Capítulo Trinta e Dois

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Eu estava encostada na parede do elevador olhando para Lorenzo, que mesmo sangrando estava flertando comigo.

Ele estava encostado na outra parede, e piscou pra mim. O olhei com tédio e revirei os olhos.

Uma facada não foi o suficiente.

Pensei a contra gosto e me virei para a porta, logo chegamos no hall do prédio, sai e acenei para o porteiro.

—— Ai querida, nunca imaginei que nossos brinquedos sexuais nos trariam tantos problemas —— Ouvi a voz de Lorenzo alto, e arregalei os olhos me virando em sua direção.

O porteiro olhava para Lorenzo como se já o tivesse visto, e realmente, já que ele estava aqui no dia que jogaram pedra em minha janela.

Olhei desacreditada para Lorenzo com suas palavras e corei irritada, ele sorriu de forma maliciosa e eu forcei um sorriso.

—— E eu nunca imaginei que sua mente virgem ia nos trazer para está enrascada —— Rebati cheia de raiva e ele me olhou ofendido, o porteiro olhou para Lorenzo, a lateral de sua camisa cheia de sangue.

Pude ver a suspeita em seus olhos, e fechei os olhos com força. E massageei a têmpora enquanto sai de lá.

Pronto, agora vou ser conhecida como agressora doméstica.

Como eu fui de vítima para agressora? Eu penso enquanto saio dali rapidamente e logo ouvi os passos de Lorenzo.

Não posso agredi-lo, não mais, não quando ele está assim, talvez eu possa sei lá, esfaquear ele novamente quando tiver a oportunidade.

—— Então, bebezão, onde está seu carro ? —— Me virei para ele de braços cruzados e ele apontou para o final da rua, ergui uma sobrancelha não vendo.

Lorenzo sorriu e passou a mão no cabelo, enquanto gesticualava para a dobra da rua.

—— Eu estacionei logo na entrada da rua —— O olhei sorrindo sarcástica e revrei os olhos, pulando de alegria, que eu vou ter que andar com este saco de Sangue humano.

—— Ótimo, vamos —— Gesticulo e ele sorriu andando devagar, mancando, ele estava pálido.

Quase me deu pena, mas as vezes, a pessoa só precisa de uma facada pra realmente se ajeitar.

—— Você sabe dirigir? —— Ele perguntou desacreditado, assenti com confiança, e o olhei de canto de olho.

—— Claro, já joguei Mario Cart com meu primo —— Afirmo com um sorriso confiante e Lorenzo negou rindo alto.

Ele parou de andar e acenou com a mão, ele se afastou de mim e riu mais alto.

—— Mas nem fodendo que eu vou dar meu carro pra você dirigir e ainda por cima comigo dentro do carro —— Ele disse divertido e gargalhou, se apoiando na lixeira, o olhei com tédio.

Eu tenho ótimas habilidades de pilotar, porque ele estava rindo. Ele parou lentamente e se ajeitou, gemendo de dor e me olhou sério.

—— Pede um uber —— Ele falou sério e eu o olhei com tédio, ele me olhou intensamente e eu bocejei falsamente.

—— Eu não vou entrar no mesmo carro com você e com você ainda dirigindo, Amanda. —— Ele gritou alto, revoltado e assustado, me aproximei tampando sua boca com minha mão.

—— Cala a boca, quer acordar os vizinhos? —— Sussurei irritada e passei minhas mãos por seu corpo procurando a chave de seu carro e ele sorriu.

—— Ah, entendi, quer uma rapidinha em meu carro. —— Ele ergueu a sobrancelha e mordeu o lábio inferior, levantei os olhos e bati em sua lateral.

Ele soltou um grito e pulou para trás, me olhou incrédulo e como se eu fosse o diabo em forma de gente, talvez eu seja pra ele.

—— Calma, que isso? Ta irritada só porque eu invadi sua casa e quebrei umas coisinhas?! —— ele gritou desacreditado, coloquei a mão na testa e respirei fundo, tentando não gritar com ele .

—— Lorenzo, a chave —— Digo lentamente e afasto a mão de meu rosto, ele me olhou incrédulo e riu negando.

—— Não, nem pensar —— Ele negou divertido e eu ergui uma sobrancelha antes de olhar para minhas unhas.

—— Ótimo, morra aqui, sozinho. E sabe se lá o que vão fazer com você, Quando vão te achar, se eles vão te enterrar ou se vão contar para seus familiares. —— Digo dando de ombros e me viro devagar, logo senti uma mão me segurando, e olhei por cima do ombro.

Lorenzo suspirou e enfiou a mão no bolso da calça entregando as chaves, sorri e peguei, logo caminhamos, ele estava  passos ao meu lado.

—— Sinto muito pelo Carlo —— Digo lentamente, olhando para o chão, senti Lorenzo parar de andar e respirar fundo.

Ele engoliu em seco, o som sendo audível, ele sorriu e assentiu, não me olhando, nunca mais seriamos os mesmos?

Seria sempre uma ferida? Eu teria que sempre pisar em ovos ao redor dele sobre esse assunto?

—— Ele está bem, os médicos conseguiram salvá-lo ——  Ele murmurou olhando para frente, levantei o rosto.

Meus olhos arregalados de surpresa e senti como se um peso tivesse tirado de meu ombro, mesmo não sendo minha culpa.

—— Oh, que bom —— Digo baixinho e continuamos andando até o final da rua, ele assentiu e cantarolou.

—— Amanda.... —— Ele começou e seus olhos esfriaram, parei de andar e me virei para ele.

Mas ele não parou, ele deu ainda alguns passos à frente antes de parar de costa pra mim.

—— Você sabe quem atirou nele, certo? —— Engoli em seco e olhei para suas costas, olhei para o chão e o ouvi rir com desdém.

—— Claro que vai esconder, e o merdinha do seu irmão? Ainda tá moribundo? —— Ele me olhou por cima do ombro friamente antes de bufar e olhar para frente, continuando a andar.

Eu estava errada por defender meu irmão até onde podia?

Pensei o seguindo lentamente e ele dobrou a esquina, logo avistei seu carro, seguindo atrás dele.

—— Eu não te culpa mais, mas.... —— Ele parou antes de ficar ao lado do banco do passageiro e virar o rosto em minha direção.

Sua mão na porta, engoli em seco espetando sua sentença das coisas, eu não poderia culpa-lo.

—— Não se meta, Amanda. Não quero ter que lidar com você de uma forma verdadeira —— Ele disse ríspido, nos olhamos seriamente antes de ele abrir um sorriso.

Meu coração caiu, quanto tempo ia ser assim? Uma mudança de emoção para ele sobre mim?

Assenti e desbloqueei o carro, ele entrou e eu caminhei até a porta do motorista.

Entrei e me sentei, fechando e trancando o carro antes de encaixar a chave na entrada, ele me olhou e e ergueu uma sobrancelha.

—— Sabe onde é freio? —— ele me olhou cheio de hesitação, assenti e ele colocou o cinto, se segurou na porta.

—— Ok, pode ir —— Ele acenou e eu pisei no acelerador, o carro correu e pude ouvir seu grito —— Amanda, Caralho.

Ele gritou e eu girei o volante na curva, o corpo de Lorenzo dobrou, para o lado, quase me encostando. Seus olhos arregalados, sua respiração acelerada.

—— Relaxa —— Gritei, poucos carros estavam na rua e eu continuei com o pé no acelerador, antes de tirar lentamente e puxar a marcha, ele gritou enquanto se segurava na porta.

Que fracote .

—— Amanda, o sinal, AMANDA —— Ele gritou, me olhando assustado, o sinal vermelho, pisei no freio asusstada.

Nossos corpos foram pra frente, meus olhos arregalados e eu sorri me virando para ele.

—— 1200 palavra

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𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠𝑖𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑙𝑎 𝑛𝑎̃𝑜 𝑚𝑒 𝑎𝑚𝑎𝑟 _ ᵒᵘ ᵗᵃˡᵛᵉᶻ ˢᵉʲᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora