1﹒"Bom, eu voltei."

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Devíamos estar abraçados a pelo menos 2 minutos. Eu, Clarice e Victor. São Paulo havia virado minha casa, e eles, meu porto seguro. Sinto me estranho de estar indo embora, deixando tudo isso para trás, e o pior, essa era uma consequência dos meus próprios erros. Dos meus maus investimentos. Após muito choro e frases clichês de despedida, nos soltamos.

— Isso não é um adeus. Vocês podem me visitar a qualquer hora, Rio Verde fica à apenas 12 horas de carro. - digo para meus amigos.

— Não será a mesma coisa, você sabe disso. - reclama, Clarice.

— Ela te razão. Você pode ficar na minha casa. - Insiste Victor.

— Não, não. Você tem seus problemas para se preocupar, Vi. Eu não quero ser mais um deles. Isso tudo está acontecendo por um motivo: Eu fui descuidado e me perdi em meio às contas. Ir para a casa dos meus pais, é ruim, eu sei. Mas sinto que assim posso me estabelecer e crescer profissionalmente de novo. Agora eu preciso ir, não gosto de dirigir a noite.

— Aaaahh, vamos sentir sua falta! — Clarice e Victor falam juntos enquanto me abraçam novamente.

— Eu amo vocês!! - solto uma risada.

Depois de se despedir, entro no meu carro (a única coisa com qual fiquei), e começo a dirigir rumo a Rio Verde, nessas 12 horas em que dirijo, fazendo algumas pausas, reflito sobre tudo o que me espera na minha antiga cidade...

RIO VERDE (9:00AM)

Entro na cidade. Um sentimento de nostalgia me embrulha o estômago, vejo à diante os lugares onde eu frequentava, a praça onde eu passava as tardes de domingo, o banco em que perdi meu BV as 11 horas da noite... São tantas lembranças passando como um filme em minha mente... Engulo seco, e continuo a me dirigir, até meu destino final. A casa dos Bittencourt. Nossa família não era tão rica, tínhamos apenas uma pequena fazenda e uma grande padaria na cidafe. Porém, éramos uma das famílias fundadoras da cidade, e isso sempre me trouxe responsabilidades indesejadas e alguns eventos entediantes.

 Porém, éramos uma das famílias fundadoras da cidade, e isso sempre me trouxe responsabilidades indesejadas e alguns eventos entediantes

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É tão estranho pensar nessa casa como minha outra vez, sinto-me um pouco desconfortável. Estaciono meu carro na frente da casa, e assim que coloco meu pé no chão, vejo Pietro correndo até mim. Ele é meu irmão caçula.

— BEN! - Ele grita em quanto corre em direção a mim, me abraçando. — Que saudade que eu tava de você.

— Ah, maninho, eu também senti sua falta! - dou um braço apertado nele, bagunçado seu cabelo. — Onde estão o resto do pessoal?

— Eles estão todos lá dentro, vem! - Pietro me puxa para dentro, e me guia até a sala de jantar.

Quando me dou conta, já estou lá. A família quase que reunida se viram para mim, estampando um imenso sorriso no rosto. Todos eles compartilham de uma ideia que defende que a família tem que se manter juntas, no mesmo teto, convivendo todos os dias. Que pesadelo. Mesmo minha família sendo super saudável, sinto me estranho tendo que me prender a pessoas dessa forma.

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⏰ Última atualização: Mar 08 ⏰

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