𝙁𝙧𝙞𝙚𝙣𝙙𝙨 𝙣𝙤𝙩/or 𝙡𝙤𝙫𝙚𝙧𝙨 ?

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Eu e Clair éramos amigos desde nossa infância

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Eu e Clair éramos amigos desde nossa infância. Eu me lembro de como seus fios castanhos encaracolados pulavam quando ela corria, acho que desde essa observação comecei a me perder.

Me perdi em seus olhos esmeralda, me perdi em seus lábios carnudos e na sua risada baixa. Me perdi em Claire Black.

Era dia 2 de março de 1997. Draco Malfoy como sempre, estava caminhando pelos corredores altos e vintages de Hogwarts. Até que uma mão pequena e quente gentilmente agarrou seus ombros. — Por onde esteve? — Clair disse animada e talvez um pouco ofegante.

—Eu só fui tomar um gole de água… — Ele disse naturalmente enquanto olhava pra frente.

— Malfoy. — a garota o repreendeu, segurando sua mão fazendo com que ele se virrase lentamente até que encontrasse seu rosto, que fazia uma expressão preocupada. — Seja sincero comigo, eu sei que você foi fazer isso.

Com um toque suave, Claire puxou a manga de Malfoy para cima, revelando seu antebraço com uma tatuagem. Totalmente machucada.

Tinha arranhões provavelmente feito por unhas e cortes, cortes profundos.

Ele rapidamente se afastou do toque dela com um rosto rabugento. —Não me toque, Black! Isso não é da sua conta. — Ele disse num sussurro irritado ao final da frase.

—Eu me preocupo, é diferente. — Ela insistiu voltando a segurá-lo, agora por sua mão. Mas seu toque foi rejeitado, Claire o encarava com preocupação e ternura. — Malfoy por favor...

— Você sabe que ficar perto de mim causa problemas Claire. Não se meta. — Foram as únicas coisas que ele disse após dar as costas e sair andando deixando a morena só, naquele corredor expansivo e gelado.

  [...]
Claire's pov.

     Claire escutou uma batida firme na porta de seu dormitório, freneticamente batendo 2 e mais 1 vez. A garota levanta-se da confortável cama que estava sentada lendo um bom livro. Ela arrumara os fios embolados em seu rosto para receber Malfoy — com os olhos fechados sabia que era ele apenas pelo modo de bater na porta — desde criança foi assim.

     Vossos olhos suaves a esmeralda e contraram as orbes de um mar estridente e bravo como um dia de neblina. Claire nunca conseguiria resumir em palavras a cor daqueles olhos.

—Claire.

—Draco. — Ela respondeu logo em seguida com naturalidade. Deixando que ele entrasse em seu dormitório ao virar o ombro para o lado, dando espaço e caminho para o platinado passar.
    Ele se sentou sobre a cama da garota, olhando para ela com uma feição atordoada. Pedindo para que ela se sentasse do seu lado da cama e ela o fez.

Malfoy suspirou e manteve seu olhar a frente, começou a soar calmamente. — Perdão por ter dito aquelas coisas hoje na manhã, você sabe que não queria dizer aquilo... mas eu disse.

  Claire o fitou e seu rosto se tornou terno novamente, ela realmente tinha muita empatia por ele após tudo o que ele passou sozinho. A morena levou sua mão pálida e quente, delicada e refinada até as mãos do Malfoy, que mesmo sem nunca ter tido algum trabalho a mão tinha calos e as unhas torturadas. Ela a acariciou, tomando um olhar surpreso dele.

— Tudo bem, eu entendo e espero que não faça de novo. Espero que deixe eu te ajudar. — Ela tirou seus olhos de malfoy, abaixando a visão até seu antebraço coberto pelo tecido do uniforme escolar. O que não durou tanto ali, ela empurrou sua manga até o cotovelo do platinado e visualizou a tatuagem de comensal naquela pela que ficar graduada, indo de palidamente leitosa para um vermelho rose. Parece bonito, mas quando se encara mais de perto, encontra arranhões e cortes profundos apenas no local da tatuagem.

    [...]
Draco's pov.

