Personagens

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  Vi em minha mesa meu diário, minhas coisas, minha câmera e minha foto que tirei para entregar ao Sr.Jefferson, mas ela estava completamente ridícula, podia ouvir toda a classe rindo de mim se eu mostrasse aquela foto. Peguei minha câmera para fazer uma selfie e o flash de imediato chamou a atenção do professor.


    : - Shhh..., creio que Max acabou de tirar o que vocês jovens chamam de "selfie", uma palavra bem idiota pra uma tradição fotográfica maravilhosa. E Max...tem um dom. Claro, como vocês sabem, o foto-retrato é popular desde o início de 1800, a geração de vocês não foi a primeira a usar auto-imagens para se expressar. Desculpa..., o ponto é que os resquícios de fazer retratos sempre foi um aspecto vital de arte e fotografia, desde seu surgimento. Agora Max, já que conseguiu capturar nosso interesse e claramente quer se juntar à conversa, pode nos dizer por favor o nome do processo que deu início aos primeiros auto-retratos?


  Fiquei meio perdida em relação a minha resposta.


    : - Eu sabia! ... Mas meio que esqueci.


    : - Ou você sabe, ou não sabe Max.


O professor disse mostrando irritação.


    : - Alguém aqui sabe a resposta?


Ele perguntou para a sala e como de se esperar Victoria logo se pronunciou.


    : - Louis Daguerre foi um pintor francês que criou "daguerreotypes" um processo que deu a retratos um estilo contundente e reflectivo, como um espelho.


  Ela era tão insuportável que virou para mim e disse:


    : - Agora você está totalmente presa na Zona Retrô, carinha triste.


  O professor à elogiou e continuou a explicar sobre o assunto.


  O sinal tocou e todos saíram da sala menos Victoria, que não perde uma chance de puxar o saco do Sr.Jefferson, eu e Kate, que por algum motivo continuou ali, ela estava muito quieta e triste então resolvi conversar com ela um pouco.


    : - Oi, Kate!


    : - Oh, Oi Max.


Max:   - Você parece estar bem quieta hoje.


Kate:   - Apenas pensando demais...


Max:   - Entendo. Quer tomar uma xícara de chá e reclamar da vida?


Perguntei para ver se ela se animava, já que estava com uma cara horrível.


Kate: - Obrigada, mas não hoje. Eu tenho dever de casa para fazer.


Max: - Sem problemas. A gente sai depois.


Kate: - Claro.


  Deixei Kate quieta não queria deixá-la mais triste comentando sobre o que estava escrito no papel que a Taylor jogou nela.


"Querida Kate, amamos seu vídeo pornô.  XOXO.

Blackwell Academy".


  Por Deus, eu desejava não ter lido aquilo.

  Fui conversar com o Sr.Jefferson que conversava com Victoria, eu sempre fico tímida e nervosa quando falo com Sr.Jefferson.


Max: - Com licença, Sr.Jefferson, posso falar com você um momento?


  Victoria se intrometeu na conversa como sempre.


   : - Sim, você dá licença pra gente.


  Que raiva me deu dela no momento mas logo passou ao ouvir a resposta que o Sr.Jefferson deu para ela.


      : - Não, Victoria, você nos dê licença. Eu nunca deixaria uma das futuras estrelas da fotografia deixar de entregar sua foto.


  Eu não iria entregar uma foto qualquer estava esperando a foto perfeita.


      : - Ainda não tive tempo... Muita lição de casa.


  Dei uma desculpa qualquer, mas como não sei mentir ele logo sacou:


       : - Max, você é melhor como fotógrafa do que como mentirosa e sei que deve ser um saco escutar um cara velho dando sermão, mas a vida não vai esperar alcançá-la. Você é jovem, o mundo é seu, blá blá blá, certo? Mas você tem um dom, você tem aquela vontade febril de tirar fotos, para capturar o mundo somente da maneira que você o visualiza. Agora, a única coisa que te falta é a coragem de compartilhar esse seu dom com os outros. Isso é o que separa o artista do amador.


  Eu não disse mais nada, suas palavras foram suficientes para me dar motivação para achar a foto perfeita.

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