Living in absolute fear

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"Vivendo com medo absoluto"

***

Ele agarrou meu rosto com uma mão e, por reflexo, eu afastei meu rosto com um suspiro. Ouvi um barulho e a outra mão agarrou o outro lado do meu rosto com força. Ele puxou meu rosto para trás para olhar para ele, e quando nossos olhos se encontraram, ele sorriu. Não um sorriso suave, um sorriso que você veria em alguém com más intenções. A forma como o sorriso dele emanava de seu rosto e como as palavras saíam de sua garganta me fizeram duvidar de tudo que já tinha ouvido. Foi indescritível.

"Por que você mentiu? Você não ouviu o que eu disse?" Ele balançou meu rosto vagamente. "Eu só quero saber seu nome, só isso." Ele cuspiu, com os dentes cerrados.

Ele tinha um temperamento forte - eu já sabia. Ele estava em curto-circuito, eu sabia que tinha que ter cuidado com o que dizia. Abri minha boca para falar, observando a antecipação cintilar em seu rosto.

Minha cabeça ainda estava esmagada contra a parede, seu antebraço pressionando minha clavícula e sua mão segurando um lado do meu rosto. Seus dedos tinham um calor, mas quando seu polegar tocou meu queixo eu só pude tremer. Sua pele deixou um rastro de arrepios e desconforto na minha, me encolhi ao sentir sua unha pintada me acariciar.

"Vamos, pode ser um sussurro." Ele se inclinou enquanto murmurava para mim e puxou meu rosto para mais perto do dele. Ele inclinou a orelha perto da minha boca, usando a mão para cobri-la para poder ouvir.

"Angelina." Eu sussurrei, minha voz quase nada acima do nada. Ele quebrou e você podia ouvir como ele tremia na minha garganta.

Observei seus lábios se curvarem em um sorriso enquanto ele se afastava. Ele olhou para mim, pensamentos borbulhando atrás de seus olhos.

"E o que você está fazendo aqui tão tarde da noite? Sozinha também." Ele colocou a mão no quadril enquanto se levantava.

O que eu estava fazendo aqui? Por que eu precisava seriamente de gasolina esta noite? Eu não poderia ter esperado ou algo assim? Fiz contato visual com o homem de trança no cabelo. Ele tinha a ponta do polegar na boca, os cantos mal se curvando o suficiente para formar um sorriso maroto. Ele estava pensando em alguma coisa, mas eu não sabia o quê.

"Eu só precisava de gasolina." Eu disse, ainda olhando para o outro.

"Olhe para mim enquanto falo com você." Ele cuspiu. Virei-me para olhar para ele, meus dedos apertando um ao outro.

"Gasolina, você disse... Você não pode voltar para casa?" Ele sorriu.

"Eu posso, eu moro na rua..." Fiz uma pausa, fechando a boca instantaneamente.

Psicologia reversa, ele era inteligente. Já usei isso com pessoas... fazendo perguntas para confirmação. Dizendo que não poderia chegar em casa para contar a ele onde morava.

“Apartamentos A?” Ele sorriu ainda mais, eu pude ver seus dentes.

Engoli minha resposta, sem responder. Desenrolei meus joelhos para que meus pés tocassem o chão.

"Você sabe.." Ele se abaixou, mais perto de novo. "Você estaria muito mais segura se eu te ajudasse em casa... hm?" Ele levantou uma sobrancelha enquanto segurava meu pulso.

Olhei para a mão dele me prendendo, meu coração acelerando enquanto ele me puxava pela porta do box e passava pelos outros. Olhei para o homem que se parecia com ele, aquele com tranças. Eles deviam ser irmãos. Um deles tinha óculos e tinha cabelo loiro curto e sujo, e o último tinha cabelo castanho de comprimento médio e estava basicamente dormindo profundamente na parede. O homem com trancinhas deu-lhe um empurrão, acordando-o assustado. Eles murmuraram algo um para o outro e seguiram enquanto ele me arrastava para fora do banheiro. Agarrei minha bolsa enquanto ele me puxava.

