Até que o Amor nos Separe - (Min Yoongi) *CONCLUÍDA*

Capítulo 13

Lena ajeitou o óculos escuro no rosto, enquanto caminhava pela calçada. Era pouco mais de sete da manhã e estava meio atrasada para o trabalho na clínica de estética.

Não era um dia ensolarado.

Estava bastante nublado, aliás!

Mas aquele óculos escuro vinha sendo seu companheiro desde que Yoongi havia terminado com ela.

Havia passado uma semana muito infernal, diga-se de passagem!

Só o que ela fazia era se afundar nos dois empregos durante o dia, e a noite mergulhava debaixo das cobertas pra chorar de raiva, de saudade, de tortura por ficar remoendo tudo repetidas vezes em sua cabeça.

No outro dia acordava cedo para ir trabalhar com os olhos super inchados. Nem mesmo seus milagrosos cremes coreanos davam conta de amenizar o estrago.

No segundo dia após o término, Lena havia deletado o contato do Yoongi de seu celular, num surto impulsivo. Havia passado alguns dos dias anteriores ao término, sem mexer no Instagram e quando voltou a mexer, havia encontrado alguns comentários de ódio de algumas armys em suas postagens. Tudo por causa de uma foto sua com Yoongi andando de mãos dadas na pista do aeroporto da ilha de Jeju, que havia vazado na internet, e muito facilmente haviam encontrado seu perfil na rede social, lhe reconhecendo e xingando de tudo quanto era nome.

Havia algumas pessoas que até fizeram comentários gentis, mas a maioria eram péssimos! Por conta disso, Lena resolveu desativar a conta temporariamente.

Michele era a única que sabia o que estava acontecendo, e não lhe exigia muito com relação ao seus atrasos na clínica. Até havia oferecido uma semana de folga, mas Lena não quis ficar em casa com a cabeça desocupada. O trabalho era o que a mantinha focada e sã.

Agora já era sexta-feira, e Lena só queria terminar aquela semana com tranquilidade.

Atendeu seus primeiros clientes, e como todos os outros dos dias anteriores, a olharam com estranheza, por estar usando óculos escuros dentro da clínica, porém, nenhum foi indelicado em lhe perguntar o motivo.

A última cliente antes de seu horário de almoço era a Sra Borah. Lena estava fazendo a higiene da cama de massagem enquanto a Sra Borah se vestia atrás do biombo de bambu. Ela era uma senhora de oitenta anos, mas era muito ativa fisicamente. Fazia prática de Yoga e Chi Kung, e vivia lhe chamando para um dos encontros de prática dessas artes milenares na praça do bairro onde morava. Lena sempre falava que um dia iria, mas acabava esquecendo.

– Agora sim! – suspirou Sra Borah com um sorriso largo saindo de trás do biombo, alisando o tecido de sua camisa de cetim rosa com bordados florais.

Lena virou pra ela, com um sorriso.

– Se sente melhor?

– Ah sim! Suas massagens sempre aliviam as dores da minha artrite reumática. Obrigada!

– É sempre um prazer ajudar, Sra Borah! – Lena percebeu o olhar curioso dela em seu rosto e desviou para a mesa, pegando uma latinha de pomada, um mimo que dava a alguns de seus clientes mais queridos. – Aqui, pra senhora. – Lena estendeu para ela o presente. – É uma pomada homeopática que auxilia em tratamentos contra dores e tem poder anti inflamatório. Passe depois de um banho quente e antes de dormir.

– Oh, muito obrigada, querida! – Sra Borah aceitou a latinha, guardando-a no bolso da calça de linho cinza escuro, sem tirar os olhos de Lena. – Desculpa se estou sendo invasiva, mas você está bem? – Ela perguntou, apontando discretamente para os óculos escuros.

– Ah, isso? Eu estou bem! É só uma irritação e sensibilidade com a claridade. – Lena mentiu, gesticulando para a lâmpada.

– Uhm... Bem, lhe desejo melhoras! – Sra Borah se despediu depois de parecer não muito convencida com sua mentira, e partiu se despedindo das outras funcionárias na recepção.