Capítulo 1: Chegada a Clairmont

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Alice Monroe observava pela janela do trem as paisagens urbanas dando lugar a campos verdes que, por fim, revelavam a pitoresca cidade de Clairmont. A viagem havia sido longa, mas a jornalista sentia uma mistura de ansiedade e excitação ao se aproximar de seu destino. Clairmont era conhecida por sua beleza serena, mas Alice estava lá por outro motivo: um mistério não resolvido que há décadas assombrava a cidade.

Ao desembarcar, uma brisa fresca de outono a recebia, carregando o sutil aroma de folhas secas. Ajustando a alça da bolsa de câmera sobre o ombro, ela caminhou até a única pousada da cidade, o Clairmont Inn, um edifício de madeira com uma fachada que evocava uma era passada.

"Você deve ser a jornalista de Nova York," disse Martha, a proprietária do Clairmont Inn, com um olhar perspicaz e um sorriso acolhedor, ao vê-la entrar.

Alice retribuiu o sorriso, surpresa com a rapidez com que as notícias se espalhavam naquela pequena cidade. "Espero não causar muita agitação," ela respondeu, aceitando a chave do quarto que Martha lhe estendia.

"Um pouco de agitação pode ser bom," Martha replicou, guiando-a escada acima. "Clairmont pode parecer tranquila, mas temos nossos segredos."

Secretismo. Era exatamente isso que Alice esperava desvendar. Depois de se instalar, ela decidiu explorar a cidade antes do anoitecer. A praça central, com suas lojas de fachadas antigas e cafés acolhedores, oferecia um vislumbre da vida cotidiana em Clairmont.

Sua primeira parada foi o café local, onde esperava ouvir conversas que pudessem lhe dar pistas sobre o caso não resolvido. Enquanto saboreava seu café, observou as pessoas ao redor, notando como elas interagiam com uma familiaridade que só se encontra em pequenas comunidades.

Foi então que ela o viu. Daniel Harper, o detetive local, entrou no café. Seus olhares se cruzaram brevemente, e Alice percebeu a oportunidade de talvez conseguir um aliado em sua investigação.

Antes que ela pudesse abordá-lo, uma voz a interrompeu.

"Você está procurando por fantasmas, senhorita Monroe?" A pergunta vinha de uma mulher idosa, de cabelos grisalhos, que a observava com um olhar intrigante. Era Eleanor Rigby, a bibliotecária da cidade.

"Estou à procura da verdade," Alice respondeu, com um meio sorriso.

Eleanor assentiu, como se compreendesse o peso daquelas palavras. "Em Clairmont, a verdade às vezes é mais estranha do que a ficção. Se precisar de ajuda, a biblioteca é um bom lugar para começar."

Agradecida pela dica, Alice terminou seu café e se dirigiu para fora, decidida a visitar a biblioteca. Enquanto caminhava pelas ruas de Clairmont, sentia os olhares curiosos dos moradores. A cidade, com sua beleza outonal e ar de mistério, parecia guardar as respostas que ela procurava.

Chegando à biblioteca, Alice foi recebida por prateleiras repletas de livros antigos e o cheiro característico de papel e história. Eleanor estava lá, esperando por ela, pronta para ajudar a desvendar os segredos de Clairmont.

"O que exatamente você espera encontrar?" Eleanor perguntou, enquanto guiava Alice pelos corredores da biblioteca.

"A verdade sobre o desaparecimento de Lily Gardner," Alice respondeu, seu tom sério refletindo a gravidade de sua missão.

Eleanor parou, olhando-a diretamente. "Você não é a primeira a procurar respostas. Mas tenha cuidado, Alice. Algumas verdades em Clairmont são perigosas."

Com essa advertência, a busca de Alice por respostas começava de verdade. Ela sabia que o caminho à frente seria difícil, mas estava determinada a seguir até o fim, onde quer que a levasse.

O Mistério de ClairmontWhere stories live. Discover now