Através dos corredores que pareciam quilômetros sem sinalização e saindo pela porta da frente.

"Por favor, deixe-me ir para casa." Eu disse humildemente enquanto olhava em volta; procurando ajuda.

"É isso que estou fazendo! Exceto que vou segui-la. Só para ter certeza de que você está segura." Olhei de volta para ele, minha pele fria enquanto fazia isso. Ele olhou atrás de mim, balançando a cabeça um pouco. Tentei me virar para olhar, mas ele me puxou mais.

"Por favor, vá embora." Terminei, seu olhar cinzelando o meu.

Ele não respondeu, tudo o que fez foi começar a me arrastar para o outro lado da rua.

"Eu posso andar!" Eu gritei, tentando resistir à sua atração.

"Oh sim?" Ele diminuiu o passo.

"Está bem aí em cima, deixe-me andar." Eu imploro a ele, eu teria ficado de joelhos se isso significasse que ele me deixaria sozinha.

Ele olhou para a rua, para o prédio de tijolos brilhantes onde eu estava hospedada. Vi a maneira como ele pensava, como brincava com o piercing na língua e roía as unhas.

"Gosto do jeito que 'Angelina' soa saindo da minha boca." Ele olhou para mim, seu aperto aumentando ligeiramente. "Farei questão de ver você novamente. Você pode contar com isso." Seu sorriso passou de presunçoso a intenso. Quase ameaçador. Ele se inclinou para que seu lábios foram pressionados em minha orelha. Sua respiração era sinistra, a maneira como ele segurava meu pulso com força era um pouco assustadora. "Você vai me ver de novo, eu prometo." Ele sussurrou em meu ouvido.

Suas palavras fizeram meu coração cair. Eu não sabia exatamente o que ele queria dizer, mas também sabia. Observei enquanto ele se afastava, os outros dois liderando atrás dele. Seu irmão, porém, fora de vista. Eu engasguei, minha respiração em busca de ar ficou mais rápida. Neste ponto. Eu não me importei com a gasolina. Eu me virei e corri pela calçada enquanto as lágrimas escorriam dos meus olhos.

+++

Chegando de volta às portas do apartamento, fiquei aliviada por estar em ‘casa’. Meus ouvidos zumbiam quando entrei, com os olhos semicerrados. Abri mais os olhos, audivelmente chocada ao ver seu irmão conversando com Lukas no saguão. Em seu pescoço, atrás das tranças, vi a mesma cicatriz em forma de T. Eles estavam todos juntos?

Sem fazer barulho, segui pelo corredor tentando chegar ao elevador sem ser notada. Eu falhei, no entanto. Quando a porta se abriu, ela fez um barulho, fazendo com que ambos olhassem para mim. Lucas ficou atrás do balcão, o outro veio em minha direção. O elevador fechou antes que ele pudesse me alcançar. Assim que a porta se abriu, saí correndo para meu quarto. Minhas mãos tremiam enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. Fiquei tão em pânico que mal consegui fazer a chave caber no buraco. Enfiei-o e girei-o abrindo a porta. Fechei-a e tranquei-a, assim que o elevador se abriu, deixando-o sair para o corredor. Pressionei meu corpo contra a porta, ofegante quando o ouvi parar no corredor murmurando algo em alemão. Sua voz era diferente... não tinha o mesmo ronronar. Entrei no meu quarto, tirando minha bolsa e jaqueta enquanto chorava. Meus gritos passaram de silenciosos a histéricos. Fiquei com medo e, depois de apenas algumas horas aqui, já sentia que não estava segura em minha própria casa. Eu senti que tinha que viver com medo agora. Tirei os sapatos e me preparei para dormir enquanto tentava enxugar as lágrimas.

+++

Ao me deitar, penso nas palavras que ele me disse. 'Você vai me ver de novo'. O que ele quis dizer? Ele já me deixou fora de si depois de apenas uma hora.

Espero que ele tenha dito isso apenas para me assustar.

...

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⏰ Última atualização: Mar 03 ⏰

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Satan ReincarnateOnde histórias criam vida. Descubra agora