one-shot

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As nuvens brancas e fofinhas passavam lentamente em frente a casa no céu. Passavam tão tranquilamente que por um instante fez o dono dos belos pares de olhos azuis esquecer que a poucos minutos atrás havia tantas pessoas em sua residência.

Contudo, aquelas palavras voltaram a mente do loiro como uma faca encravada no seu peito;

"Você deve estar me confundindo com alguém"

"Eu não me lembro de você"

O loiro suspirou fundo enquanto apoiava sua testa em suas mãos

-por que dói tanto?-questionou-se enquanto sentia pequenas lágrimas se acumularem no canto de seus olhos claros.

Não queria culpar Scott... Jamais faria isso. Mas de certa forma era frustante saber que mesmo depois de não meses, nem anos, mas sim séculos de amizade o ruivo pudesse esquecer de si com tanta facilidade.

Depois de tantos séculos se arriscando apenas para poder visitá-lo.

Depois de tantos séculos sendo enxergado de uma péssima forma por outros anjos apenas por apoiar seu... Amigo.

Depois de tudo, apenas com um estralar de dedos todo aquele esforço foi em vão.

Tudo que haviam vivido juntos, todos os sentimentos... Simplesmente sumiram em um passe de mágica.

O anjo jamais teria imaginado que em alguma vez dentre os séculos que se conheciam, o ruivo esqueceria de si.

Foi tudo tão...vago.

Oh.

Podia sentir as lágrimas quentes rolando de forma melancólica pelo seu rosto...

Lágrimas cruéis que insistiam em descer.

Qual foi a última vez que havia chorado mesmo?

Não se lembrava.

...

Totalmente desnorteado e com os olhos pesados o anjo levantou a cabeça minimamente -qual estava apoiada em seus dois braços em cima da mesa de sua torre de "investigação"- podia sentir com facilidade os olhos pesados e a cara provavelmente toda " amassada ", havia dormido chorando?.

Um pouco sonolento, o de cachos levantou minimamente a cortina da janela mais próxima, e automaticamente cerrou os olhos por conta da fina camada de sol que atingiu seu rosto. Quanto tempo havia dormido?

Deixando seus próprios pensamentos melancólicos de lado, o loiro se espreguiçou preguiçosamente e se levantou do banquinho aonde estava sentado, sentido uma leve pontada de dor nas costas lhe atingir.

Andando normalmente pelo segundo andar de sua casa, o anjo não pode deixar se sentir falta de uma única coisa: Sua tartaruga recém adotada. A tartaruga sempre estava nos seus pés o seguindo ou então pulando por algum canto, mas dessa vez, ela não estava. Estranhando minimamente a situação e com um leve aperto em seu coração, o loiro começou a chamar freneticamente pela pequena tartaruga de água doce;

-Valmir?-Gritou pela tartaruga, enquanto observava os cantos da casa em busca da mesma.

Não muito tempo depois de gritar pela tartaruga, o loiro pode escutat um barulho baixo no primeiro andar de casa.

O loiro caminhou lentamente até sua escada e deu uma olhada de relance, não conseguindo ver quase nada.

-Desde quando tartarugas descem escadas?-questionou-se.

Sentimentos - GoodomensduoOnde histórias criam vida. Descubra agora