Linhas Invisíveis - Theo's Version

vinte e oito | capivaras x corujas

"Meu time está perdendo, machucado e maltratado

Eu vejo os cumprimentos entre os vilões

Saio com a cabeça baixa, você é a única

Que parece se importar."

Miss Americana & the Heartbreak Prince | Taylor Swift

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Os capitães de cada time se aproximaram do juíz, que pediu para que escolhessem entre cara e coroa, antes de jogar a moeda para o alto.

— Cara. — o juíz informou o resultado que o Samuel havia escolhido — Capivaras, o que vocês escolhem? Ataque ou defesa?

— Ataque. — Samuel responde sem pestanejar.

O outro capitão pode escolher o lado do campo que eles iriam começar, então nossos times alinharam, esperando o apito do juíz para o início da partida. Corremos em direção da bola, enquanto o time deles fazia o mesmo e o kicker dos corujas dava o chute inicial.

Depois da bola recuperada, nosso time de ataque se alinhou na linha de trinta jardas, enquanto a defesa do time adversário se posicionava à nossa frente. Todos nós estávamos tensos nesse início de jogo, e vi todos respirarem fundo antes do apito do juíz.

Samuel me lançou a bola por debaixo das pernas, eu a agarrei firme, enquanto nosso center, Rodrigo, Vinicius, Rodney e Heitor batiam de frente com o time adversário, tentando impedir o avanço deles em mim. Olhei para os lados e vi que Fábio e Ben estavam marcados, Gabriel já havia corrido algumas jardas e brigava com um outro jogador mais a frente, minhas únicas opções eram correr, ou entregar a bola para Davi ou Ryan.

Como Ryan estava mais perto, passei a bola para ele, que correu disparado em direção a endzone, ele foi interceptado no caminho, mas correu o suficiente para iniciarmos um first down na linha de quarenta e cinco jardas.

Estava preparado para receber o snap, Samuel voltou a me jogar a bola por debaixo das pernas, e estava prestes a arremessar para o Ben, quando um jogador da defesa furou o bloqueio e correu em minha direção para me dar o saque. Consegui desviar dele e não tive outra opção além de correr eu mesmo para tentar marcar os pontos, ou pelo menos conseguir algumas jardas.

Já estava chegando na endzone, faltando apenas cinco jardas para marcar o touchdown, quando um jogador do time adversário segurou minhas pernas e eu caí de costas no chão, o impacto me fez soltar um gemido de dor e eu senti minha costela doer.

— Tudo bem? — Vinicius perguntou enquanto me dava a mão e me ajudava a levantar.

— A-ham. — murmurei, sem mencionar a dor que eu estava sentindo.

Manquei um pouco até a linha de cinco jardas para o gol, e me posicionei para receber o snap. Não pensei muito quando recebi a bola, praticamente todo o time se amontoou no centro e eu corri desviando da marcação e conseguindo marcar os seis pontos.

Heitor me puxou todo desengonçado pela minha ombreira, antes de me dar o que deveria ser um abraço, mas foi mais um empurrão estranho. Joguei a bola no chão e olhei para o lado que a Didi estava na arquibancada, depois fiz um gesto de arco e flecha e pisquei para ela, para que soubesse que aqueles seis pontos foram em sua homenagem.

O time de especialistas entrou em campo para a conversão de um ponto, entre eles o Róger, e eu dei um tapinha em suas costas enquanto passava por ele.

— Vai que é sua, Cinderella.

— Seu cu, Rios. — ele respondeu rindo.

Sai do campo dando gargalhadas, enquanto o restante do time se alinhava para que Roger chutasse para converter mais um ponto para o nosso time. A bola entrou fácil e iniciamos com uma vitória de sete a zero contra os corujas.