Room on the 3rd floor

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 Além dos participantes, os barcos também trouxeram vários membros da equipe de produção. Quando todos haviam chegado eles nos instruíram a escolher um lugar para nos reunirmos e começarmos as apresentações. Mas nada poderia parecer combinado, tínhamos que agir como se milagrosamente todos quiséssemos fazer a mesma coisa no mesmo lugar.

A garota ruiva que chegou no meu barco tomou a frente e falou para os recém chegados:

- Bom, acho que vocês querem se livrar dessas malas, né? Nós colocamos as nossas na sala de estar. Por que vocês não colocam também?

Houve um murmúrio geral de consenso e seguimos todos para o interior da casa. Estava ansioso para ver os quartos e saber com quem teria que dividir, mas isso precisaria esperar um pouco.

Na sala todos procuraram um lugar para se sentar. As malas estavam todas empilhadas em um canto. Era uma cena um pouco angustiante, ficava me perguntando se lembraria qual delas era a minha, já que são todas praticamente iguais. Felizmente elas tinham uma pequena etiqueta de identificação, então nem tudo estava perdido. De qualquer forma, o que importava para o programa é que eles conseguissem nos filmar sem que elas ficassem aparecendo e estragando a cena planejada deles.

A mesma garota de antes se levantou e se dirigiu ao centro da sala.

- Já que estamos todos aqui, devemos começar as apresentações.

Ela falou isso como uma afirmação e não como uma pergunta. Apesar de saber que era o que o programa queria que fizéssemos, isso me incomodou um pouco.

- Posso começar? – Ela perguntou e quando viu algumas cabeças concordando, começou. – Meu nome é Evelyn, tenho 27 anos e sou formada em medicina. Eu estava prestes a começar minha especialização em neurologia, mas resolvi dar um tempo para poder participar do programa.

Ela ter só 27 anos, já ser formada em medicina e estar prestes a começar uma especialização era bem impressionante, admito. Mas não queria falar isso em voz alta e chamar atenção pra mim.

- Por que você decidiu participar do programa? – Perguntou a loira de cabelo cacheado.

Evelyn deu de ombros e respondeu:

- Eu consegui vaga para a especialização em uma ótima faculdade daqui, mas gostaria de estudar fora. E esses 3 milhões de dólares definitivamente facilitariam as coisas.

Tinha alguma coisa estranha no jeito como ela falou isso, mas resolvi não questionar.

- Você é solteira? – Perguntou o cara do sapatênis, com um sorriso que acho que era para ser sedutor.

- Sim. – Ela piscou para ele. A formação de casal parecia ter começado cedo. – Acho que é isso por enquanto. Não vou falar muito de mim porque já vai ser difícil o suficiente decorarmos os nomes uns dos outros, não precisamos de mais informações por enquanto.

Houve um murmúrio geral de consenso. Normalmente eu era bom em lembrar nomes, mas decorar o nome de 14 pessoas de uma vez realmente não seria fácil.

A loira de cabelos cacheados se ofereceu para ser a próxima a se apresentar. Descobri que o nome dela era Zoe e que ela tinha algum cargo na polícia de Nova York, mas não entrou em detalhes.

Pouco a pouco todos foram se apresentando. O cara de bermuda que veio comigo se chamava Anthony, o do sapatênis era o Justin e a menina da saia das Patricinhas de Beverly Hills era a Olivia (ou Liv, para os íntimos). A mulher um pouco mais velha que estava no último barco era a Melody.

O cara de covinha era o Connor e seu companheiro de barco, aquele do maxilar torto, era o Kyle. Tinha também a do cabelo castanho ondulado que já chegou de cara fechada: a Vivian. A loira que parecia bem mais feliz era a Sarah e aquele homem de topete e olhos azuis, que me transmitiu uma sensação ruim, era Richard.

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