  Não fazia pouco tempo que aquilo estava acontecendo, já teria pelo menos 2 meses que Malfoy ia ao banheiro da suíte tentar arrancar aquela marca que o amaldiçoara até mesmo nos próprios sonhos.
   Era horrível, ele acordava no meio da madrugada suado e apavorado. Rapidamente se atirava da cama com passos longos e rápidos até o banheiro, lavava o rosto com a água gelada que caia sobre a pia após abrir a lavanca da torneira. Sem delongas ele começa a arranhar e cortar seu antebraço apenas querendo que ela saia.

Que a cobra ali tatuada, saia.
Queime, vá embora. O deixando em paz. Por pelo menos, uma noite.

[...]
Claire's pov.

    Ela acariciou, ela tocou e curou aqueles machucados que ele fazia todos os dias com a esperança de ser libertado desse sofrimento que ganhou em vão. Os dedos macios desenhavam cada corte. Os olhos cinzentos do platinado seguiam seu toque com o olhar, não conseguindo evitar soluços.
   Claire ouviu seus soluços, quando as esmeraldas se encontraram com o mar cinzento se enxendo de lágrimas, seu peito apertou.
   Ela o puxou contra seu próprio corpo, deitando a cabeça do maior sobre o peitoral da morena, levando suas mãos até os fios amarelados que quase desapareciam em sua mão. Tinha certeza que ele estava chorando após sentir seu uniforme molhar próximos ao seu peito.

   Ele bufou e agarrou a cintura dela liberando toda a amargura guardada por 2 meses inteiros. Com seus dedos entrelaçados a rendendo nos longos braços sonserinos, ele sussurra como um suspiro. — Você me aceita mesmo com essa tatuagem desprezível? — sua voz sufocada com o uniforme dela saia falha entre lágrimas.

—Mas é claro que sim, Malfoy. — Ela se aproxima da testa dele, deixando um beijo genuíno no local. — Eu sempre vou estar aqui.

  Pela primeira vez alguém pode ver o garotinho assustado que se escondia nas sombras do Grande Malfoy, o homem que era temido e odiado, era frio e não ligava pra nada que não fosse ele. Julgava e se esbaldava no dinheiro, o maior babaca do século. Que ninguém fazia ideia que acobertava esse ser, esse pequeno ser vulnerável.

O pequeno ser vulnerável como um garotinho, que não recebeu atenção e nem o amor do próprio pai, que se enganava todos os natais e datas comemorativas entregando presentes caros na esperança de cobrir os buracos que fazia no coração do garotinho. O pequeno ser vulnerável que foi obrigado a ser parte de coisas que não fazia, que foi ameaçado e entregado para estranhos ainda novo e tão imaturo.

O pequeno ser, que teve que se tornar grande para sobreviver.

Claire acariciava as bochechas pálidas agora salgadas e encharcadas por rios de lágrimas.
  As mãos do "pequeno ser" agarraram as mãos de Claire, assim, ganhando um sorriso tímido e bobo da morena.

— Obrigado por ser diferente de qualquer outra pessoa. Obrigado por ser a Claire. — Ele disse como um sussurro, olhando as orbes esverdeadas como esmeraldas, raras e belas.

— De nada Draco. — Ela riu de modo bobalhão. — Obrigado por ser o Malfoy. — Ela deixará um beijo na bochecha dele, fazendo Draco a encarar por breves minutos.

— O quê? — Ela disse rindo com as mãos tampando seu belo sorriso, era um clima realmente intimidante.

—Faça de novo. — Ele disse parecendo realmente estar certeiro sobre o convite.

Ela se aproximou, inclinou o rosto e se aproximou para deixar um outro beijo carinhoso na bochecha de Malfoy. Só não esperava que aquilo era uma cilada.
Ele se virou no mesmo momento que ela quase tocara suas bochechas rosadas e magras, tocando inesperadamente os lábios doces do garoto.

Bem, ela não recusou. Talvez tenha sido um sim.

𝐃𝐫𝐚𝐜𝐨'𝐬 SECRET.Onde histórias criam vida. Descubra agora