Do something, say something

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Penélope queria que o olhar estranho de Colin, que a careta que ele exibia significasse que ele não estava feliz com aquilo, que ele poderia fazer algo, que algo dentro dele, no coração dele, clamava por ela!
Mas ela se obrigava a caminhar pela nave da igreja até onde Lorde Davies a esperava, ele seria um bom marido, mas nunca teria seu coração! O coração dela sempre pertenceria a Colin Bridgerton, desde a primeira vez que ela o viu, depois de cair do cavalo, sujo de lama e rindo. Colin que a ajudou a encontrar um marido, que lhe explicou o que poderia fazer para chamar a atenção dos homens da alta sociedade… Mas que nunca se casaria com ela. Ele havia dito isso com todas as letras para quem quisesse ouvir, a dor ainda a fazia chorar a noite, mesmo depois de encará-lo,  de receber um belo pedido de desculpas, nada iria arrancar a dor que aquelas palavras causaram…Nem seu próprio alter ego já foi tão cruel.
Porém, por alguns breves momentos, enquanto ele a ajudava a encontrar um marido, ela pensou que Colin a olhou de forma diferente, que quase a desejou, mas estava errada novamente! Porque aqui estavam todos, ela se colocando ao lado do lorde que logo seria seu marido e ele nos bancos da igreja, assistindo, provavelmente feliz por tirar o peso da culpa das costas, foi o que o motivou a ajudá-la… Que bela situação ela havia se metido, pelo menos se veria livre da mãe e das irmãs.
O padre iniciou a cerimônia, ela sempre foi fã de casamentos, mas mal conseguia ouvir o que era dito no seu, como se não conseguisse se firmar no momento, não estava certo, esse não deveria ser seu marido, seu coração não batia por ele, eles seriam para sempre uma história triste, Colin era o que ela queria, ela arriscou olhar para trás, para ver ele, um último olhar, uma súplica de que se ele por milagre sentisse algo por ela então fizesse algo, arriscasse algo… Para a sua surpresa, Colin parecia devastado, Antony segurava um de seus braços e Violet falava algo em seu ouvido.
-Senhorita Featherington? - O padre a chamou, era hora de dizer “Eu aceito”, mas como? Ela queria chorar.
- Pen! - Uma multidão de “wow” a tirou de seus devaneios - Penelope!
Colin havia saltado para o meio do corredor, uma das mãos puxava o colarinho da camisa, suas mãos pareciam tremer, ela teve impressão de que sua mãe gritava mas ela estava congelada, aquilo estava mesmo acontecendo?
-Penelope, eu te amo! - Um novo coro de “wow” soou  pela igreja - Eu te amo, acho que te amo a muito tempo mas fui um tolo e demorei a perceber! E quando finalmente entendi, você estava noiva e eu achei que não devia atrapalhar mas não posso deixar que se case com ele, porque eu te amo e acho que você também me ama!
Agora ele andava até onde ela estava, passos decididos e olhos só para ela, ele havia feito algo,  havia escolhido ela, ele a amava e todos sabiam que ela o amava, não era um segredo. Seu noivo e outros pareciam falar/gritar, coisas aconteciam mas ela só via ele, só ouvia ele.
-Vamos embora, venha e case-se comigo, Pen! - Colin a alcançou e estendeu a mão - Eu te amo!
- Eu também te amo! - Ela admitiu e antes que se desse conta estava correndo porta afora de mãos dadas com Colin Bridgerton, com o coração cheio de esperança pelo futuro!

Do something baby, say somethingOnde histórias criam vida. Descubra agora