CAPÍTULO DOIS

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Terror

O abracei como se fosse a primeira e a última vez, afinal, depois de tudo aprendi que realmente pode ser que seja. O levei para um passeio pela cidade e paramos já à beira da noite em um parque, um lago, ele quis se sentar à grama e olhar a água.

--- Às vezes penso que alguém pode já ter morrido aí --- ele ri envergonhado --- Desculpe, estou cansado, não costumo falar coisas naturais.

--- É algo até comum de se pensar, existem pessoas escondidas em qualquer lugar por essa cidade e nos não sabemos --- devolvi o sorriso.

--- Como conheceu o Chris?

Agora é torcer para esse Australiano não contar uma história diferente e acabar com tudo.

--- Eu vim á trabalho para a Coreia e acabei conhecendo ele, vim esse ano, inclusive.

--- Ah, onde você trabalha?

--- Em uma loja aqui perto, posso te levar lá outro dia.

Eu não levaria.

--- Mas você é tão ocupado que presumo que não consiga ir --- completei por final.

--- Não é para tanto. Às vezes, realmente.

--- Posso te acompanhar até sua casa se você permitir.

--- Claro que sim! --- eu o vi quase saltar de alegria, eu sorri no mesmo instante --- Quer dizer, tudo bem. Você tem casa por aqui?

--- Não, não, estou na casa do Christopher até conseguir uma.

--- Se quiser mudar o cenário, passa lá em casa, vai ser bom ter você por perto.

Eu fiquei curioso com sua afirmação.

--- Por que?

--- É, bem, as vezes eu sinto que acontece coisas naquela casa, como se eu sempre estivesse sendo observado. Eu já cheguei a perguntar a MinHo se era algo, ele me disse que não, principalmente por parte de um espelho que eu encontrei dentro daquela casa. É estranho, preciso te levar lá, você vai gostar.

As coisas do antigo dono, óbvio, as minhas coisas. Eu o observei por todo esse tempo, achei fofo ele ter percebido.

--- Vou gostar de que, exatamente?

--- Você sempre gostou de coisas assustadoras e tem um lugar naquela casa que me dá calafrios! --- ele disse animado --- Nunca consegui mecher em nada naquele lugar, eu mudei a casa toda, joguei tudo fora, mas aquele espelho e aquela última porta na cozinha são como meus bens mais preciosos, eu mal consigo me aproximar sem sentir um vazio angustiante em meu peito, como também não consigo me desfazer do espelho e tão pouco olhar nada do que tem atrás daquela porta.

--- Que assustador --- murmurei pensativo. Como eu faço ele desistir dessa ideia, ou melhor, como conto a ele?

--- Ahh, esqueci de perguntar, como foi para você conhecer Changbin e MinHo?

--- Ah, bem, eu meio que já os conhecia e eles me odiavam.

--- Como assim?

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