2. AMAURY POV

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Amaury sempre adorou carnaval, mas sem duvida sua paixão nasceu depois que se mudou pro Rio de Janeiro. Pobre, nunca conseguiu assistir na Sapucaí ao vivo, mas a vida de artista o levou a pisar no Sambódromo como integrante de escolas de samba, trabalhando em comissões de frente.

No sambódromo além da paixão pelo carnaval nasceram também outras paixões. Algumas mais fugazes, carnais, fazendo juz ao trocadilho carnavrau (afinal Amaury estava longe de ser puritano e sabia aproveitar os sabores da vida), e outras que se tornaram amor eterno e fiel enquanto durou.

Sem dúvida, carnaval faz parte de sua carne e sangue, das suas paixões, das suas raízes e ancestralidade enquanto homem preto. Carnaval transborda dança e luxúria (do melhor tipo) mas também cultura e história.

Naquela noite, pela primeira vez em um
bom tempo, retornava ao carnaval solteiro. E pela primeira vez como celebridade, Muso de camarote, convidado de tantos outros.

E reencontrou depois de um tempo afastado um amigo, ex-colega de trabalho, que mexia consigo mais do que gostaria de admitir.

Diego.

A química e o fogo entre os dois era tamanha que embriagados um no outro se agarraram no banheiro de um dos camarotes. Mas a vida de celebridade não era fácil, e logo um colega os interrompeu pois por mais que estivesse ali como convidados, algumas coisas eram esperadas deles, tais como entrevistas e fotos pra imprensa, e foto com outras celebridades e os eventuais fãs que encontravam (algumas nem tão eventuais assim e com fisionomias conhecidas).

O resto da madrugada passou num borrão. Muito samba, cerveja, brincadeiras bobas e inocentes, outras já sacanas. Alguns vídeos para as mídias sociais e publicidades. Mas mesmo assim Amaury não se lembrava a última vez que rira tanto: nesse momento recordava-se de quando Diego tentou ensiná-lo a rebolar em troca de aulas de samba. Era impressionante como Diego tinha malemolência para rebolar mas era duro e travado para sambar, enquanto com o mais velho acontecia o contrário.

Em dado momento da madrugada, Amaury sussurrara no ouvido do menor. "Vem pra minha casa de manhã?" ao que Diego respondera com um meneio de cabeça com um sorriso ladino nos lábios e olhos brilhando.

Eles sabiam que não poderiam sair dali sozinhos

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Eles sabiam que não poderiam sair dali sozinhos. E eles sabiam que toda a tensão sexual reprimida há meses algum dia teria que ser liberada. E hoje era esse dia.

Logo após o desfile da Viradouro, e após uma dúzia de stories rancorosos de Amaury com tiradas a noite toda (sendo que duas mais verdadeiras que as outras) ao perceber seu melhor amigo Felipe bem alcoolizado, Amaury informou ao grupo de amigos mais próximos que compunham a resistencia de durar até o fim do desfile.

"Gente, vou deixar Felipe em casa, e depois pego outro uber pra casa."

Milagrosamente ninguém percebeu o olhar carregado que direcionou q Diego. Despediu-se dos amigos e partiu.

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⏰ Última atualização: Mar 06 ⏰

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