CAPÍTULO 1 - O MAGO

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    O relinchar de um cavalo ecoou pelas estepes amarelas de um deserto pleno e dourado; o azul dos céus continha um forte brilho estrelar de um Sol, a estrela que sempre iluminava a Terra. O cavalo trotou pelas areias, suas rédeas presas em seu crânio equino o conduzindo conforme ele subia um monte alto. Um grupo atravessava aquele deserto em passos lentos e calmos; era uma formação de pessoas bem vestidas em trajes modernos, mas um deles usava roupas muçulmanas brancas, conduzindo o grupo em um cavalo também branco. Atrás do homem muçulmano estavam mais dois cavalos, um deles preto e o outro castanho-claro. O cavalo preto continha um homem trajado em um terno da mesma cor, com uma gravata vermelha e calça preta. Os sapatos castanhos escuros eram foscos pela areia. O homem de terno empresarial olhava com um certo orgulho para alguma construção ao horizonte do Sol, ele se virou para o terceiro membro do grupo, uma mulher, de cabelos ruivos com tom de cobre; ela tinha uma pele branca, quase pálida, e olhos azuis, e tinha uma expressão meiga e suave, em comparação aos rostos sérios do homem empresarial e o muçulmano.

—"É certamente grande. Há exatos 135 mil metros quadrados, um total para caber toda uma série de indústrias e companhias." - o muçulmano disse com um tom de negócios profissionais, e teve como resposta:

—"O seu povo é extraordinário, senhor Iman." - o homem de aparência muçulmana concordou, e perguntou:
—"Mas precisamente, senhor Gremor, o que você deseja fazer nesse monte de terra?"
—"Magia." - o indivíduo de terno respondeu, bem certo de sua resposta, e continuou:
—"O novo governo mundial russo precisará eliminar diversidades que assolam as populações globais. A Líbia possui uma vastidão de areia e terra sem usos demasiado úteis. Pretendo transformar isso em uma ótima fonte de empregos." - o muçulmano entendeu, mas, com uma dúvida o cutucando, perguntou:
"Senhor, as ONGs ambientais vão com certeza pautar por isso. Você não acha que uma solução mais ambiental iria esfriar as coisas?" - O sotaque árabe foi abafado pelo vento rápido do deserto e o homem, de nome Gremor, respondeu:
"Não necessariamente, ainda pretendo cuidar das questões ambientais. Porém o desemprego grita mais alto, bem mais alto, logo, preciso criar soluções práticas para isso." - ele olhou com esperança para o horizonte, observando uma coisa sendo construída, tão gigante quanto vários campos de futebol. O senhor Gremor se virou para a mulher ao lado dele, e proferiu:

—"Erika, está muito quente aqui, gostaria de voltar para a cabana?" - um tom preocupado lhe pareceu, e Erika disse:
—"Não, querido. Vou continuar por aqui... só não demore muito." - ela sorriu com seu tom doce e familiar a Gremor. Ele desviou seu olhar, fitou sua aliança no dedo, sua mão começava a apresentar rugas, ainda que leves. E depois disso, ajeitou as rédeas da cela e exclamou:
—"Iman, se não se importa, irei olhar um pouco mais de perto. Se quiser, pode vir junto ou voltar." - Iman ponderou a proposta recém-feita por Gremor, e disse:
—"Muito bem, senhor Gremor, vá em frente, acho que estaria melhor sozinho, creio eu." - Iman olhou para Erika, e depois retornou os olhos a Gremor, guiando o cavalo para o lado oposto, indo embora; agora, o homem e a mulher, sozinhos, se entreolharam e ele perguntou:
—"Você vem?"
—"Claro..." - Erika disse com timidez, cobrindo os olhos do Sol forte. Ambos desceram com os cavalos monte abaixo, até chegarem a uma planície mais larga, onde cavalgaram calmamente com os cavalos, lado a lado. Gremor, vendo estar ao lado de sua esposa, colocou o braço no ombro dela, com simpatia, perguntou:

—"Se sente bem?"
—"Não sei se posso responder isso muito bem." - ela relutou em responder, e continuou:
—"Não gosto de deixar nosso filho muito longe. Há muita coisa ruim acontecendo conosco, Adler." - ele igualmente ficou pensativo sobre o que responder, e proferiu:
—"Acho que devemos apenas... ir com a música."
—"Olha, estamos em uma situação em que penso que qualquer perigo pode nos acontecer. Já viu que tentaram matar um amigo seu? O que acham que fariam com um homem como você?" - Dessa vez, a preocupação de Erika era notável tanto em sua feição quanto em sua voz, fazendo até Adler ter dó dela, aconselhando-a em seguida:

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