IMPERIUM VITAE

CAPÍTULO 2 - A SACERDOTISA

CAPÍTULO 2 - A SACERDOTISA

Adler estava sentado na cadeira de seu escritório, espiando o Kremlin de Moscou próximo do prédio em que ele administrava todo seu império global. O frio bateu na janela, em uma brisa rápida, fazendo Adler levantar-se e fechar a janela de seu escritório. Observando todo o exterior do prédio, sua pintura bege misturada com um leve amarelo, telhados marrons e detalhes brancos, ele voltou para sua mesa após um breve vislumbre. Uma vez sentado, ele não hesitou em buscar mais trabalho, o pesar de seu cargo como líder responsável pelo destino de um mundo inteiro corria em si mente, sempre, talvez, lhe assombrando caso ele falhasse alguma vez; nesses momentos, tudo que ele esperava era uma guerra civil, uma intrusão nos Estados fantoches sendo criados, uma revolta, uma ligação de outro colega político, depoimentos e relatórios, porém, tudo que ele menos esperava era abrir sua caixa de entrada virtual do computador que estava sobre sua mesa, vendo um email que havia chegado apenas há minutos atrás. O email dizia: Senhor Gremor, uma senhora usando algumas roupas sacerdotais chegou hoje no prédio administrativo procurando pelo senhor. Avisei que estava ausente e que logo chegaria.- sua secretária anotou isso, ele apreciou o trabalho, logo, começou a responder: peça a ela que venha até mim, escoltada por dois seguranças. - Adler enviou o e-mail rápido, e em menos de quatro minutos, uma resposta de confirmação havia lhe aparecido no monitor.

Em um minuto, um bater na porta grossa de madeira ressoou pela sala de Adler. O homem se levantou, aprontando seu terno escuro, mexendo na gravata, lenço conferido... e caminhou até a porta. Ao abrir o objeto de madeira maciço e com maçanetas douradas, Adler se deparou com uma mulher loira, um queixo redondo, maçãs do rosto cuidadas e um semblante mais vertical do que um rosto arredondado, era bonita até; a mulher possuía roupas bem formais: blazer preto, saia e sapatos de salto alto e meias finas. Seu cabelo era ondulado, com uma franja bem simples que deixava uma linha no meio pela parte superior da cabeça; seus olhos eram afiados, sua pele branca combinava com o verde ocular, porém o que mais chamava era um colar grosso com três amuletos que pareciam alguma referência à Cabala ou gnose. A mulher disse ao colocar uma pasta por baixo do braço:

-"Sou Amanda Benefath. Represento a Igreja Gnóstica do Trimegetrismo." - Adler por um momento quebrou sua mente tentando imaginar quando ele já ouviu falar de tal religião, mas não havia qualquer registro que ele conseguisse se lembrar. A mulher estendeu sua mão, Adler cumprimentou ela de volta, perguntando:

-"Não ouvi falar de sua religião, infelizmente..."

-"Não é uma infelicidade. Pelo contrário, fico contente em saber que não estamos nas mãos de grandes massas ignorantes." - Adler também tomou uma pequena expressão de intrigado com ela; então, ele decidiu levar ela para dentro de seu escritório. Sentado frente a frente, Adler disse:

-"Gostaria de algum drinque?" - Ela recusou com uma expressão simples.

-"Eu vim de um lugar bem longe daqui... para te encontrar."

-"E imagino que tenha bons planos para dizer a minha pessoa..." - Ela sorriu francamente.

-"E se tenho, isso inclui: te auxiliar." - Novamente, Adler estava intrigado com tudo o que ela dizia.

-"Me auxiliar com quê?" - ela parecia rir brevemente com a pergunta de Adler.

-"Não é óbvio? Você dominou o mundo, mas não dominou a escuridão que percorre todo o sistema. Escuridão essa que irá te sufocar caso não resista e atue contra." - Sua voz soou profética, com um tom de verdade oculta escorrendo de sua boca fina e de lábios sensíveis e delicados. Adler cruzou as mãos, olhou no centro dos olhos dela, perguntando de novo:

-"E o que me diz sobre isso tudo?"

-"Morte." - sua voz agora parecia seca e sem graça.

-"Bem, então me aconselhe. Se assim deseja." - Adler disse. A mulher puxou sua pasta mais perto, tomou dois segundos de silêncio como um preparo misterioso, e respondeu: