Soul Bonds - ace

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Clara Drew permaneceu em silêncio no caminho de paralelepípedos que levava à Mansão Carson, seus olhos esmeralda refletindo o brilho suave do sol da manhã. Ao contrário de sua irmã Nancy, conhecida por suas habilidades de detetive, Clara encontrou consolo nos mistérios das pessoas, não nos quebra-cabeças. O ar do outono estava fresco e ela envolveu o xale com mais força nos ombros, perdida em pensamentos.

O som de passos se aproximando a tirou de seu devaneio. Era Ace, sua presença tão modesta como sempre, mas sempre de alguma forma chamando a atenção. Ele tinha um jeito de se movimentar que era ao mesmo tempo cuidadoso e casual, uma contradição que Clara achava infinitamente fascinante.

"Bom dia, Clara," Ace a cumprimentou, sua voz com um timbre quente no ar frio. "Você chegou aqui cedo."

"Só estou pensando", respondeu Clara, com a voz suave, um forte contraste com o tom mais assertivo de Nancy.

Ace assentiu, entendendo. "Às vezes, os momentos tranquilos da manhã são os melhores para isso." Ele fez uma pausa, olhando para ela com uma curiosidade sincera. "Encontrar alguma resposta ao nascer do sol?"

Clara riu levemente, o som se misturando ao farfalhar das folhas. "Talvez. Ou talvez eu esteja apenas aprendendo a apreciar as perguntas."

Ace sorriu, e naquele sorriso Clara viu uma alma gêmea, alguém que entendia o valor da reflexão. Ficaram ali por um momento, duas almas ligadas pela tranquilidade da madrugada.

Parte 2

Desde que comecei a trabalhar no The Claw com Nancy, Ace estava lá, lavando pratos silenciosamente ao fundo. Ele era como uma presença constante no lugar, misturando-se ao cenário de pratos barulhentos e à vida agitada do restaurante. Mas recentemente, algo nele chamou minha atenção, algo que não existia antes.

Poderia ter sido a forma como o sol da manhã entrava pela janela, lançando um brilho suave em seu cabelo, dando-lhe uma aparência quase sobrenatural. Ou talvez fosse a profundidade em seus olhos, uma sugestão de histórias não contadas e profundezas inexploradas que eu nunca tinha notado.

Nossas interações, antes fugazes e funcionais, começaram a adquirir um novo significado. Certa manhã, enquanto ele me entregava uma xícara de café, nossos dedos se tocaram. Seu toque durou um pouco mais do que o necessário, causando um arrepio inesperado na minha espinha.

"Obrigado, Ace," eu disse, tentando parecer casual, meu coração disparado.

"Sem problemas, Clara", ele respondeu com um pequeno sorriso conhecedor. Havia uma sugestão de algo mais em sua voz, um calor que não existia antes.

E depois houve seus comentários, simples, mas perspicazes. Numa tarde movimentada, quando eu passava correndo pela cozinha, ele disse: "Você está como um furacão hoje, Clara. Tudo e todos giram ao seu redor".

Eu ri, surpresa com sua observação. "Isso é uma coisa boa ou ruim?" Eu perguntei, encostando-me na porta.

"É apenas uma coisa", respondeu ele, encolhendo os ombros, mas ainda me observando com aqueles olhos profundos e perceptivos.

A partir de então, fiquei ansioso por nossas breves trocas. Havia um conforto em sua presença, uma compreensão tácita que parecia crescer a cada conversa. Ace se tornou mais do que apenas um personagem de fundo na minha rotina diária; ele agora era um destaque, alguém que eu procurava no fluxo mundano do meu dia.

Ele não era mais apenas Ace, o lavador de pratos. Ele se tornou alguém sobre quem eu queria saber mais, entender além dos limites da Garra. Ace, com suas observações silenciosas e seu calor sutil, tornou-se involuntariamente uma parte significativa da minha vida.

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