Aún los llevo
Pasando por la yugular
Y el recuerdo
Se convierte temporal
Quando a luz do sol começou a invadir o ambiente e evidencia a decoração do lugar que transmitia tanto da personalidade de meu filho, quanto da minha nora, percebi que eu deveria reagir.
Comecei então a preparar o café da manhã das crianças e Merlim eu não sabia como contar a eles que os pais que eles tanto idolatravam não voltariam.
Meu coração pesa a cada instante em que penso que Draco não surgirá naquela lareira a qualquer momento e sabendo que preciso me atentar ao que estou fazendo, preparo o café da manhã na maneira trouxa, como Hermione me ensinou atenciosamente anos atrás.
Quando finalmente o relógio anuncia que é hora de acordar Rose e Scorpius, percorro o caminho até seus respectivos quartos lentamente, quase que como tentando adiar o inevitável o máximo possível.
Ao adentrar o quarto de minha única neta, é impossível não observá-la com ternura e lembrar dos primeiros anos de meu casamento, quando eu sonhava com uma garotinha.
A medida que caminho em direção à cama de Rose, deixo o passado para trás e observo os últimos instantes de inocência de minha pequena flor, dormindo com seus cachos castanhos, poucos tons mais claros do que o de sua mãe, espalhados delicadamente sobre o travesseiro.
Ao sentar na beirada da cama, um suspiro resignado me escapa e lentamente levo minha mão direita em sua cabeleira castanha e acaricio suavemente seus cachos macios. Ao mesmo tempo, um nó se forma em minha garganta enquanto luto para encontrar as palavras certas para compartilhar essa dolorosa verdade com minha pobre neta.
_Florzinha... –A chamei e só então percebi o quanto minha voz estava rouca e trêmula –Há algo que eu preciso lhe dizer.
Logo percebo ela piscando sonolenta, seus olhos no autêntico cinza Malfoy me fitam em confusão e como dói ver os olhos do meu filho refletidos em minha neta.
_Vovó? –Rose murmura suavemente e com certa confusão –O que aconteceu?
Tentou inutilmente sorrir na intenção de acalmá-la, mas acredito que meu rosto expressa mais uma careta ao sentir meus lábios tremeram ligeiramente e sei que ela notou a estranheza disso, pois logo ela está se sentando na cama e segurando minhas mãos com firmeza.
_Querida Rose... –Digo lutando para conter meu soluço, mas ainda assim minha voz soa embargada –Não é fácil o que direi, mas saiba que você pode contar comigo para tudo.
_Vovó... –Ela diz e seus olhos estão brilhantes por lágrimas que sei que estão prestes a cair, acredito que ela saiba antes mesmo que eu possa dizer.
Engolindo em seco e de repente sentindo uma dor que nenhuma mãe deveria sentir, digo:
_Seus pais sofreram um acidente... eles não sobreviveram, querida.
Quase que em câmera lenta vejo minha neta brilhante prender a respiração por alguns segundos antes que as lágrimas escorram livremente por sua face e seus soluços ecoarem pelo quarto pintado de lilás fazendo com que eu não tenha outra escolha a não ser lhe puxar para meu colo e deixar que ela chore envolta em meus braços.
Por quase meia hora deixo Rose se agarrar a mim, soluçar e gritar contra meu peito até que não há mais ruídos no cômodo além de eventuais fungadas.
_Não contenha suas emoções Rose... –Digo suavemente enquanto acaricio seus cachos selvagens –deixe-as fluírem, querida.
Com uma voz suave consigo dizer sem titubear:
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Fantasmas - Lucissa
FanfictionEm "Fantasmas", o destino tece uma trama intrincada que une Narcisa e Lucius Malfoy em uma jornada de redenção, perdão e amor incondicional. Após uma década de separação, Narcisa e Lucius Malfoy são obrigados a se reunirem em razão da morte trágica...