5.

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A última opção de shota foi ligar, fazer aquela maldita ligação com qual acabou com seu relacionamento.

–Keeho, eu acho que to tendo crise e... –Dizia até ser cortado pelo tal do outro lado de ligação, que riu alto como se não tivesse escutado, a respiração desregulada e o choro de shota não era algo difícil de ser escutado, mas o barulho alto do outro lado da ligação de keeho fazia com que o mais alto não ouvisse, mas no final, ouvindo ou não, sua reação mudaria quanto a aquilo?.

–Shota. Quantas vezes vou avisar que não posso te atender?, se for me ligar me mande mensagem antes avisando, eu to com o Theo, não posso te atender agora, me liga outra hora. Posso escutar sobre seu dia a qualquer momento, você tem que parar de achar que eu só tenho você na minha vida, eu converso com mais pessoas do que você, não posso te atender o dia todo, Shota. –Dizia como se estivesse cansado e em um tom de desdém, fazendo com que Soul chorasse ainda mais do outro lado da ligação, as lágrimas caiam ainda mais desesperadamente e o choro aumentava o som, as pernas do japonês tremiam do outro lado da ligação enquanto as de Keeho se mantinham confortavelmente sentadas no sofá, com a cabeça de Theo apoiada em cima enquanto recebia um carinho curto em seus fios.

–Keeho, merda. Eu só to pedindo a porra de um minuto para você me escutar!, que merda!, eu to fudido. Muito muito fudido eu preciso conversar e- –Novamente foi cortado pelo maior, que bufou irritadamente do outro lado da chamada, Shota só queria o mínimo de atenção, e nem necessariamente uma atenção, só precisava ser escutado, mais especificamente escutado pelo namorado.

–Shota, eu chego hoje umas dez da noite em casa, quando eu chegar a gente conversa, sinceramente, você não é minha prioridade agora. –Falou de forma seca e logo a chamada foi encerrada, fazendo um riso escapar de seus lábios e voltar a atenção toda para Theo, que não tinha noção da gravidade da situação.

Shota chorou, desesperou e surtou, a forma como se mantinha desregulado em tudo, o desespero, a cede de pelo menos um abraço crescia dentro de si, tinha outros amigos, mas não era deles que precisava naquele momento, a única pessoa que queria que estivesse lá para lhe ajudar e lhe ver naquele momento de fragilização era seu namorado, que estava agindo mais como um ficante qualquer.

Não tinha com quem desabafar, não tinha com quem finalmente deitar e chorar, o homem que antes faria de tudo para não ver o namorado chorar e ter uma crise agora estava basicamente debochando da situação, o que fazia o pequeno japonês se sentir fútil, se sentir usado, como se sua validade já tivesse passado, Shota sentia que se fosse Theo em um momento como aquele, Keeho seria o primeiro a correr ajuda-lo.

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