Anna
Lágrimas escorrem por minha face, o desespero me abraça,vejo o sangue escorre por minhas pernas e a agonia e a dor de saber que acabei de perde a pessoa que nem conhecia mais amava com todas as minhas forças,a dor em meu ventre e insuportável soluços saiam de minha garganta batendo nas paredes e voltando para zunir em meus ouvidos.— Não me deixa filho! — Imploro apertando minha barriga, mesmo sabendo que não irá fazer efeito algum.
Ouço a porta sendo aberta.— Anna cheguei! — A voz do Luciano ecoa pela casa. — Querida onde você está? — Pergunta.
— Estou aqui! — Disse ela em um sussurro.
— ANNA! — Grita ao entrar no quarto e me ver com lágrimas nos olhos e sangue por todo piso. — O'Que houve? — Perguntou me erguendo do chão. Não ouso olhar e dizer que estava grávida e que perdi nosso filho, essa era a quarta criança que se foi. — Querida, me fale você caiu e se machucou? — perguntou docemente. — E que sangue todo e aquele nó… — Ele para e analisa a cena. Sinto seu olhar sobre mim. — Anna, você estava grávida? — Não consigo distinguir a emoção que está no tom da sua voz. — Anna!!! — Chama-me mais uma vez.
— Não dá mais, Luciano, eu quero o divórcio.— Falei enquanto ele me colocava sentada na cama.
— Como assim divórcio? — Perguntou friamente.
Olhei para ele friamente em seus olhos, nunca vi um pingo sequer de emoção, seu olhar sempre foi assim de um azul gélido. Sem vida, nem mesmo com a morte do nosso primeiro filho ele, sequer mostrou qualquer resquício de tristeza. — Você nunca me amou, sempre foi indiferente, nós casamos para satisfazer nossas necessidades, você para achar uma esposa, para que seu pai saísse do seu pé, e eu para que tivesse alguém que me protegesse.
— Sim, mas isso não é motivo para pedir o divórcio, me dá um motivo plausível. — Pede.
— O motivo maior é que… — Respiro fundo e uma lágrimas escorre pela minha face. — Eu me apaixonei por você, entreguei meu coração a você, mas me responda você me ama Luciano? — Perguntei olhando em seus olhos gélidos.
— Não! — Responde sem rodeios. — Eu não sou movido por sentimentos, ainda mais por um sentimento como esse tão fútil. — Disse ele. — O amor é um tipo de sentimento que só faz as pessoas se tornem fracas e sem metas na vida, além disso o amor não existe. — disse por fim.
— É isso que meus sentimentos são para você fúteis? — Levanto-me, e acabo caindo no chão. Olho para cima e ele nem se move para me ajudar a levantar. A dor em meu ventre me faz gritar e colocar a mão sobre minha barriga.
Ele se põe de pé e me segura pelo braço. — Vamos para o hospital. — Avisa e puxando-me sem deixar que qualquer palavra sem dita da minha parte.
[...]
— A senhora teve um aborto, por conta d algum estresse que teve! — Disse olhando para o meu marido.
— Ela precisa de algum remédio para ela não ter mais estresse, Dtr. Maurício? — Disse sem rodeios. A cara do doutor me faria rir se não estivesse tão triste.
— Preciso ir para a empresa! — Avisa-me ao entrarmos dentro de casa, não olho nem em sua face. — Se precisar de algo Martins vai está a dispositivo, quando volta conversaremos sobre o assunto que abordámos. — Diz friamente se retirando me deixando sozinha.
Cai sobre o chão e chorei feito uma criança. — Oh, senhor! Quanto tempo vai durar este meu sofrimento? — Comecei. — Casei-me com este homem a pedido de meu pai, achei que não iria sucumbir ao amor, mas acabei colocando meu coração nas mãos dele, que só faz machucá-lo
0 senhor levou meu bebê, o único resquício de felicidade que eu tinha, que direito o senhor tem de fazer isso.[...]
Sinto um lençol sobre meu corpo e algo macio sobre meu corpo. Levanto-me meio grogue. —Ema? — Chamei a governanta da casa. A mesma entra em questão de segundos. Ema é uma senhora de cabelos totalmente grisalhos e pele já enrugada por conta da idade, seus olhos têm um tom de azul claro como o céu e neles carrega ternura a voz dela e angelical que faz com que eu me acalme.
— Chamou-me, Senhora? — Perguntou com sua doce voz.
— Sim, ema! Quem me pôs na cama é que horas são? — Olhei para ela, que está de cabeça baixa.
— São 22:30 senhora, e o Sr. Ferraz que a pôs na cama pois tinha encontrado a senhora sobre o chão da sala desacordada. — Responder.
— Certo pode sair. — Falei pisando no chão.
Ela se retira sem dizer nenhuma palavra, lentamente ponho-me de pé, andei até o closet e coloquei a primeira roupa que vi no meu campo de visão.
Desci as escadas até chegar à sala de estar, vejo Luciano tomando uma xícara de café enquanto digita em seu computador, revirei meus olhos até em casa ele não muda esse hábito de trabalhar em sua moradia. Vou até a mesa e sento-me ignorando totalmente a sua presença, começo a comer o que foi posto para mim num prato, mesmo com embrulho no estômago não é bom desperdiçar comida.
— Vai fazer voto de silêncio agora, Anna Catarina Ferraz? — Perguntou em tom de ironia.
Continuo a comer como se não tivesse ouvido nada.
— Porque não me disse que estava grávida Anna? — Perguntou na lata.
Engoli em seco e levantei minha cabeça, seus olhos estavam me encarando os olhos que tanto amo, Luciano mesmo com 32 anos ainda continua um homem bonito, lembro-me quando o vi pela primeira vez, ele me deixou sem fôlego. — Não tinha porque dizer, você continuaria me tratando da mesma forma. — Disse virando meu rosto para um vaso de orquídeas que estava em cima de uma coluna de madeira com adornos de prata serpenteando por toda sua extensão.
Ouço-o respirar fundo. — Sou seu marido Anna…
— Somente no papel! — O interrompi antes que ele faça um discurso de bom marido.
— Não me interrompa quando eu estiver falando Catarina. — Usa meu segundo nome em um tom de advertência.
— Luciano você não é meu pai, para dizer como devo ou não devo falar. — Voltei a comer.
— Anna. — Sua voz se torna doce. — Só estou preocupado com você, querida. — Meus olhos se enchem de lágrimas quando ele usa esse tom amável comigo.
Bati a minha mão sobre a mesa e me pus de pé com brusquidão. Esse gesto o pegou de surpresa a ele e aos empregados presentes. — Não use esse tom amável comigo. — Vocifero. — E não me chame de querida, não dê-me um apelido fofo para conter minha amargura, a causa dela é você. — Empinei meu nariz mesmo engolindo em seco. — Dê-me o divórcio Luciano, não quero mais ser sua esposa, você não tem motivos para manter-me ao teu lado, nem eu tenho motivos para continuar com você, deixe-me ir, será melhor para ambos. — Virei as costas saindo em direção ao pátio.
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Meu erro foi te amar
RomanceDepois de se apaixonar perdidamente pelo seu marido e ver que não era correspondida, Anna pede o divórcio a Luciano, ele não quer ceder de jeito nenhum mas acaba a libertando. Ela sai do país anos depois, ela resolve retornar, mas quando foi embora...