, crente nos dogmas religiosos que guiavam seus princípios de fé imparáveis e imputáveis, um homem de gelo que jamais havia cedido aos impulsos da carne em seus quase quarenta anos de existência nesse plano terreno!

Toji Fushiguro, outra vez, não conseguiu deixar de encarar sua ardente ilusão, a jovem mulher dançando no fogo, projetada ante seu encarar ferino e já a muito tempo destituído de sanidade.

Era você, seu corpo, suas curvas, seus cabelos, em movimentos tentadores que o enlouqueciam cada vez mais!

Toji então, ainda de joelhos diante sua mediocridade, agora jogou contra as chamas um pequeno véu estrelado que ele desamarrou do próprio pulso, o mesmo pedaço de tecido translúcido que ele arrancou de seu cabelo quando você, em um golpe de sorte, conseguiu escapar dele através de uma tubulação de esgoto, da vez recente em que você, quase por um milagre, conseguiu fugir das garras de seu perseguidor.

Sua imagem feminina, dentro do fogo então gritou agonizante, junto ao tecido inflamado, pouco a pouco convertido em cinzas.

Um sorriso abriu-se no rosto varonil nesse momento, novamente as orbes verdejantes total e ensandecidamente abertas, fixas contra os lingotes de fogo, desfrutando da imagem das fibras de tecido queimando-se lentamente... ele estava imaginando sua carne lá, no lugar delas...

As próprias cicatrizes na face do homem reluziam frente as chamas, visível era agora a mais clara intenção de uma alma sem salvação, ele então imperou, sem desviar os olhos dos lingotes ardentes.

— Não deixe que essa bruxa trague-me para as profundezas do inferno! Eu juro a você meu Senhor! A cigana vai morrer!

As respirações descontroladas, a dor pulsante dos ferimentos auto infligidos sob a poça de sangue no chão junto a santa Bíblia posta frente a lareira fervorosa, frente ao pecador, mais símbolos que o recordavam de sua insignificância perante o próprio Deus. Porém, a imagem de Santo Cristo crucificado, fixa a parede frente às chamas, foi o testemunho que ele necessitava para cumprir sua própria condenação, sussurrada em ódio.

— Ou no inferno, irei perecer...

𝕳𝖊𝖈𝖍𝖎𝖟𝖔 𝕴𝖓𝖋𝖊𝖗𝖓𝖆𝖑 - (DARK IMAGINE/Toji Fushiguro/AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora