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OLHOS NOS OLHOS, você encarava profundamente aquelas malditas e belas orbes, tão escuras e penetrantes. Muitas das vezes não conseguia entender o que elas transmitiam, sempre tão intensas; caídas e vermelhas por uso de alguma substância, entretanto longe de serem feias, pelo o contrário, davam-lhe um charme muito grande, acompanhado pelas olheiras fundas.
Olhos são a janela da alma, dizem. E bem, ele não deixava que pudessem ver sua alma, então estava sempre com um olhar monótono, entediado. Mistério, era a única coisa que aquele homem deixava claro, e porra, era atraente em um nível doentio.
As íris levemente dilatadas dele acompanhavam os movimentos de seu corpo, a cintura balançando no ritmo calmo da canção saindo dos alto-falantes, o vestido subindo de acordo com a movimentação, deixando a derme cada vez mais exposta. Ele sabia que você não era do tipo que exagerava na bebida e saía dançando sensualmente para provocar, e embora você o encarasse diretamente nos olhos, não era um tipo de provocação, estava em busca de diversão, apenas.
Você se sentiu estranha com aquele olhar dele sobre você, ficava confusa com a maioria das ações do homem. Troca de beijos e sexo podem não significar nada, todavia, o jeito que ele estava lançando olhares em sua direção parecia diferente, e você não sabia explicar.
Ele sorriu de canto, desta vez expressando que estava gostando da sua dança, você decifrou e sorriu grande.
Nunca parando de encará-lo ou de dançar.
De repente o sorriso dele caiu, no mesmo instante em que você sentiu um par de mãos alcançarem seus quadris, você gritou em repreensão com a pessoa, mas depois que o cheiro de cigarro e xampu doce invadiu suas narinas, tranquilizou-se.
