Capítulo 72

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Duas semanas depois, sexta feira...

Sara narrando

Estou preocupada ha uns dias, me sinto tonta demais, com uma certa sensibilidade nos seios e minha menstruação esta dois dias atrasada. O que ja me deixa completamente pensativa, afinal, eu não posso estar gravida logo agora. Até porque, o pai não seria revelado.

Ta todo mundo tão bem aqui no manicômio, não quero ser a responsável por estragar as coisas.

Porém, eu preciso tirar essa duvida ne?

Fui pra faculdade, a noite teria festa em casa então eu precisava tirar minha duvida antes de começar a beber.

Comprei um teste na farmácia, entre a faculdade e nossa casa. Fui pra casa, cheguei e corri pro quarto.

Léo não foi pra faculdade hoje e esta dormindo ate agora. Tem algo acontecendo com ele, mas eu to evitando conversar com Paulo e a Thamy ta focada na vida dela, então não sei o que fazer. Comigo ele não se abre, aposto que so diria algo pros irmãos.

Enfim, entrei pro banheiro e fiz o teste. Deixei em cima da pia enquanto tomei um banho pra colocar meu pijama e me deitar durante a tarde toda.

Positivo!

Eu fiquei completamente sem reação. Não sabia se sorria, se chorava, se gritava, se ficava feliz ou com medo, tudo parecia complicado em inúmeros pontos.

Eu que sempre firmei a promessa de nunca sair do manicômio começo a cogitar a hipotese de correr pros meus pais, apesar que a chance de que eles surtem é imensa.

Mãe de um Alther, ou uma Alther. Não sei ate que ponto isso pode ser destruidor na minha vida. Ainda mais sabendo que o Fael e o Paulo brigariam muito o resto da vida e talvez o Fael ate pare de se cuidar de novo.

Vou guardar esse bebê a 7 chaves por um tempo. Ninguém precisa saber. Só não sei como parar de beber sem ninguem enxer o saco. Mas esse fim de semana a desculpa sera gastroenterite.

Sera que eu fudi a minha vida?

Fui a primeira a saber da gravidez da Malia, e sem duvidas quero que ela seja a primeira a saber da minha, vou ate ela.

Malia narrando

Ter alta foi bom, poder chegar em casa, tomar um bom banho e deitar em uma cama realmente confortável. Mas, em contra partida, sair da maternidade com os braços vazios foi uma dor que não desejo pra ninguém.

Aninha ainda está na encubadora. Ela é saudavel, mas prematura ao ponto de acabar sendo instável na maior parte do tempo e obviamente com imunidade baixa.

Todos os dias vou ate o hospital deixar leite pra ela e pra doação, pelo ou menos leite eu tive muito.

Sara entrou no meu quarto chorando e se sentou na beirada da minha cama, confesso que me desesperei de certa forma, e então ela abriu a mão e tinha um teste de farmácia com positivo.

- Eu destrui minha vida Malia, e não quero contar pra ninguém! - Ela disse em meio ao choro e eu a abracei.
- Calma Sarinha, um filho não destroi a vida da gente. Vai ficar tudo bem. - Tentei acalmar, mas ela estava super emotiva.
- Esse bebê não é do Fael, foi do fim de semana em que terminamos, mas não é dele. E eu não posso prejudicar nossa familia manicômio contando isso. - Ela disse e confesso que me assustei
- Ninguém precisa saber quem é o pai durante a gestação se você nao qusier contar. Eu não vou contar pra ninguém. E nem precisa contar pra todo mundo agora. Entende a situação primeiro, respira, e deixa as coisas acontecerem. - Falei

Ficamos conversando e ela se acalmou aos poucos, o medo deu espaço pra pensamentos e planejamentos com bebê. E nesse momento mais uma vez eu pude sentir o quão humana e amiga a Sara consegue ser.

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