036⭒torneira.

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Mel's pov!
06:23 a.m
(Segunda-feira)

   Senti minha cabeça latejar ao ouvir uma voz suave me chamar e chacoalhar meu corpo. Nick, abaixado, me olhava atentamente enquanto estava com a escova de dentes em sua boca.

   — Vamos, cara! Você vai se atrasar.

   Assenti e bufei. Ontem, após nossa conversa, voltamos para a sala para continuar a série e terminá-la. Estava bem, mas minha cabeça doía demais por ter ido  dormir tarde.

   Quando Nick fechou a torneira eu me levantei em um pulo e peguei minha roupa para tomar banho. Feito isso, hidratei a pele, pus a roupa, e saí do banheiro, até a cozinha.

   — Bom dia! — Chris estava animado. Ainda em pé arrumando seu almoço (a pizza de ontem), ele sorriu em minha direção.

   — Bom dia. — respondi no mesmo tom e fui até ele, para separar também o que eu iria comer hoje.

   Podia sentir seu cheiro agradável mesmo de longe, talvez tenha lavado o cabelo com sabonete também.

   Nick, sentado na mesa, comia suas torradas numa tranquiladade absurda, considerado o tempo que tínhamos até sair de casa. Matthew, pelo visto, estava no quarto, porém não dormindo, já que podia ouvir uma música suave vindo de seu quarto.

   Após pôr meu cereal e leite na tigela, me sentei à frente do loiro e comi com pressa, para não me atrasar.

   Antes de sair, tomei dois comprimidos de dipirona para a dor de cabeça. Estava mais forte do que deveria, ainda mais em um dia aleatório.

   Havia chovido de noite. Apenas um sereno, suficiente para molhar as estradas até chegarmos na escola. Hoje, receberíamos o nosso boletim com as notas do bimestre, e, por mais que – em modéstia parte – eu saiba que não vou ter notas mais baixas que A, eu estava ansiosa para ver.

   Como sempre, nos separamos e cada um foi para a sua sala. Minha primeira aula, de biologia, foi um inferno já que o professor não tem moral nenhuma, os alunos são uns búfalos que não calam a boca, e ele não conseguiu deixar a sala em silêncio.

   No meio da segunda aula, eu já não aguentava mais a dor e pedi para ir ao banheiro, mas com certeza iria embora.

   O cômodo estava vazio quando eu entrei, o que era perfeito. Me apoiei na pia por alguns segundos e abri a torneira para passar um pouco d'água no rosto.

   Mas, por algum ato irônico do destino, a torneira quebrou fazendo a água esguichar por todo o banheiro e por todo o meu corpo.

   Parei boquiaberta vendo minhas roupas pingarem gotas de água e o jeans pesar sobre minhas pernas. A blusa branca estava transparente, mostrando meu sutiã nude por completo.

    Merda, merda, merda!

   Sem saber o que fazer, mandei mensagem para Christopher, que com certeza não prestava atenção na aula, e perguntei se ele tinha pelo menos um moletom para me emprestar. Graças a Deus ele disse que tinha uma troca de roupa no armário, e que buscaria e me entregaria. Agradeci quase chorando de gratidão e esperei até ouvir ele bater na porta.

   — Cara, o que aconteceu? — sua voz soou abafada do outro lado.

   — A porra da torneira quebrou. Eu tô encharcada e o banheiro também. — revirei os olhos quando ele riu.

   — Aqui. — ele abriu levemente a porta e estendeu a mão.

   Logo pude ver os tons de cinza e azul das roupas. Quando me aproximei para pegar as roupas, pus a cabeça para fora e vi ele tampando os olhos com a mão livre.

𝗔 𝗻𝗲𝘄 𝗳𝗲𝗲𝗹𝗶𝗻𝗴¹ ⊹ 𝖬𝖺𝗍𝗍𝗁𝖾𝗐 𝖲𝗍𝗎𝗋𝗇𝗂𝗈𝗅𝗈. ⭒ ࣪ ˖Onde histórias criam vida. Descubra agora