1 - A primeira missão

11 2 0
                                    

Uma hacker e um espião. Dois parceiros de equipe que não se davam nada bem. Por que? Bem, eles competiam para ver quem era o melhor em tudo, desde postura até precisão do tiro. Natasha, ou N4T4SH4, a hacker, sempre ganhava do espião Ace, que consequentemente ficava bravo toda vez que isso acontecia.
Natasha tinha cabelos pretos com mechas vermelhas, tinha olhos castanhos e sempre usava cabelo preso. Ace era loiro de olhos azuis, bem musculoso. Ambos tinham 25 anos.
“Ganhei de novo. 50x0.” – Natasha disse com um sorriso orgulhoso.
“Eu ainda ganho de você...” – Ace respondeu com uma expressão claramente irritada.
“Duvido.”
“Meu...” – Ele respira fundo – “Melhor eu não falar.”
“Começou, termina. Vai.”
“Eu sei muito bem que você sabe o que eu ia falar.”
“Eu quero ouvir de você, porque eu falo direto. Mesmo não tendo.”
“Meu pau no teu ouvido...” – Ele fala bem baixinho.
“Finalmente você falou. FINALMENTE.” – Ela começa a agir como se fosse um milagre.
“Quer parar de fazer drama?”
“Mas é um evento RARÍSSIMO!”
“Não é.”
“É sim.”
“Nem vem.” – Ele disse, irritado.
“Venho, e venho linda.” – Ela riu.
Ace não queria admitir, mas quando ela não olhou, ele deu um leve sorriso. A risada dela era... bonita.
“Aliás, tá aqui o envelope das informações do cara lá que você precisava.” – Ela disse enquanto dava um envelope selado para ele.
“Obrigado.”
“Nada, guri.”
“Para com isso, você não é gaúcha. Você é paulista.”
“Ah, mano... Me deixa.”
“Não deixo.”
“Por que? Não sou sua.”
“P-porque...é... porque é estranho.”
“Gaguejou por que?”
“Nada.”
“Tá bom.”
Ace não havia percebido, mas ela sim. As orelhas dele estavam ficando vermelhas.
“Ace.”
“Oi.”
“Suas orelhas estão vermelhas. Tá com febre?”
“Não.” – Ele disse, escondendo as orelhas.
“Tá vermelho por que, então?”
“Estou com calor.”
“Ace, tá 11ºC aqui dentro e lá fora.”
“Então acho que é febre mesmo.”

Então, um homem chegou ao lado de Natasha. Ele tinha cabelos pretos curtos levemente bagunçados, era bem alto e usava um brinco com um pingente vermelho no ouvido esquerdo, e sempre estava de roupa social e luvas. Esse era o  parceiro deles, Apollo (25 anos). Ele amava a Natasha, e ele e o Ace faziam uma guerra secreta por ela entre si.
“Bom dia.” – Ele disse, olhando para Natasha e sorrindo.
“Bom dia!” – Ela respondeu com um sorriso grande.
“Prontos para a missão de hoje?”
“Sim!” – Natasha e Ace respondem em conjunto.
“Aposto que eu mato mais e pego o objeto sagrado primeiro.” – Natasha disse, baixinho. Ace acabou ouvindo.
“Eu que vou.”
“Não vai não.”
“Vou sim.”
“Se isso acontecer chove canivete, a cobra fuma, vaca tosse e cai uma tempestade que vai alagar o deserto do Saara.” – Natasha diz, brincando.
“Então se prepara.”
Os três vão até a base inimiga, que tinha vários seguranças em volta. Eles entraram com sucesso na sala onde estava o objeto, mas são emboscados por dez seguranças. Natasha, sem perder tempo, jogou algo quase invisível em seis deles, que caíram no chão pouco após isso. Ace e Apollo se entreolharam, confusos mas decidiram não questionar. Os dois mataram o restante enquanto Natasha pegou o objeto sagrado. Eles então escaparam rapidamente de lá e foram para o carro, Ace no banco de trás, Natasha no do passageiro e Apollo dirigindo.
Objetos sagrados, objetos que possuem um poder muito grande. Uma pequena parcela desse poder pode matar milhões de pessoas em segundos. A CR1MS0N – empresa em que os três trabalhavam – usava esses artefatos para criar armas. Geralmente adagas e armas de fogo, que ficavam com vinte vezes mais poder do que uma convencional. Além de atirarem mais rápido e perfurarem com mais facilidade, caso uma pessoa que não seja o dono ou seja da lista de confiança do mesmo, ela queima gravemente tudo e todos que tentarem pegá-la.


“Aliás, Nath, o que foi que você jogou nos seguranças pra eles caírem assim?” – Ace pergunta a Natasha, curioso.
“Ah, agulha com batracotoxina.”
“Batra-o-quê?”
“Batracotoxina. É um veneno que pode matar em menos de um minuto.”
“E de onde raios você conseguiu isso?!”
“De um sapo.”
“Espera, de um sapo?”
“É, ué. Esperou que fosse o que, água sanitária com detergente e uma pitada de sal e pimenta?”
“Não, claro que não. É que eu... deixa.”
“Ah, e tá 51x0 agora.”
“Que saco...” – Ace murmura. Ele perdeu de novo.

Apollo ri da conversa dos dois enquanto chegam rapidamente na empresa. Eles saem e vão direto para a sala do chefe, o qual ninguém sabia o nome – chamavam ele de Asmodeus, ou Asmo para os mais íntimos. Apollo bate na porta, e os três entram. Natasha coloca o objeto sagrado na mesa do chefe, e dá um passo para trás, ficando ao lado de Ace e Apollo.

“Aqui está o objeto que pediu, senhor.” – Natasha diz, num tom sério.
“Muito obrigada, Natasha, Ace e Apollo. Fizeram um bom trabalho hoje.”
“Obrigada, senhor.” – Os três agradeceram juntos e saíram da sala.

Natasha soltou um sorriso e deu pequenos pulos, feliz. Era incrível como ela mudava de expressão em segundos.

“A gente conseguiu!” – Ela disse entusiasmada, abraçando os dois. – “Agora eu vou descansar, minhas costas estão me matando...”
“Ah, tá bom... Bom descanso, Nath. Te ligo se fizer merda, e vice-versa.”
“Tá bom, xaropinho. Descansa também. E tenta não fazer merda.” – Ela sorri e vai para seu quarto.

Ace faz o mesmo, e assim que tranca a porta de seu quarto, suas bochechas ficam cor-de-rosa. Ele não parava de pensar no sorriso dela. Aquele sorriso que fazia ela parecer mais bonita ainda, que deixava ele com milhões de borboletas. Nem dormir ele conseguia, ficava andando pelo quarto pensando o que faria quando encontrasse ela novamente. O que falaria? Como falaria? Será que flertava? Ou ficava neutro? Essas perguntas enchiam a mente do jovem adulto, que ficava mais feliz a cada segundo, querendo vê-la o mais rápido possível. Já estava ficando com saudade dela, daquele sorriso, do charme dela, e da boa memória, para lembrar a pontuação deles. Como seria bom se ela gostasse dele também...

Amor MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora