4 - Em coma

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Era dia 18 de junho, Dia de misericordiam mortuis. Um dia onde se faziam homenagens aos agentes mortos, todos se reunindo e fazendo uma grande festa. Natasha estava se arrumando no quarto de Ace, pois já tinha tudo que precisava lá. Seu vestido vermelho, seu salto alto, maquiagem e claro, o Xaropinho.

Os dois se arrumaram juntos, Ace ajudando Natasha a colocar seu vestido e ela ajudando ele a dar o nó da gravata. Enquanto ela fazia o cabelo, eles continuavam com as fofocas. Terminaram de se arrumar em uma hora, e foram para o salão.

"Como eu tô?" - Ela pergunta.
"Tá ótima, Nath."
"Valeu, Xaropinho."

Os dois chegam lá de mãos dadas, e Apollo corre para eles.

"Ah, então, eu, uhm, queria me desculpar por ontem."
"Faz isso de novo e eu como seu coração como recheio de croissant." - Natasha diz, ameaçando ele.
"Tá bom, prometo."

Ace deu um sorriso de leve, e os dois foram mais ao centro do evento. Beberam um pouco - que podiam graças a tolerância alta a álcool - e conversaram. O trio estava normal novamente.

"Sabem aquela minha tia doidona chapada lelé da cuca?" - diz Ace.
"Sei, aquela que te chamou de maconheiro." - Apollo respondeu, ficando curioso.
"Ela estuprou o próprio filho."
"COMO ASSIM?!" - Natasha e Apollo exclamam, tentando não chamar atenção.
"Fala mais baixo! Mas continuando, ela até abortou depois. E o filho gostou, e queria transar de novo. Eles estão nisso por quase três meses, foram uns dez abortos até agora."
"Mas isso não é incesto?" - pergunta Natasha.
"É."
"Tem que enfiar uma bíblia no cu, só assim pra melhorar..." - Apollo comentou, chocado.
"Ela enfiou já... Triturou tudinho, usou de papel machê e enfiou dentro de um pau de borracha."
"Oi?"
"Eu não disse nada, ein?"
"Disse o que?" - Diz Natasha, fingindo que nada aconteceu.
"Ele disse alguma coisa?" - Apollo olha para Natasha.
"Não." - Natasha diz, olhando para Ace e segurando o riso.

Os três riram pela tarde inteira. Foi então que chegou a hora da cerimônia dos mortos, onde se abria uma carta deixada para trás pelos que mais agiram pela empresa. Um deles era o namorado de Apollo, que havia morrido após falhar em uma missão.

'Queria agradecer pela pessoa que me acompanhou em tudo isso, me ajudando até a escrever. Muito obrigada, Ace. Por ter me ajudado e por ter sobrevivido.
Mark.'

Espera, ele disse Ace? Apollo sentiu seu sangue ferver, nunca achou que seu falecido namorado agradeceria a Ace, e não a ele. Tinha que ser o loirinho, arruinando tudo, todos os planos dele.
Ele, com raiva, andou agressivamente para as escadas, seu rosto vermelho de ódio. Natasha foi atrás dele, se preocupando.

"Ei, Apollo, espera! Tenho certeza que tem uma carta dele pra você!"
"Sai da minha frente, puta." - Apollo, agindo no ódio e sem um pingo de razão alguma, empurra Natasha, que caiu do longo lance de escadas. Quando percebeu, era tarde demais. Natasha estava sangrando no chão.
Ace correu assim que sentiu o cheiro de sangue, vendo a cena em choque e horror. Ele olhou para Apollo com um olhar mortal, depois começou a cuidar do ferimento de Natasha.

"Nath, tá me ouvindo?" - Ace perguntava desesperadamente a Natasha, que estava desacordada.
Chamou o médico da empresa, que cuidou dos ferimentos dela. Natasha acabou entrando em um coma curto, devido as fortes pancadas que acabou levando na cabeça. Ace não saía do lado dela, e nem deixava Apollo entrar.

Ace costumava a falar com Natasha em diferentes línguas que eles entendiam, tentando de algum jeito alcançar o subconsciente dela.

"おはようございます、Nath。早く目が覚めるといいですね. Je voulais m'excuser de ne pas être là pour te protéger. J'aurais dû vous suivre plus vite. Amo te, expergiscere." - Ace sussurrava, chorando. O que ele fez para merecer isso?

*********QUEBRA DE TEMPO**********

Se passara um mês, e Natasha havia acabado de acordar. Ace, que chorava de tristeza, agora chorava de felicidade. Os dois se abraçaram forte, sorrindo.

"Que bom que você acordou, Nath.."
"Bom dia, Xaropinho." - Ela dizia sorrindo.
"Eu senti sua falta."
"E eu senti a sua também. Por quanto tempo eu fiquei desacordada?"
"Um mês."
"Belez- Espera, um MÊS?"
"É..."
"Eu vou matar aquele puto do satélite..."
"Desculpa por não ter conseguido te proteger."
"Ace, tá tudo bem. Não foi culpa sua, tá? Não se culpa por isso, é culpa daquele desgraçado desalmado sem amor de mãe."
"Você tá mesmo com raiva dele, né?"
"Tô mesmo, aquele puto, desgraçado, caralhento, infernal, desmiolado, esquizofrênico, cuzão, vai chupar a rola do teu pai, sem amor de mãe, chupa cu, baba ovo, descarado, se fode bem e esfola a cara no asfalto com tudo depois de ser atropelado por um caminhão de três metros de altura, burro nem estudou nessa porra, merdinha, que dá o cu todo o dia por atenção, vai se foder feio lixo podre ta pior que batata apodrecida com fungo e bosta por cima."
"Tem mais alguma coisa?"
"Só isso, por enquanto."
"Por enquanto? Tá bom..."
"Aff, odeio ele."
"Por isso que eu te amo."
"Eu também te amo, Xaropinho."

Natasha abraça Ace com força, feliz. Os dois ficam lá por um tempo, e Natasha volta ao seu quarto com a ajuda de Ace. Eles acabam encontrando Apollo, que estava indo para seu quarto.

"Natasha, eu queria me desculpar-" - Apollo é interrompido.
"Cala a porra da boca."

Ace entra no quarto de Natasha junto com ela e eles trancam a porta. Ele espera ela na cama enquanto ela toma banho. Após tudo isso, e finalmente ter cuidado da pele e cabelo, deita na cama com Ace.

"É tão doido, ficar em coma."
"Por que?"
"Ah, eu ouvia sua voz quase todo dia. Em latim, francês, japonês..."
"Era eu falando mesmo."
"O que?"
"Eu tava falando."
"Nem fudendo."
"Então né..."
"Eu te amo pra caralho."

Os dois se abraçam e dormem, Natasha podendo apertar ele com força enquanto deitava em cima dele.

Amor MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora