Descobertas

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Chateada que Alane saiu cedo demais da prova e não vai ter Belane no quarto do líder 😢. O que vcs estão achando do programa?

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- E aí? Ainda acha que eu vou passar vergonha?

Alane ouviu a frase da amiga como se estivesse bem longe, como se estivesse debaixo d'água. Seu coração batia mais acelerado que um avião em pleno vôo. Tentava concatenar seus pensamentos, mas não conseguia formar nenhum pensamento lógico. A única coisa que conseguia pensar era que queria mais daquele beijo. E não perdeu tempo.

- Espera - foi a única coisa que conseguiu dizer antes de agarrar Beatriz de novo pela nuca. Por um segundo temeu que ela não iria permitir ser beijada de novo, e respirou aliviada quando ela não ofereceu nenhuma resistência. Pelo contrário, a mais nova pesou o corpo sobre o seu, para que voltassem à posição que estavam antes, deitadas.

O segundo beijo foi totalmente diferente do primeiro. O primeiro foi ansioso, quase que desesperado, com um delicioso toque de raiva. O segundo foi mais calmo, com as duas querendo explorar detalhadamente a boca e as reações uma da outra. O primeiro foi egoísta, cada uma querendo provar alguma coisa a si mesma. Já o segundo foi altruísta, ambas querendo dar o melhor de si para a outra garota.

Ao fim do que pareceu uma eternidade ou poucos segundos, as duas jovens se afastaram. Nenhuma das duas abriu os olhos de imediato, não sabiam como encarar a nova realidade que se abriu pra elas a partir desse beijo. O primeiro movimento foi de Beatriz, que discretamente procurou a mão da paraense embaixo do edredom e a apertou com uma suavidade que Alane nunca imaginou que ela tinha.

Ambas ainda estavam de mãos dadas e olhos fechados, uma de frente para a outra, quando Leidy entra de forma intempestiva no quarto.

- Que é que é? Cês duas não vão voltar pra festa não? Tão aí confabulando, né?

Bia não respondeu, apenas se levantou da cama e saiu, comportamento que chamou a atenção da carioca, que estava acostumada com a personalidade falante da garota do Brás.

- Que é que deu nela?

- Deixa ela em paz - foi a resposta seca de Alane.

- Tá maluca? Eu não fiz nada com ela não, perguntei na sinceridade!

- E eu estou te respondendo na sinceridade. Deixa ela em paz!

Leidy viu que não valeria à pena entrar numa discussão com a bailarina por algo tão sem sentido, no meio de uma festa, e simplesmente saiu, dizendo apenas um "ok, então".

Alane não teve mais coragem de sair do quarto, enquanto que Beatriz voltou pra festa e ficou ali até o amanhecer.

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A paraense se surpreendeu ao acordar e encontrar Bia deitada ao seu lado, com um braço sobre a sua cintura. Ficou em dúvida sobre como agir, se saia de fininho, se voltava a dormir assim mesmo, com o braço da amiga sobre si. Não sabia se falava com a mais nova sobre o beijo ou se esperava que ela falasse algo. Não sabia se queria continuar explorando esse sentimento novo ou se fingiria que foi uma loucura de uma bêbada. O que estava claro pra ela é que Beatriz decidiria o que elas fariam, como sempre.

Em meio a essas reflexões o toque de acordar começou, e a mulher em seus braços parecia despertar. Alane sentiu um frio na barriga de antecipação. Como ela iria reagir?

A menina do Brás, que há poucos segundos se mexia lentamente, levantou da cama elétrica, dançando o samba que tocava, como se tivesse sido ligada na tomada. Sambava e girava daquele jeito dela, fora do eixo, como se tivesse uns dois andamentos acima da música.

Depois de uns dois minutos Beatriz finalmente a notou e deu um sorriso que parecia iluminar o quarto inteiro. Estendendo a mão pra ela, fez um convite:

- Vem dançar, Alane!

Claro que a morena foi. Pegou a mão que lhe era oferecida e ao invés de ir até ela, puxou a garota para si, segurando pela cintura. Sentiu a jovem tremer um pouco e, com medo do que ela poderia dizer se ficasse séria, saiu rodopiando com ela pelo quarto inteiro.

- Vai, Bia! Para de tirar não, vamos bater um recorde!

As duas não paravam de rir, por isso as frases saiam entrecortadas.

- Eu tô... ficando... Muito tonta, Alane!

- Só mais... uma volta!

A próxima volta seria a última, ambas acabaram caindo numa cama do outro lado do quarto, ainda rindo sem parar, com Alane por cima de Beatriz, dessa vez, as mãos ao lado da cabeça dela.

Elas apenas se olhavam, sorrindo, enquanto a adrenalina diminuía. Quando Bia começou a ficar constrangida com todo o tempo que passaram se olhando, resolveu falar, mas sem dar nenhum sinal de que tentaria sair daquela posição.

- Eu não sei o que seria de mim sem você aqui comigo. Quem iria embarcar nas minhas maluquices?

- Eu amo suas maluquices! - respondeu a mais velha, com um olhar transbordando de carinho.

- Eu sei. -

- Convencida! - Alane deu um tapinha de leve na amiga, que nem ao menos esboçou reação, apenas a olhou com um fingido desdém, em meio a um sorriso cínico.

- Não é convencimento. É a verdade. Você me ama.

- É verdade, eu te amo. - Não era a primeira vez que dizia aquilo pra ela, mas agora parecia ter um significado diferente, e isso lhe fez sentir estranha.

- Eu sei disso.

- Tu não vai dizer "eu te amo" de volta?

- Eu te amo de volta. - respondeu, com aquele sorriso sapeca de sempre.

- Sua idiota!

- Sou idiota mas você me ama...

- Para com isso, Beatriz! - disse, enquanto segurava a mandíbula dela com a mão esquerda. Queria tirar aquele risinho de deboche do rosto dela, nem que para isso precisasse mordê-la, mas a desculpa da bebida não iria funcionar dessa vez.

- Me solta, garota! - falou a ex-camelô, entre dentes. Não conseguia mover bem a boca com a morena lhe segurando.

- Só quando você parar de zoar com a minha cara!

Bia moveu a cabeça em sinal afirmativo e por isso a outra deixou de fazer pressão sobre o seu rosto. Beatriz passou a mão no rosto da linda garota sobre si, e terminou o gesto com um beijo em sua bochecha.

- Claro que eu te amo, sua boba. Você sabe que eu sou sua fã número um... Você é a minha melhor amiga aqui dentro.

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