2 ~ Mudanças

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Ethan

Não me lembro exatamente do que aconteceu,eu abri os olhos e estava cercado por paramédicos. Pude ouvir o som abafado de vozes e uma cirene,entretanto antes que eu pudesse me situar o breu se instaurou e meus sentidos se esvairam.

-Ethan Sigh -Chamou uma voz feminina.

Minha cabeça ainda latejava, mas meus sentidos haviam retornando. Eu não reconhecia aquela voz, então como sabia meu nome?

-Sou eu, quem é você?- Perguntei sentando me vagarosamente.
O som ambiente havia desaparecido, o mundo á nossa volta estava embaçado, como se envolto por uma cúpula.
-Sou Luna  -Respondeu a garota, voltando minha atenção para a mesma
-eu sou responsável por te levar a quem, digamos assim, pode sanar suas dúvidas- disse ela enquanto estendia a mão para me ajudar a ficar de pé

Aceito sua ajuda, meio cambaleante.
-Você deve estar confuso. - Ela pondera antes de continuar -Exiatem coisas que não posso responder, mas posso tentar, caso tenha alguma pergunta -disse gentilmente
-Ok... eu acho -respondi sentindo-me um tanto desnorteado
-Siga me -disse ela.

Antes de começar á segui-la olhei ao redor novamente, e a suposta cúpula pareceu se dissipar no ar. Um acidente de carro, ou melhor seus restos estavam ao nosso lado, os gritos de paramédicos e as sirenes também estavam presentes.

Assustado com a cena, coloquei-me a andar atrás de Luna, durante a caminhada, pude prestar mais atenção na mulher á minha frente, tinha uma altura média, algo como 1,67; Seus ombros, mais largos que o abitual estavam cobertos por uma camisa branca simples, suas pernas eram cobertas por um jeans escuro mas, de longe o que mais chamava a atenção eram seus longos cabelos pretos.

Paramos em um lugar o qual não reconheci.
-O que viemos fazer aqui? -Perguntei encarando a mulher a minha frente
Luna se virou para me encarar e respondeu
-Não sei se posso te contar sobre isso, desculpe-disse a ela dando as costas para mim novamente.
Ao se virar, Luna tirou de seu bolso jogando no ar algo parecido com uma bola de gude, pensando melhor é algo parecido com o pomo de puro de Harry Potter.

A esfera se deformou no ar, tornando-se uma espécie de porta?
-Mas que porra?"-Murmurei para mim mesmo.
A morena provavelmente não me ouviu pois apenas adentrou a suposta porta, me chamando logo em seguida.

A porta dava para uma espécie de esteira? Corredor? Não sei ao certo. Um pouco assustado apenas segui Luna.
Outra porta nos aguardava ao fim daquele caminho. Ao cruzarmos essa porta, chegamos á um lugar muito parecido á um prédio comercial
-Luna, onde estamos?

-Eu também não posso dizer muito sobre isso, mas nós estamos chegando e o diretor vai te explicar -disse enquanto atravessamos um corredor

-Quem é "diretor"? -Perguntei fazendo aspas com dedos
Ela se virou para me explicar
-Vamos levar como se tudo isso- disse girando o dedo indicador no ar -fosse uma empresa, ele seria nosso CEO, vai ficar mais fácil de entender quando chegarmos- disse ela virando outro corredor
-Ou seja, agora -disse ela batendo na porta de madeira escura, que se destoava de todo o cenário em branco
-Vou estar aqui fora te esperando- disse ela ao ouvir o "entre" vindo de dentro da sala
-O que?- Perguntei assustado com o fato de ter que entrar sozinho
-Eu não tenho permissão para entrar, mas prometo te esperar aqui, relaxa vai dar tudo certo -disse a garota fazendo sinal positivo com as mãos
Isso foi suficiente para que eu reunisse todos os vestígios de coragem existentes em mim.

Ao abrir a porta avistei uma grande entidade, ela tinha contornos humanos, apesar da altura sobre humana, era como uma sombra.

A sala o qual estava,parecia-se um escritório
Livros organizados por cor e tamanho em prateleiras de Carvalho escuro

-Sr. Sigh -Chamou a entidade
-Pois não? -Respondi sentindo a coragem sumir lentamente do meu corpo
-Sente-se.
Ao fim de sua fala, uma cadeira se materializou em frente a mesa. Sem demorar sentei-me
-Você deve estar confuso- começou
-Com toda certeza -disse pra mim mesmo
-Nós podemos chamar esse lugar de purgatório, ou limbo para algumas pessoas- disse iniciando uma explicação
-Então eu estou morto?! -O interrompi exasperado
-É isso o que iremos discutir -respondeu -você pode não se lembrar mas sofreu um acidente de carro com seu namorado, Tyler Lennon.

As memórias da madrugada voltaram em flashes, a troca no posto pouco movimentado, Tyler dormindo a meu lado, a luz e a dor forte.

-Neste momento -continuou a entidade -você está em cirurgia e entrará em coma até que o tempo de contrato termine e os aparelhos sejam desligados.

Eu estava estático, em completo choque. Não era possível que fosse real, não é?
Mas então me lembrei dos destroços do acidente que ví quando conheci Luna.
Pensando nisso, Tyler me veio a mente
-O que aconteceu com ele? -Perguntei em um tom mais alto e mais desesperado do que esperava
-Você virou o carro por conta disso, os danos maiores foram pra você, Tyler lennon sofreu lesões leves. -Explicou me
-Indo direto ao ponto, você tem duas opções; esperar até o fim da vida de Tyler ou aceitar o desafio.
-Por quanto tempo eu esperaria? -Perguntei estudando as possibilidades
-Cerca de quarenta e um anos, se não houver nenhuma interrupção, como em seu caso. respondeu o diretor, conferindo as informações em um papel a sua frente.
-Sobre o que se trata o desafio?

Aprendi cedo a ler (ou saber, nesse caso) todas as cláusulas de um contrato.

-Em teoria, é bem simples, você e um de nossos... colaboradores, serão levados a uma realidade paralela; Onde sua função será conquistar uma "nova versão" de Tyler lennon. Porém tudo o que você conhece será mudado, contrariado mais especificamente. Em um breve exemplo se alguém é extremamente doce e responsável, se tornaria rude e irresponsável.

O desafio era arriscado mas parecia a forma mais rápida de voltar para casa

-Caso não cumpra o desafio, será obrigado a viver como um cupido, além de perder seu destinado. Me alertou -você tem até até cinco dias para se decidir, não posso dar-lhe mais que isso
-Eu agradeço. disse me levantando
-Diga a Luna para te apresentar a cidade -disse o diretor quando eu já tinha minha mão na maçaneta.
Assenti e saí da sala. Era muito para absorver, ontem eu e meu namorado estávamos indo á malibu, de repente eu tenho que escolher morrer ou aceitar um desafio celestial.

Valeu mesmo lei de Murphy.

Assim que fechei a porta atrás de mim pude avistar a morena me encarando com expectativa. Me esperando, como prometeu
-E então..?"
-Tenho cinco dias para decidir se vou esperar anos aqui ou se vou aceitar um "desafio"
A garota parecia surpresa ao me ouvir
-Uau, cinco dias? Eu tive dois!- Exclamou a garota rindo da minha cara confusa
-Eu tive dois dias para me decidir- me explicou se recuperando da recente crise de riso

-Como assim? -Perguntei ainda confuso
-Todos os que já encontraram seus "destinados" mas tiveram a vida interrompida, tem a chance de cumprir o desafio, mas o tempo que podem levar para decidir depende da ocasião.

Continua

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