QUEBRA DE TEMPO
DOIS DIAS DEPOIS
Eram quatro da manhã e Marina chegava em casa exausta. Ela estava de farda, com os cabelos presos numa trança boxeadora e uma bolsa lateral.
Ela então jogou a bolsa no sofá mais próximo e se sentou na cadeira da mesa retirando as botas
Ela caminhou até a geladeira se guiando apenas pela luz da lua que vinha da janela
Ela abriu a mesma e alcançou um copo no balcão ao lado. Se serviu um pouco de água e fechou a porta indo em direção a sala.
Numa fração de segundos tomou um susto ao ver um corpo parado na frente do seu e por reflexo deu um soco certeiro com a mão que estava livre
Dopre: Caralho - arregalou os olhos ao ouvir a voz do cunhado
Marina: Ta maluco moleque - procurou o interruptor e acendeu a luz vendo o nariz do menino sangrando
Dopre: que isso parça, pra que essa agressividade
Marina: Quem mandou aparecer do nada - correu procurando um caixinha de primeiros socorros - Quase me mata do coração- voltou com gases úmidas na mão e a maleta na outra
Dopre: Eu que tô quase morrendo - dramatizou
Ela limpou o nariz dele e conferiu se não foi nada grave, pegou um pano enrolado com gelo dentro e o estendeu para colocar no nariz inchado
Um silêncio instalou e ao ver o drama do garoto ela começou a gargalhar lembrando do murro que ele tomou
Dopre: Tá rindo do que? - resmungou
Marina: De voce seu idiota - continuou gargalhando - Tomou um soco de graça
Dopre: Tá rindo pq não foi com você- bufou
Marina: Claro, eu não fico tentando matar ninguém do coração- empurrou a cabeça dele que murmurou um palavrão
Dopre: Aí, acho que te devo um pedido de desculpas - falou baixo
Marina: Você foi escroto mesmo - falou na lata - mas eu entendo suas razões- respirou fundo admitindo
Dopre: Mesmo assim, foi mal - ela assentiu
Eles ficaram ali num silêncio confortável até que ele decidiu retirar o gelo e voltar para o quarto
Ele foi até a cozinha e ela se levantou pegando a bolsa e os sapatos. Ao voltar ele foi agradecer a ela pela cuidado e ao tentar dar um beijo em seu rosto o beijo quase saiu bos lábios dela, fazendo os dois se assustarem e ficarem se encarando sentindo a respiração um do outro
Marina percebeu o que tinha acontecido e desviou o rosto dando um sorriso amarelo se despedindo do garoto que ficou ali na sala em transe
Ela subiu as escadas com pressa em choque ainda pelo que tinha acontecido
Um corpo se chocou contra o dela e ela sentiu um braço forte rodear sua cintura
Marina: Caraca desculpa - falou se afastando
Guri: Tá tudo bem? Tá parecendo nervosa? - olhou confuso e ela analisou seu rosto revelando que ele tinha acabado de acordar
Marina: Ta tudo bem, desculpa mesmo - sorriu amarelo- Obrigada tá- ele assentiu e ela saiu sem dar chance dele falar nada