Capítulo. 2

5 0 0
                                    

Assim que cheguei ao campus fui em busca do meu dormitório, estava na ala leste, no mesmo lugar a qual o Uber havia me deixado, o que seria uma mão na roda e tanto. Ainda bem que havia carrinhos espalhados pelo estacionamento exatamente no intuito de carregar malas. Quem inventou isso foi um gênio!

Depois de alguns minutos chego ao meu quarto, e quando eu adentro, não há ninguém. O outro lada estava decorado de uma forma totalmente alternativa, minha colega deve ser indie ou punk, mas eu gostei da sua estética, tem um teor artístico nisso. Nossos lados seriam opostos, enchi uma prateleira com alguns livros e plantas sintéticas que consegui alojar em minha mala, um pisca pisca amarelo rodeando a escrivaninha que estava exposta ao meu lado, e dois dos meus quadros favoritos, feitos por mim. Um deles se chama A donzela, retrata a fuga de uma garota do cativeiro e o cativeiro era retratado pela sua mente inóspita, em contraste com o resgate emocional de uma força pela mudança que apesar de vaga sempre a rodeava no exterior. E o outro era o carpiteiro, aquele que constrói móveis de forma artesanal, reconstruindo um coração despedaçado por decepções e traumas incuráveis. Apesar de melancólicas e dramáticas, isso retratava a minha vida. E mesmo que achem depressivo é assim que a mente humana funciona, nos carregamos de uma áurea negativa a maior parte do tempo, principalmente quando o tempo lhe proporciona momentos ruins de confusão mental e angústia, mas no fundo tem a parte positiva o consciente em constante luta com o subconsciente para que consiga se resgatar de um vazio profundo.

Depois de tudo pronto eu sorri, estava perfeito. Decido então tomar um banho, na verdade eu tinha coisa a se fazer. Ligar para minha mãe. Apesar de estar foragida queria lhe garantir que tudo ia ficar bem, ela é como é, mas ainda é a minha mãe.

O telefone chama algumas vezes antes dela atender.

"Chloe é você?" Sua voz parecia entediado, mas eu sabia que era por conta da bebida.

"Sim, mãe!"

"Onde está?"

"Não direi, mas posso lhe garantir que estou em busca de um futuro melhor, vamos ter ajuda interna com pendências sobre o Philipe então se precisar de algo pra ele não exite em me falar, não o maltrate você está sendo vigiada, e vou continuar tratando das contas de casa por aqui, não confio em mandar dinheiro a você, então se contente com isso, espero que um dia vire alguém descente, de qualquer forma a amo e espero que saiba disso, irei desligar e não me retorne até que realmente seja pertinente" digo e desligo, uau foi mais fácil do que eu esperava.

O banheiro era de um tamanho agradável, fiquei feliz ao descobrir que havia conseguido um dormitório com banheiro particular, fiquei sabendo que a maioria das pessoas dividem o banheiro e isso é um terror!

Assim que acabei o ouvi vozes e presumo que minha colega de quarto havia chegado, mas com visitas. Vesti um short e uma blusa branca que marca meu busto, calcei meu chinelo e sai do banheiro secando meu cabelo.

Havia ela e um outro garoto. Ele tinha aparentemente minha idade ou um pouco mais, seu cabelo era tingido de rosa bebê e ele tinha pernas cumpridas. Já minha colega não era como eu imaginava, sua pele era clara e seu corte de cabelo channel, ela tinha um piercing no meio da boca e uma tatuagem enorme colorida no braço de uma gueixa, calçava botas e um vestido tubinho.

"Você é?" Ela me pergunta cruzando as pernas assim que me vê.

"Chloe, Chloe Vancouver e você?"

"Emilly Braga, vim de Portugal" ela justifica o sobrenome incomum e da de ombros "Esse é Snow Bass" ela disse e ele me cumprimenta.

O clima estava melhor do que uns minutos atrás quando ficou constrangedor por conta das apresentações, mas depois de falar um pouco sobre mim e descobrir um pouco sobre eles e seus cursos, períodos e metas depois da faculdade, já me sentia em casa. Na verdade qualquer lugar longe de Idaho pode ser classificado assim.

TO FEEL - Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora