19 • O melhor dia de nossas vidas.

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─ Como você tá, maninho...?

Niki perguntou em baixo tom de voz, agora adentrando o quarto onde Sunghoon havia sido alocado. Sunoo estava em uma poltrona ao lado da maca do amado, este que se encontrava adormecido. No meio tempo que foi liberado para receber visitas e Sunoo teve aquela crise horrenda, acabou dormindo.

O Kim tinha um olhar vago, indecifrável, praticamente vazio. Mas uma de suas mãos segurava a mão de Sunghoon, e a outra tinha um curativo no braço. Lhe aplicaram uma injeção de sedativo, não uma quantidade para perder a consciência, mas que lhe deixasse mais calmo, quieto.

Deu de ombros quando escutou a pergunta do irmão.

─ Eu não sei... ─ Finalmente disse, lentamente, baixando o olhar para as próprias coxas. ─ Sinto vontade de chorar, o bolo na garganta, mas não consigo. Não sai nada. Toda vez que olho para ele e me lembro do que o médico falou... ─ Quase em jus ao que disse, olhou para o amado. ─ O mundo fica em silêncio pra mim.

Deitou a cabeça para trás na poltrona, fechando os olhos por algum tempo. Niki só fazia observá-los, o sentimento ruim que pairava no cômodo era quase palpável. Se aproximou do irmão e abriu o pacote que trazia consigo, tirando de dentro um copo térmico.

─ Trouxe um milkshake de morango pra ti... É o seu favorito. Toma alguma coisa, vai, você já está fraco.

─ Tudo bem...

Concordou e só ali soltou a mão de Sunghoon, para segurar o copo com ambas as mãos, começando a tomar aos poucos com um canudo. Ficaram apenas em silêncio, Niki foi se sentar em um sofá no canto do quarto, que por sinal era bastante espaçoso e confortável, com um banheiro incluso igual a todos. Deu uma boa olhada em volta, como se analisasse.

─ Você... Realmente falou sério quando me prometeu que eu ainda vou me casar com o Hoon?

Como se lesse a mente do mais novo, Sunoo perguntou depois de uns instantes.

─ Falei, hyung. Não precisa ser adiado porque ele está internado... Talvez pudéssemos... Adaptar o local, somente. ─ Se levantou, para andar mais pelo local. ─ Não poderíamos ser barulhentos demais porque ainda estaremos em um hospital, mas a Rosé conhece o dono daqui, talvez permitisse mais visitantes pro Sung que seria os nossos amigos de convidados, o cerimonialista e o oficial do cartório que vai autenticar a união.

Sunoo pensou por um pouquinho, em silêncio, ainda bem lento.

─ Eu posso falar com o Hoon... Quando ele acordar. Temos que ver se ele estaria bem no dia, também. E tudo mais. Será que ele quer?

─ Não sei, mas se vocês realmente não quiserem adiar, podem fazer dessa forma. Não é um obstáculo que vai fazer vocês perderem oportunidades de realizarem seus objetivos. Vocês vão se casar, se amam acima de tudo, com força de vontade vai ser possível.

Garantiu, olhando para o irmão após se sentar novamente naquele sofá.

─ O quarto do Hoon é bem mobiliado e arrumado, tem espaço e comodidade. Caberia todos os que precisassem estar aqui.

─ Você está certo, Riki... A gente pode fazer acontecer, mesmo que não seja num lugar totalmente ideal.

─ Eu estou. ─ Niki olhou o celular, para checar as horas e depois voltou o olhar para Sunoo. ─ É quase seis da noite... Pelo visto você não trouxe nada maninho, vai passar a noite com ele aqui?

─ Eu quero. Eu... Preciso. Ao menos essa primeira noite, preciso passar um tempo com ele... Acho que assim eu consiga me acalmar um pouco por dentro. Não sei.

O Garoto das Borboletas 🦋 | SunSunOnde histórias criam vida. Descubra agora