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Freedom.

Os passos rápidos de Visenya ecoavam no corredor, em compasso com as batidas aceleradas de seu coração, que pareciam guiar-na em direção a um lugar onde os problemas não existissem.

- Visenya. - Seu nome ressoou no corredor com a voz de Daemon. - Onde você esteve? - Os braços robustos permaneciam imóveis atrás do corpo.

- Fui visitar minha mãe, meu irmão. - Mentiu.

- Não minta. Sua mãe não está doente, sua presença está impregnada de sujeira e cheiro de fogo. Não acha que já passou da idade para se envolver em confusões? - Ironizou.

Ela continuou andando e Daemon a seguiu, percebendo a linguagem corporal que sua irmã demonstrava.

- Eu acabei de queimar Astraluna. - Admitiu.

E Daemon permaneceu imóvel.

- Por quê? - A pergunta fez a mais nova parar.

- Porque não quero que outras mãos me toquem, exceto as de Aemond. - A ânsia consumia ambos. Visenya já não sabia mais se era pela revelação ou pela bebida, e Daemon, por sua vez, não sabia se era também pela bebida ou pelo nojo de saber quem sua irmã amava.

- Deveria ter vergonha de amá-lo, Visenya. Aquele rapaz chamou MEUS filhos de bastardos. SEUS sobrinhos de bastardos. - Enfatizou.

- Durante toda a minha vida sujei as minhas mãos por vocês. Matei sua ex-esposa para que você ficasse com Rhanyera. Sugeri a Otto que Alicent fosse rainha. Manchei as minhas mãos ao lhe dar a ideia de criar um purgatório na baixada. Vocês sujaram Vermithrax, usando-o para queimar o corpo de Aemma e Baelon. Eu o ajudei a forjar a morte de Laenor. Então deixe-me viver pelo menos uma vez. - Exclamou.

- Vai se juntar aos verdes? - O desprezo consumiu o corpo de Daemon.

- Eu não pertenço a lugar algum, Daemon. E talvez não deva pertencer de qualquer maneira, já que sou apenas sua meia-irmã. -

- Você é minha irmã, Visenya. E eu lhe agradeço por tudo o que fez. Sei que é consumida pela raiva desde muito jovem, mas não merece ficar ao lado de pessoas que... -

- De pessoas que me acolheram quando você sumiu com Rhanyera e com a doença de nosso irmão? Começo a pensar que o lado ruim não são os verdes, mas sim os pretos. Me diga, vocês têm o costume de abandonar quem amam e depois retornar como se nada tivesse acontecido? - Interrompeu.

- Visenya, pare com isso! Não se transforme em alguém que não é para se encaixar entre eles. Você sempre teve liberdade, mas eu queria que ao menos desta vez, apenas desta vez... - suspirou profundamente. - Não tivesse liberdade para escolher seu lado. - Admitiu.

Naquele momento, era impossível ignorar as vozes elevadas dos irmãos vindas daquele lado do castelo.

- Não me culpe. Culpe-se você, Daemon. Foi você quem me ensinou a ter minha própria liberdade. Mas se for para ficar contra mim, saiba que será sua pior decisão; farei com que você e sua família se arrependam disso. Então agora lhe ofereço liberdade: vai ficar contra mim? - Ameaçou.

O homem não respondeu, mas seus olhos demonstraram tal interesse do por que a irmã estaria daquele jeito. Influência? Raiva?

- Me diga. Alicent te bateu? - Questionou.

- E por que ela faria isso? -

- Sejamos claros, a preferência dela por Aemond é tão nítida quanto sua lealdade, sou seu irmão e não qualquer um, te conheço como a palma de minha mão. E não só eu, Rhanyera também percebeu a marca de sua mão na bochecha. Agora conte a verdade. Nada vai sair daqui. - Se aproximou da irmã com lentidão.

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⏰ Última atualização: Feb 28 ⏰

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𝗗𝗥𝗔𝗚𝗢𝗡'𝗦 - 𝗔𝗘𝗠𝗢𝗡𝗗 𝗧𝗔𝗥𝗚𝗔𝗥𝗬𝗘𝗡 [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora