Suna estava sentada na praia escura. Uma vez que olhar para a água a acalmou. A noite cobria sua agitação interior, dor e lágrimas que não paravam de surgir. Ela havia colocado telefone e duas cartas em um saco plástico e colocado uma pedra nele, para que a areia e o vento não pegassem o material. Não é como se alguém fosse ligar para ela ou procurá-la. Seu corpo estava tão pesado e cheio de dor pela surra que ela havia levado mais uma vez.
— Mais uma vez sozinho...— sussurrou Suna, tirando a areia das roupas que vestia. — Pelo menos o inferno não será tão ruim quanto este mundo vivo. Isso é tudo que eu quero. Um pouco de paz.—
Suna olhou para o mar mais uma vez. Ela sempre gostou de estar perto disso. Pegando as conchas mais bonitas e criando arte com elas até que essas peças de arte se quebrassem. Mais uma respiração profunda, um corte cuidadoso em um pulso, outra respiração profunda e outro corte no outro pulso. Esta noite o mar estava calmo o suficiente para que Suna pudesse ouvir as gotas caindo na areia.
— Prove a eles que você é corajoso, Suna, prove a si mesmo que você pode fazer isso.— ela se encorajou a dar cada passo mais perto da linha de água. Logo Suna estava na água até os ombros.
— Apenas flutue, Suna, como todos querem que você faça.—
Ela deitou-se de costas, permitindo que o mar a levasse para onde achasse adequado. Ela olhou para o céu por algum tempo, admirando as estrelas, mas suas pálpebras ficaram pesadas. Depois da visão também a audição foi desligada. A escuridão foi um alívio para uma mulher que foi abandonada por todos em sua vida.
*****
Kaya estava trabalhando em seu pequeno estúdio na propriedade de Sehmuz. Ele havia se mudado para há um mês a pedido de sua mãe, depois que ela soube que Suna queria o divórcio. Claro, Nükhet contou a Kaya o quanto ela estava certa sobre a garota. Mas a questão é que ninguém conhecia Suna. Até ele estava errado em suas suposições sobre quem ela é ou o que ela precisava.
Essa é a razão pela qual ele permitiu que ela fosse embora desta última vez. Foi uma decisão de livre arbítrio dela e ele permitiu que ela saísse. Apenas para provar a ela e a si mesmo que ele cumpriu o que prometeu quando a pediu em casamento pela segunda vez.
Sim, isso o atingiu duramente e hoje recebe os papéis do divórcio de seu advogado. Que ele assinou para dar à esposa a liberdade que ela merece. Depois disso eles foram enviados para Suna. Provavelmente ela agora estava comemorando ser uma mulher livre. Ele sentia vontade de pegar a garrafa e anestesiar a dor que assolava sua alma. Foi também a razão pela qual sua mãe pediu que ele se mudasse. A mansão era legal, Sehmuz foi gentil o suficiente para lhe dar esta casinha como estúdio para seus projetos. Kaya gostou muito daqui e Sehmuz não era tão ruim assim, e tratou bem Nükhet.
NÃO! Eu sou mais forte que isso. Tenho uma coleção para terminar. Kaya lembrou a si mesmo. Amanhã terei uma ligação com um terapeuta. Falarei sobre essas emoções.
Kaya retomou sessões de terapia com seu médico anterior. Graças a Deus, porque ele não conseguia se imaginar contando tudo de novo para outra pessoa. Já foi ruim o suficiente uma vez, mas ele sabe que precisará trabalhar nisso também em algum momento no futuro. Ele quer voltar ao trabalho quando alguém bate em sua porta.
— Entre!— Kaya grita ao ver Sehmuz preocupado nas portas.— Alguma coisa com a mãe?—
— Não não. Está tudo bem com sua mãe. Ela está dormindo em seu quarto.—
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Sobreviver
FanfictionQuando tudo ao seu redor estiver arruinado e desmoronado em rublos, ou pelo menos parece. Quando toda a esperança foi perdida e não há saída do inferno. Existe uma maneira de acabar com toda essa dor? Existe uma maneira de sacudir a poeira e começar...