se fode, Belova.

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New York City, 2024

Yelena Belova's POV.

"Mais forte, mais rápido, melhor..."

A voz de minha irmã ecoava pela minha cabeça, me guiando enquanto um saco de pancadas era maltratado, meu corpo embebido de suor e a fadiga começava a se mostrar presente. Cessei a sessão de socos e chutes, abraçando o objeto que antes eu desancava:

-Chega! Fadiga, um. Yelena, zero. - O riso de escárnio da ruiva ecoou pela sala, por vez que eu deslizava minhas costas pelas cordas, me sentando no chão, dando alguns goles na água ao alcançar a garrafinha. - Foi muito bom, esse cinturão é seu. Já viu o que estão falando de você nos tabloides? Imparável, máquina, indomável... Essa é Yelena Belova!

-Nem começa. Perdi a paciência com esses fotógrafos ontem, são muito inconvenientes. Mas, o que eu quero saber é sobre a sua "seleção" para o meu mais novo empresário, já que colocamos Valentina pra correr.

-Tenho um favorito. Conversei com ele em um jantar beneficente, Clint Barton, conhecido por ser empresário de atletas disciplinados, com imagens polidíssimas. E nem adianta armar essas pestanas pra mim, aqui, veja você mesma. - Torci meus lábios em desafio, passando os olhos calmamente pela ficha do empresário. É, eu gostei. - Vai ser bom pra sua imagem de bad girl.

-Me convenceu, Natasha. Chame-o, pode ser agora. Ele está em NYC. Um jantar, tenho certeza que ele gosta de japonês. - Levantei-me, saindo do ring e me dirigindo até a porta, enxugando o suor com uma toalha.

-Qual a palavrinha mágica?

-Por favor... - Fiz meu melhor biquinho para a ruiva que subiu seus lábios em uma expressão de nojo.

-Acha que me comove com essa careta? Só o por favor já bastava, anda, vai tomar seu banho. A coisa tá feia aí.

Arremessei a toalha nela, que gritou de nojo, eu gargalhava descendo os degraus calmamente, a academia ficava no último andar da minha casa. Me mudei para NYC depois de conseguir um dinheiro na liga russa de MMA. Depois que consegui subir para o UFC, fiz questão de vir à cidade iluminada.

Fama, dinheiro, mulheres, treino, tudo de supérfluo que os holofotes do mundo podem nos oferecer. Por ser um pouco direta, talvez até pavio curto, minha fama de "bad girl" é conhecida globalmente. A indomável, Yelena Belova. Lembro-me de perder o ar de tanto rir com Natasha ao ler as notícias. Realmente, as manchetes sensacionalistas enganam demais, sim, eu sou pavio curto, provocante, até mesmo petulante. Mas não uma filha da puta.

A água quente descia como calmante pelos meus ombros, me fazendo suspirar, fazer sessão de sparring com Natasha sempre era certeza de muita dor, e muito gelo. Depois de alguns longos minutos, girei o registro, me enrolando em uma toalha branca para voltar ao quarto, batidas na porta do mesmo foram audíveis:

-Tem meia hora pra estar pronta, Barton está vindo, junto da afilhada e da advogada. Nada de moletom! - Ela me conhecia bem demais, gaitei alto indo até o closet, puxei dali uma jaqueta jeans com uma estampa feita por um artista amigo meu, uma regata branca e uma calça jeans de mesma lavagem.

Me vesti antes de espirrar o perfume sobre meu corpo, a campainha soou logo em seguida, pontuais... Gostei. Calcei meus tênis para descer as escadas correndo e me deparar com Natasha abrindo a porta para recepcionar o empresário e suas acompanhantes, belíssimas por sinal.

A mais velha tinha cabelos ruivos, vestia uma roupa mais social, anéis em seus dedos e os olhos castanhos se puseram de forma faminta sob minha irmã. É... Romanoff já tinha alguém essa noite. Quando mirei a mais alta, senti meus batimentos acelerarem pelos olhos azuis curiosos, analisando cada detalhe da minha casa. O corpo desenhado por um vestido simples preto, curto de mangas longas e um par de botas que iam até o meio de suas coxas, agora o menos interessante, Clint Barton, com seu topete perfeito e jaqueta cortante cinza, direcionou um sorriso gentil para a minha irmã, e logo pousou seus olhos em mim:

Fighter - Yelena Belova x Kate BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora