Três Padres

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Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, eras, isso realmente importava? Para mim não, os dias passavam-se como minutos e os meses como horas no inferno, depois da grande batalha com Samael, eu voltei a meu infame posto de gerente do submundo. Enquanto o Calor queimava o corpo dos humanos que decidiram em vida seguir os princípios do mal, eu agora regenerado de minha forma caída pensava em alguma forma de melhorar minhas habilidades mágicas, não queria tomar de forma alguma panhar como o havia na luta contra o diabo, devo dizer claro que suas habilidades superavam a de qualquer mero Anjo que ainda andava pelo céu mas mesmo assim me impressionava sua destreza no campo de batalha, eu devia de ser melhor se quisesse continuar sendo um defensor do bem e dos mais fracos.
Dito isso, treinei arduamente no calor do inferno, aprimorando ainda mais minha forma quase que bestial de cabelos brancos, onde eu ficava mais forte à medida que perdia o controle de mim mesmo, era um preço a se pagar pelo poder mas eu sabia que conseguiria ficar quase que intocável caso dominasse completamente aquela estranha forma animalesca.

Depois da batalha de Alice os príncipes do mal ficaram muito agitados e raivosos quando souberam que seu líder havia caído perante mim, por conta disso as masmorras viviam queimando um fogo roxo que até machucam até mesmo o próprio gestor do lugar, isso refletia o que eu havia pensado umas horas atrás, ou décadas, enfim. Pensará eu que na verdade o inferno possuía uma espécie de consciência própria que eu não faço ideia de como adquiriu, porém isso fazia com que por um milagre mágico ele mesmo queimasse os que mais precisavam ser queimados. Havia muito sobre aquele lugar que eu não sabia e isso instigava minha curiosidade, que por enquanto não podia ser sanada pelo sábio Pathisco que se encontrava nas profundas masmorras.
O tempo estava passando como normalmente passa até que um evento rasgou o véu da monotonia que me cobria por inteiro, uma luz brilhante no alto do inferno quase que cegando meu olho que tudo vê, este era Saliel, o único anjo mensageiro que restou depois da grande guerra, ele devia trazer alguma mensagem de Luah pra mim então rapidamente o segui até meu trono qual eu já não costumava ficar sentado.
Seus olhos azuis me lembravam o mar e seus cabelos enrolados pareciam pequenos filetes de ouro, sua pele branca chegava a refletir o vermelho das chamas que não queimava suas vestes cor de neve. Não demorou muito para que quando eu me aproximasse o mensageiro me saudasse:

_ Olá Luxiel, quanto tempo! Vejo que tem se dado bem depois da guerra, seu corpo aparenta estar sadio e eu consigo sentir sua energia amando.

_ Saliel, a que devo sua ilustre visita? Estou lutando para me tornar um ser melhor e os treinos tem me feito bem, obrigado! - Disse eu ao Anjo que logo me respondeu:

_ Sem mais delongas, Luah tem uma tarefa para você, mais um trabalho para que você consiga sua redenção, como no anterior você quase a conseguiu Luah tem certeza que dessa vez será diferente. - Dizia o Anjo empolgado.

_ Vamos, não faça mais mistérios, conte logo o que está acontecendo! - Disse eu ansioso.

_ Bem, Luah tem certeza que um dos demônios da masmorra conseguiu subir a terra. - Disse o anjo abaixando a cabeça.

_ Saliel isso é quase que impossível a menos que... - Disse eu segurando o queixo como quem pensara numa resposta.

_ Exato meu amigo, algum humano fez o ritual e invocou seu espírito! - Disse Saliel enquanto planava sobre o chão quente do inferno.

_ Humanos não deveriam saber este tipo de magia meu caro amigo celestial, a menos que alguém esteja ensinando. - O indaguei.

_ Lux, eu creio firmemente que tu matou Samael mas acredito que ele deixou algum súdito ou algo do tipo, a quem ensinara magias desse tipo. - Me disse o Anjo em tom sério.

_ Não temos tempo a perder Saliel, me dê as coordenadas e me transporte para terra. - Disse eu já de punhos fechados.

_ Luxiel, você está indo para a frança no ano de 1455 depois de Cristo, segundo a contagem de dias humana, lá você deve procurar por uma estranha seita de mulheres que se auto-intitulam bruxas, Luah tem grande desconfiança que elas estavam envolvidas na invocação do demônio e mais uma coisa... - O Anjo fez uma pausa como de quem queria esconder algo mas era obrigado a falar.

Morgana e as Feiticeiras de DorvainOnde histórias criam vida. Descubra agora