03 | Um outro olhar - final

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Lee Sunmi tentou manter a postura amedrontadora de Jinx, mas era difícil quando se tratava de uma situação no qual tinha que seguir um desconhecido em um lugar que ficava mais sombrio à medida que avançavam.

Não era à toa que Sunmi tinha fracassado na sua carreira de atriz. Era comum que cantoras, lá pela casa dos trinta anos de idade, tentassem outros nichos artísticos para se manter em alta. Alguns se apaixonam pela profissão de tal forma que nunca mais voltaram à carreira musical. Sunmi queria muito ter dado certo como atriz, mas suas habilidades se concentraram apenas no canto e dança.

Cantar exigia certo treino de fôlego, e Sunmi até que se garantia nesse quesito. O único problema era seu corpo ser tão flexível como antes. Provavelmente, as sequelas foram resultados do último grande embate, quando a verdadeira Jinx matou Silco.

Mesmo com o corpo dolorido, Sunmi continuava com o estado de alerta. As ruelas escuras pelas quais caminhavam, tinham várias saídas, que seriam de grande utilidade para uma fuga de emergência.

O maior problema é que os becos não estavam exatamente vazios. Pessoas se amontoavam em meio aos resíduos. Era uma cena triste, porque replicava bem a realidade de qualquer cenário de Seul ou outra cidade. A pobreza era um problema até mesmo em um mundo ''idealizado''.

— Jinx. – chamou o homem. — Por que parou?

— São os devaneios. Sequelas da explosão.

— Que bom, porque achei que estivesse com pena dos viciados.

Sunmi chegou a morder a língua pra não responder aquele homem. Queria protestar, e talvez até brigar com aquele homem. Por um momento pensou até em atirar, entendeu o motivo de Jinx ser tão explosiva.

Talvez estivesse se tornando como a Jinx sem nem perceber, mas aquela hipótese lhe fez surgir uma ideia em sua mente.

— Teodore. – Chamou.

— Sim?

— Como minha mente ainda não está restabelecida por completo... vou precisar que senhor me mostre os ambientes.

— Não se lembra onde está a sala de reuniões?

— Não... nem mesmo onde está guardado o carregamento de cintila. – Pigarreou. – Vou precisar de uma.

— Quantas quiser. – O homem maneou com a cabeça. – Me acompanhe.

Conforme os dois avançavam o lote de escadas do prédio, mais guardas surgiam. Eram guardas particulares, sem uniforme. Mas todos cumprimentaram Teodore, e principalmente Jinx.

Teodore só parou quando chegou próximo a uma porta entalhada de madeira, que surpreendentemente não contava com escolta humana. Apenas uma estátua de leão, com a bocarra aberta, guardava o local.

O homem pegou uma adaga do cinto e cortou a mão. O sangue escorreu na boca de pedra do leão, e que destravou a porta de madeira, revelando um ambiente escuro. A única coisa ali que brilhava, era o azul da cintila, que estava fragmentada em vários frascos distribuídos em estantes de alcançavam o teto.

— Pode pegar o quanto quiser. – O homem incentivou.

Sunmi deu alguns passos pra frente e pegou alguns frascos de cintila e colocou no bolso do coldre da cintura. Aquela foi a brecha perfeita para que ela pudesse pegar uma bomba que estava no coldre sem que Teodore percebesse.

Sem pensar muito, Sunmi tirou o lacre da granada e jogou a frente.

Os pontos brilhantes de cintila se tornaram uma névoa junto com explosão. Sunmi foi jogada em uma parede, e seu grito de dor foi a última coisa que ela conseguira falar, ainda que de modo inconsciente.

Adopting my Destiny » Jinx (LOL)Onde histórias criam vida. Descubra agora