Entregue| Kelmiro 🔞

As Primeiras Vezes

Oooooie gostosos! Voltei.

Escrevi esse capítulo com muito amor. Aprendi que as vezes os personagens criam vida própria em nossa mente, então esse capítulo não está tão putifero quanto eu queria, mas tá UM AMOR.

Tem uma parte que pode engatilhar, mas tem um aviso, viu?

Sugiro que ouçam essa música, tão importante!

Espero que gostem!

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Ramiro estava sentado observando Kelvin cantar no palco.

Não entendia nenhuma das palavras que o outro proferia, mas o que ele entendia, era que o outro estava cantando pra ele, que era uma música de amor.

Não pôde deixar de escapar uma lágrima ao ver seu pequetito olhando pra si, com tanta ternura. Não pôde deixar de suspirar fundo e reverberar um "eu te amo" ao ouvir aquela música.

Kelvin estava no palco cantando para Ramiro. Não podia conter as lágrimas enquanto declarava seu amor em forma de música para o preto em sua frente. Sabia que o outro não entendia uma palavra sequer do que entoava, mas de alguma maneira, podia sentir que o outro o entendia, pela forma que o olhava.

Com ternura.

Com amor.

Cada verso que cantava da música, lembrava de um momento dos dois.

From the moment we met
It was written just like that on the wall

Lembrou-se da primeira vez que conheceu Ramiro. Não da primeira vez que o conheceu, mas da primeira vez que teve um contato com ele. Já o havia visto pela cidade, mas tomou coragem para falar com ele somente em um dia, enquanto o preto acompanhava o antigo patrão em uma visita à Cândida. Tratou logo de oferecer um vale night a ele.

- 8 da manhã, oidatarde, oidanoite, oidamadrugada...

Lembrava de ter visto Ramiro sibilar, e ali ele soube que estaria entrando em um jogo perigoso. Mas decidira jogar.

Ramiro, por outro lado, mesmo sem entender, também foi teletransportado para a lembrança. Sempre observara o -então- loiro, desde o primeiro momento que colocara os olhos nele, descendo da rodoviária naquele dia cinza de uma tarde de agosto, há mais de um ano.

Àquela época, não entendera o porque sentira o mundo colorir-se e seu peito encher de uma sensação estranha. Desde então, ia sorrateiramente ao bar e o observava de longe. Via Kelvin como um pontinho de luz, ao meio de toda aquela escuridão.

Àquela tarde, pegou seu número, mesmo sem entender o que realmente significava. Ficara instigado com a sugestão do -então- loiro e o fez sem pensar.

"É bão fazê um amigo" tentava-se enganar. Mas na realidade, só tinha uma certeza, essa que o assustava.

Precisava de Kelvin em sua vida.

And in a different time or place
I'd still recognize your face from them all

Kelvin lembrou-se de certa vez, quando descobrira seu talento pelo canto. Na oportunidade, Graça estava promovendo um desfile e o cantor que se apresentaria adoentou-se. O substituiu, fingindo ser o famoso cantor Iggy Pepe. Sentira os olhos de Ramiro em si toda a noite e pode jurar que o amigo o reconhecera em alguns momentos.

Ramiro também se lembrava daquela noite. Havia procurado por Kelvin no bar, para desejar-lhe sorte, mas não havia o encontrado. Lutando contra todos os seus instintos, compareceu ao desfile e, ao botar os olhos na figura vestindo um belíssimo traje branco, uma peruca castanha e óculos, sentiu o coração sibilar e a mente gritar em uma certeza;