7

7 0 0
                                    

Elizabeth.

À medida que os dias foram passando, percebi que Iago não mencionava mais aquele momento que ocorreu na biblioteca até parece que ele tinha esquecido. Ele agia como se nada tivesse acontecido, o que, de certa forma, aliviava minha mente, pois eu mesma não sabia como responder a essa situação inesperada. No entanto, com o passar do tempo, comecei a notar uma mudança sutil em meus sentimentos em relação a ele. Não o via mais apenas como um amigo, mas de uma maneira diferente, com um olhar mais atento e curioso. Essa nova perspectiva despertou uma série de questionamentos dentro de mim, fazendo-me refletir sobre o que realmente estava acontecendo. Será que esses sentimentos eram apenas passageiros, ou havia algo mais profundo surgindo? O tempo diria, mas uma coisa era certa: algo havia mudado em minha percepção de Iago, e eu estava com medo de descobrir o que realmente era.

_ Elizabeth, você está me ouvindo?

Uma voz me tirou dos meus pensamentos.

_Sim, o que foi?.

Perguntei à minha colega de classe que estava sentada ao meu lado na arquibancada. Estávamos assistindo a uma partida de futebol no campus. Entre os jogadores estava Iago, e minha colega me convidou para assistir com ela, já que o namorado dela estava jogando.

_Estou te chamando há um tempão e você está ali, hipnotizada pelo Iago ou pelo abdômen sarado que ele tem.

_O quê? Claro que não! Iago é meu melhor amigo.

_Isso não te impede de admirar aquele abdômen sarado dele. Tenho que admitir, ele está em forma e é muito bonito. Não é à toa que muitas meninas da faculdade dão em cima dele.

_Cuidado para o seu namorado não ouvir.

_Ele não precisa saber. O que é bonito é para se admirar, ou melhor, para se mostrar."

Eu não a respondi.

_Mas, falando sério, você não acha o Iago bonito?

_Por que essa curiosidade toda?

_Por nada, só quero saber.

_Sim, ele é bonito.

_Eu sabia! Você gosta dele, não é? É por isso que não consegue tirar os olhos dele.

_Para de falar e presta atenção no jogo.

Depois disso, a conversa morreu. Poucos minutos depois, a partida acabou e Iago veio em nossa direção, acompanhado de um rapaz que eu deduzi ser o namorado da Hellen. Ela desceu da arquibancada, correu até ele e o abraçou, beijando-o logo em seguida. Senti como se estivesse segurando vela.

_Oi, amor.

Ouvi o garoto dizer, mas não prestei muita atenção neles. Meus olhos estavam fixos em Iago, que estava a poucos passos de mim.

_E então, o que achou do jogo?

_Não entendo muito, mas é bom para admirar a vista.

Brinquei.

_Isso quer dizer que você estava me admirando?

Por que ele tem que dizer essas coisas? Sempre que ele fala assim, sinto meu coração acelerar.

_Eu... Não... Quis dizer... Você.

Gaguejei. Acho que ele percebeu.

_Não precisa ficar nervosa, só estou brincando.

_Humm, sei.

_Vem aqui.

Desci da arquibancada e parei bem na frente dele. Iago passou o braço pelo meu ombro, como sempre costumava fazer.

_Vamos indo, antes que a Lua apareça por aqui.

_Certo, mas se afasta um pouco, você está todo suado.

_Oxi, você nunca reclamou. Por que está fazendo isso agora?

_Você está suado e fedendo, é por isso que estou reclamando.

_Deixa de besteira.

Ele disse.

Continuamos caminhando juntos, com Iago mantendo o braço em volta do meu ombro. Mesmo que ele estivesse suado, eu não me importava. Só falei para implicar com ele. Gosto de sentir sua proximidade, é reconfortante de alguma forma. Enquanto caminhávamos, comecei a questionar os sentimentos que estava tendo. Será que era coisa da minha imaginação?

Enquanto caminhávamos, conversamos sobre assuntos aleatórios, tentando desviar o foco do momento constrangedor anterior. Eu ainda estava um pouco nervosa, mas a presença de Iago ao meu lado me acalmava, mesmo que ele fosse a causa dos meus conflitos internos. Por um momento, decidi esquecer esses pensamentos e me concentrar no presente. Afinal, éramos apenas dois amigos caminhando juntos, como sempre fazíamos. Era algo normal, mas comecei a perceber que para mim, talvez não fosse mais tão normal assim.

Continuamos nosso caminho, rindo e conversando sobre coisas aleatórias. A cada passo, eu me sentia mais próxima de Iago, o que era ao mesmo tempo assustador e excitante. Eu não conseguia evitar, cada vez que ele sorria ou tocava em meu ombro, meu coração batia mais rápido.

_Você está bem, Elizabeth?.

Iago perguntou, interrompendo meus pensamentos.

_Hmm? Sim, estou bem. Por quê?

_Você parece um pouco distraída.

_Não, não, estou bem. Só pensando em algumas coisas.

Respondi, tentando desviar o assunto.

Ele me olhou por um momento, como se tentasse entender o que se passava na minha cabeça. Então, ele sorriu e balançou a cabeça, voltando a olhar para a frente.

_Se você diz.

Passamos o resto do caminho em silêncio. Não era um silêncio desconfortável, mas sim um daqueles silêncios pacíficos que só se pode compartilhar com alguém realmente próximo. Quando chegamos ao vestiário, Iago me deu um abraço de despedida, me deixando um pouco tonta.

_Nos vemos amanhã, Elizabeth.

_Sim, até amanhã, Iago."

Ele se afastou com um aceno e eu fiquei ali, olhando-o se afastar. Meu coração ainda estava batendo rápido e eu não conseguia evitar o sorriso que se formava em meu rosto.

Eu estava apaixonada por Iago. A realização atingiu-me como um soco no estômago. Eu não sabia o que fazer com esse sentimento, mas sabia que não poderia ignorá-lo. Eu teria que enfrentá-lo, cedo ou tarde.

Mas por enquanto, eu decidi que iria apenas aproveitar a sensação. Afinal, quem sabe o que o amanhã traria? Eu poderia me preocupar com isso mais tarde. Por enquanto, eu só queria me lembrar do sorriso de Iago e da sensação do seu braço ao redor do meu ombro.

Com esses pensamentos, entrei no meu quarto, pronta para enfrentar o que viesse pela frente.

.
.
.
.
Continua....

Traída( Em Breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora