⋆「EM ANDAMENTO ▪ LONG-FIC」⋆
❝ 𝐏ark Jimin, se vê preso entre o amor e o destino. Após ser abandonado por seu primeiro amor durante um período sombrio, Jimin encontra refúgio em uma biblioteca cafeteria em Seul, onde conhece Jungkook. No entanto, seu...
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Encontrei em você a razão de viver E de amar em paz E não sofrer mais Nunca mais Porque o amor é a coisa mais triste Quando se desfaz
▸ Vinicius de Moraes ◂
Sozinho.
Era assim que Jimin se sentia dentro daquela casa que antes era cheia de risadas e brincadeiras, mas que no presente só havia tristeza. A dor de seu coração era o único sentimento em seu âmago, ao qual se mostrava sua única companhia daqui para frente.
A cada passo que dava para dentro daquela residência era uma parte de si tirada e amassada sem nenhuma dó. A dor da perda era maior do que poderia imaginar e estar dentro do lugar onde foi tão feliz com seu progenitor o machucava de um jeito absurdo.
Um ser humano não deveria sentir dor tão grande assim.
Ele preferia sentir a dor de seus ossos quebrando, socos e chutes em seu corpo. Não aguentava mais aquela agonia dentro de si, aquela vontade de tirar seu coração para fora e enfim poder descansar.
Seu rosto, até então sério, começou a dar lugar ao choro, no momento em que virou o corredor em direção aos quartos e avistou a porta do aposento do pai, aberta. A vontade de entrar era grande, mas o sentimento de ignorar e evitar aquilo para o seu próprio bem, era maior.
Passou direto pelo quarto do pai e entrou para o seu, fechando a porta em um baque antes de se deitar na cama do jeito que estava mesmo. A roupa do funeral ainda estava no corpo, e ele não tinha um pingo de força ou vontade para tirar.
Ficou ali deitado, de bruços, sem realmente dormir, apenas olhando para o nada com os pensamentos longe sempre envolto em seu falecido pai.
Havia perdido a mãe ainda muito novo de câncer e mal se lembrava realmente dela. Seu pai sempre o contou que sua mãe era linda, e que Jimin era muito semelhante à ela, em tudo, e até mesmo no modo de agir. O genitor a amava muito, e Jimin concluiu que ele a amou até nos seus últimos momentos de vida — quando, naquela cama de hospital, ele confirmou isso. Jimin viu que o homem debilitado estava sendo verdadeiramente sincero, pois em todos esses anos de vida, nunca viu seu pai com ninguém e, sempre que perguntava, seu pai dizia a mesma coisa
“— Muito antes de eu me casar com sua mãe, eu sempre tive em minha cabeça que só iria amar e me casar uma única vez, igual uma andorinha. Sua mãe vai ser sempre meu primeiro é único amor.”
Deu uma pequena risada pela primeira vez ao lembrar da fala do pai. Com toda certeza, se existe um outro lado, seus pais estariam juntos naquele momento e, com certeza, eles gostariam de o ver feliz. Ele precisava ser forte, pelos seus pais.
Logo, não segurou as lágrimas, com um grande sorriso no rosto. Aquilo não era forçado e, pela primeira vez, sentiu os dois sentimentos distintos juntos, em um só lugar, como o sol e a chuva, que no fim formavam um arco-íris.
