Amor de Amarrar - Planejado por Orixá!

Conselho Abençoado

Narrador: No dia do evento, Malu acompanhou a esposa à noite. Gostava desses eventos de cultura que tinha na cidade. E também, gostava de ouvir Daniela Mercury. Já se conheciam há um tempo. Já haviam estado juntas em muitas entrevistas por aí, tanto em São Paulo, como em Salvador. As vezes, quando se encontravam, trocavam figurinhas sobre tudo. Gostava da companhia da outra e do papo também, inclusive, Daniela já tinha lhe falado sobre o momento da adoção das meninas. Lhe falou sobre como estava sendo difícil compreender os gênios delas... e como estava sendo complicado educar Bella, que era a mais nova. Não eram estranhas. E Flávia já conhecia a cantora há anos também e já havia trabalhado muitas vezes com ela em vários eventos dessa vida. Então, isso encorajava Malu a ir naquele evento. E foi!

A noite corria bem. Tudo dentro do previsto. Flávia fez um trabalho impecável e muito elogiado pelos presentes. Daniela cantou, assim como outros dois artistas que estavam lá. Depois, foi servido o jantar. Malu e Daniela sentaram lado a lado... seria mais uma noite de boa conversa, com certeza!

- Dam, o show foi lindo. Parabéns! - foi se levantando para cumprimentar a outra que ia chegando à mesa.

- Obrigada, Malu. Que bom que gostou! Muito bom te ver por aqui e ainda sentada do meu lado - abriu o sorriso.

- Parece que sempre o destino quer nos colocar juntas né? - riu.

- O destino nunca erra - sorriu com um brilho no olhar.

- Como estão as coisas? As meninas. Mais acostumadas com a nova vida? E Bella?

- As meninas estão bem, graças a Deus, só Bella que ainda dá um pouquinho de trabalho, mas já já, ela pega o ritmo.

- Crianças são assim mesmo né? Mas o bom é que Bella tem agora a Alice perto dela, que é sua irmã de sangue. Acho que isso conta muito.

- Sim sim... não iria separa-las de jeito nenhum. Não só por isso, mas pq me encantei com Alice também.

- E você resgatou logo 3 né!? - riu - você é muito corajosa, Dam.

- Eu precisava disso, Malu. Sempre quis ter a casa cheia e com os meus filhos grandes, não dava pra ficar vivendo sem crianças em casa.

- Sabe que sempre quis ter uma criança também?

- E pq não insemina ou adota uma com a Flávia?

- Agora, não posso! Ainda mais, que estou passando por umas turbulências no casamento - sorriu sem graça.

- Então, somos duas... mas diferente de você, eu tenho 3 crianças kkkk - gargalhou.

- Eu sabia que ia adorar vir nesse evento. Sempre que converso com você, me sinto bem.

- Eu também Malu. Gosto muito da sua companhia.

Sorriram uma para a outra.

- E São Paulo? Já se adaptou à terra da garoa?

- Nunca vou me adaptar a viver lá - suspirou - eu gosto da metrópole, mas... - foi cortada pela mulher.

- Dam, pq não volta pra Bahia? Aqui é o seu lugar! Consigo ver na sua alma que você precisa do sol daqui.

- Ahh, Malu... não sei viu, não é tão simples assim.

- Eu sei, mas olhe pra ti. Cadê aquela Daniela Mercury que todos conhecem? Eu não consigo ver! E não só como artista, mas como pessoa. Algo te falta! Pense nisso!

Daniela não falou nada. Já havia encontrado com Malu algumas outras vezes e em todas as ocasiões, a jornalista tinha lhe chamado atenção sobre isso. Não era nada profissional, era um conselho pessoal. Não falava só sobre a Daniela Mercury como cantora, mas como Daniela Mercuri, a pessoa.

Ficaram ali o jantar inteiro conversando sobre várias coisas. De vez em quando, incluíam Flávia na conversa, mas sempre continuavam as duas dialogando sozinhas. Não poderiam negar. Era uma válvula de escape a companhia uma para a outra.

Ao final do jantar, se despediram:

- Flávia, adorei o evento. Você está de parabéns - a cumprimentou com um abraço e um beijo no rosto.

- Obrigada, Daniela. Foi um prazer estar com você novamente.

- Malu, obrigada pelo papo. Vamos marcar mais vezes, viu!?

- Marcamos sim! Mas não esqueça do que lhe falei sobre São Paulo - cumprimentou a cantora com um abraço.

Flávia estava ali, vendo as duas naquela conversa mais íntima e já não estava gostando daquilo. Sabia muito bem que Daniela já tinha tido relacionamento com mulheres. Não daria espaço para que ela se aproximasse de Malu desse jeito.

- Vamos, amor? Tô doida pra tomar um banho e ficar nos seus braços - foi abraçando a mulher.

Malu não entendeu nada daquele comentário, mas não quis questiona-la naquele momento. Se despediu de Daniela e partiram. No carro, vinham falando sobre o evento em si e Malu aproveitou para tocar no assunto final.

- Não entendi seu comentário, Flávia.

- Que comentário , amor?

- O que fez quando estávamos nos despedindo de Daniela. Sabe muito bem que não gosto dessas coisas.

- Ué, só disse que queria vir pra casa pra tomar um banho e ficar com você.

- Sei bem com qual intenção! Daniela é casada e muito bem casada e não tinha necessidade disso. Eu me respeito.

- Não estou falando nada sobre você... - nem olhava para a mulher que vinha dirigindo - mas sei bem como Daniela é! E quer saber? Eu tenho todo direito de sentir ciúmes, né? Ou vai implicar com isso também?

- Eu não estou implicando, estou sendo realista. Eu não te dou motivos para isso!

- Não dá pq realmente não dá espaços, pq muita gente já te paquerou, Malu Verçosa! Não se faz de ingênua, não. Sua linda, maravilhosa! - foi chegando perto da mulher para te beijar o pescoço.

- Para com isso, vai! Eu to dirigindo e posso perder o controle.

- Amo quando você perde o controle, minha mulher!

Sorriram e fizeram amor quando chegaram em casa 🙄 ( reação da autora com essa situação) rs.

Daniela voltou sozinha em seu carro, para sua casa. Estava feliz. Não sabia pq diretamente. Tinha feito uma bela apresentação, mas não era só isso. Sentia uma alegria genuína no seu peito. Se lembrou da conversa que havia tido com Malu... como gostava da companhia dela. Do seu papo, dos seus conselhos, observações... lembrou-se do que ela disse de vir morar aqui em Salvador novamente! Ela foi tão gentil. Nunca ninguém tinha tido esse cuidado especial assim com ela, pelo menos, não como pessoa. Pensaria naquilo, talvez, ela tivesse razão. Mas definitivamente, estava encantada com a forma que a jornalista a tratava, como ser humano e não como artista.