Entregue| Kelmiro 🔞

A Primeira Vez Kelmiro

Kelvin desceu do carro de Nando, segurando sua mochila em tom azul metálico, sorrindo. Em uma mão o terno que usaria para o casamento de Lucinda, dentro da capa. Jogada sobre o outro braço, outra capa, nela continha um paletó que comprara pra Ramiro, além de uma camisa nova que havia comprado para o -agora- namorado.

Virou-se, vendo que Ramiro encontrava-se no batente do pequeno casebre. Havia escutado o barulho do carro chegando e correu, em expectativa.

Kelvin dispensou brevemente Nando, caminhando em direção ao namorado, que por sua vez, inclinou-se em direção ao menor, deixando um singelo selinho em seus lábios, conferindo, instintivamente, se Nando ainda se encontrava ali. O ruivo notou a movimentação, mas optou por deixar passar; um passo de cada vez.

— Tarde, Kévin! Dá isso aqui. — Ramiro tomou em sua mão os itens, entrando pra dentro do quartinho, tendo o ruivo junto a si, logo atrás. — Pra que esse tanto de coisa? Vai mudá aqui pro cafofo? — Ele disse em tom divertido.

— Vou fingir que nem escutei, oh Ramiro. — Kelvin disse em falsa irritação, mas logo deixou a alegria tomar conta de si, dando pequenos saltos animados. — São nossas roupas! Meu terno! Trouxe algo pra você também. — ele aproximou da mochila, abrindo-a e tirando um pequeno embrulho de lá, estendendo-o para o preto. — Espero que você goste.

Ramiro sorriu incrédulo, segurando o pacote em mãos, um pouco desconcertado. Sentiu o coração saltar duas batidas e sentou-se na cama,  abrindo timidamente a embalagem. Tirou de lá uma camisa de botões, em cor creme, e não pôde deixar de sorrir. Encarou Kelvin, tentando conter as lágrimas que insistiam em brotar em seus olhos.

— É pra mim memo? — Kelvin apenas acenou, sorrindo em concordância. — Memo? — precisava garantir, recebendo outro acenar. — ô Kevin, precisava gastar seu dinheiro com eu não, eu ia com otra ropa.

— Meu namorado tinha que ficar lindo no dia que me assumisse, né? — ele se aproximou, encaixando-se, ainda em pé, entre as pernas de Ramiro, que permanecia sentado na cama. Tirou, delicadamente, a camisa da mão do preto, colocando-o a de lado. Encaixou as mãos na barba farta, fazendo-o olhar pra cima, enquanto sentia a mão do preto em sua cintura. — Amanhã vai ser um dia lindo pra gente, Rams. Gostou?

O peão sorriu tímido, abraçando o mais jovem, encostando sua cabeça em seu tronco. Ficaram ali alguns minutos, envoltos na aura de aconchego, no pertencimento, na familiaridade do encontro de almas. O silêncio reinava, mas não era um silêncio incômodo.

Era como o universo, em um silêncio quase ensurdecedor, mas repleto de calmaria, onde os planetas rotacionam em plena harmonia, tornando todo o ciclo perfeito.

Era assim que Kelvin se sentia agora com Ramiro. Como se a órbita de um amor que nunca conhecera antes tivesse voltado a si, equilibrando perfeitamente toda a harmonia que julgara que nunca teria.

— Eu gostei por demais. — Ramiro foi quem quebrou o silêncio, se afastando um pouco para apenas encarar Kelvin. — Ninguém nunca cuidou de mim igual ocê, meu piquitito. — O ruivo sorriu, sendo agora quem estava lutando para que as lágrimas não saíssem. — Ninguém nunca, em toda minha vida, me tratou desse jeito. Como se eu fosse gente.

O preto encaixou a mão na coxa de Kelvin, o trazendo para si, que sentou em seu colo, naquele momento envolvidos em um abraço. O cantor deixou sua cabeça tombar, encostando a cabeça no ombro de Ramiro, enquanto o outro depositava singelos beijinhos em seu pescoço.

— Tudo que eu faço é por amor, Rams. — ele se virou, para encarar o cacheado nos olhos. — eu amo você, Ramiro. E quero que você sinta o quanto você merece meu amor.