Perfect words

Uma luz na escuridão

Num hotel de beira de estrada caindo aos pedaços, num quarto em um estado ainda pior, com paredes mofadas e descascando. Onde havia somente um único hóspede em todo o lugar, uma mulher, que dormia numa cama velha e mofada, porém limpa e estranhamente confortável. Suava frio, rolava de um a outro da cama que estalava e rangia a cada vez que ela se mexia em espasmos violentos, e ao seu lado havia uma espada posicionada perigosamente perto de si. Ela parecia sonhar, em seu sonho estava sendo arrastada por um beco sujo e escuro com viciados e mendigos revirando o lixo, de repente se viu em frente a uma porta de aço enferrujada pela umidade. Sua visão se turvou encontrando-se diante de um homem o qual o não podia ver o rosto, o homem a segurava pelos cabelos, tentou libertar-se de seu agarre, então ele lhe deu um soco no estômago e desmaiou.

Quando acordou um tempo depois, havia uma mulher de olhos amarelos brilhantes com fuzil nas mãos guardando uma porta, ela os observou por um instante e logo abriu a porta. Ao entrar foram guiados por outra mulher que tinha um chifre só no centro de sua testa até uma sala, lá sentado entre duas mulheres estava um homem. No lugar de um de seus olhos haviam um par protegeis oculares, seus braços também eram robustas protegeis que não pareciam ser de uso civil. Estava vestindo um casaco sem mangas e uma regata que em sua estampa dizia "I am the greatest", e uma calça jeans justa com botas de couro.

Olhava em volta, era tudo tão escuro, mas podia observar os olhares e sorrisos malignos dos homens e mulheres que estavam ali. Clamou ao o homem que a acompanhava em uma súplica desesperada por ajuda, mas seu apelo caiu em ouvidos surdos, o homem a quem se agarrava lhe disse algo, mas não conseguia escutar o que lhe era dito, só via seus lábios se mexerem se produzir nenhum som. De repente foi agarrada pelos cabelos novamente e arrastada com violência, quando voltou seus olhos para o homem na esperança de que ele a ajudasse, ficou em choque ao vê-lo receber uma sacola de plástico com algo brilhante dentro, o homem sorriu. E a porta se fechou, finalmente percebeu que ele não se importava com ela, não ele nunca se importou e não faria nada para salvá-la do cruel destino que a aguardava naquele lugar.

Caindo em um profundo desespero ela simplesmente desistiu e podia chorar, escutou o trinco da porta travar, sua mente entrou em estado de emergência fazendo com que os instintos de sobrevivência a fizessem lutar. Porém foi em vão já que a desacordaram com um golpe na nuca, quando recobrou a consciência viu-se em um quarto estranho e vestida com roupas sexy e reveladoras demais para uma criança. Ficou envergonhada e usou um cobertor para se cobrir e esconder-se, escutou a porta atrás de si, se abriu, olhou para trás rapidamente viu um homem alto e um pouco acima do peso com roupas chiques. Um alarme soou na sua cabeça fazendo ela se afastar dele, o homem fechou a porta e se aproximou dela com expressão serena e gentil dizendo que não faria mal. Mas quando estavam próximos o suficiente ele arrancou o cobertor dela e a jogou na cama a assustando, ele riu regozijando-se com medo, arrancou sua roupa mesmo com ela chorando e implorando, não parou, e no fim a estuprou.

Despertou rapidamente empunhando sua espada, apontou-a para o nada como se alguém estivesse ali, por lembrar do que tanto tentou esquecer e agora isso voltava para a atormentar. Os alarmes em sua mente disparavam e seu corpo estava em alerta mesmo sem ameaças presentes, pensou que nunca teria problemas com isso novamente, que já havia deletado essa merda da sua memória permanentemente há dois anos, mas parece que isso não aconteceu. Uma notificação em seu celular chama sua atenção e a tirando-a desses pensamentos incômodos, pois acabara de receber um trabalho, eliminar um certo ministro corrupto do parlamento, e o pagamento era bom, muito bom para ignorar, então decidiu aceitá-lá. Mas quando olhou bem para a foto do alvo, reconheceu o homem na foto imediatamente e um macabro e aterrorizante sorriso se formou em sua expressão sombria. Um sorriso coroado por enormes presas afiadas e pontiagudas com adagas, brilhando com a escassa luz do ambiente que mostravam sua sede por sangue.