Um vislumbre de magia

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O ar da manhã se misturava com o vapor das chaminés londrinas tornando impossível apreciar o nascer do dia e logo fui acometida por uma sensação de aprisionamento ao observar, pela janela do orfanato, os formatos disformes dos trabalhadores das fábricas,caminhando em direção a sua gaiola de ferro. A realidade parecia algo estático naquele momento e é por esse motivo que adorava levantar cedo,por que os segundos pareciam eternidades e assim eu não teria de começar o dia trabalhando para a Madame Constance, dona do orfanato. É doloroso olhar as expressões serenas nos rostos de minhas colegas de quarto e saber que logo todas serão submetidas à longas jornadas de labuta. Não é difícil entender o motivo que levou milhares de casais abandonarem seus filhos,a Inglaterra hordierna era de longe o pior local para formar uma família; especialmente para proletários que mal tinham dinheiro para própria subsistência. Eu não me irritava por ter sido abandonada por meus pais, eu até penso que faria o mesmo se fosse eles. Todavia, largar um bebê no orfanato da Madame Constance,onde as crianças passam o dia inteiro costurando roupas e luvas para os comerciantes locais,era muita falta de caráter. Os sapatos de alguma empregada faziam estralos irritantes ao caminhar do lado de fora e eu já sabia o que viria a seguir. Ting! O sino convocada todas as órfãs para mais um dia de exploração, tecendo o nosso destino para o trabalho incessante e ao anonimato.
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⏰ Última atualização: Feb 23 ⏰

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Alvorada:A guardiã das fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora