Manipulação

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Sinopse: Não foi à toa que Suna disse à mãe que ela mesma acalmaria o marido, pois agora a tarefa é dela.

***

O próximo escândalo entre Kaya e Shehmuz começou a ganhar força, apesar da condescendência do tio Pelin, ele ainda começou a ferver com as reivindicações e declarações sarcásticas de seu futuro enteado. E Kaya não conseguia lidar com o medo de ter que tirar sua mãe novamente daquele inferno, sabendo que um homem que tinha duas esposas, uma filha tão arrogante e uma propensão para agressões logo faria alguma coisa. E então chegou o momento em que seu marido estava exausto de discutir em voz alta e, cerrando as palmas das mãos em punhos brancos, correu para a quarto.

— Vamos, olhe para mim, agora você sai e os cobre com sua indiferença, e joga toda a sua raiva, dor, ressentimento, gritos ou lágrimas em nosso quarto. Destrua tudo que você vê, jogue fora cobertores e travesseiros, você pode acabar com esse armário malfadado...— disse Suna, lembrando-se do incidente quando o viu em agonia pela primeira vez.

As mãos dela apoiaram a cabeça dele com tanta força, como se soltá-la fosse jogá-la para trás.

— Permita-se convulsionar no chão como uma barata!—

Kaya até riu, porque ela adotou sua maneira favorita de lidar com o estresse quando ele era pequeno.

— E eu vou aceitar tudo isso, quero que você mostre o seu lado negro, você pode ter farreado na Inglaterra, na maior parte do tempo você foi um bom filho, agora deixe-se levar, pare de me mostrar que marido maravilhoso você é. Eu vejo e sinto isso com todo o meu ser. Sua mãe sabe como você é. No final, Allah conhece você, Kaya.—

— Você pode imaginar, não tenho ninguém além de vocês três. — Sonmez disse amargamente, percebendo o quão patético isso deve soar. —Você não tem medo do meu lado negro? Suna, eu realmente não quero acertar seus gatilhos sem saber, mesmo para o bem do meu próprio estado mental. —

— E de novo, querido marido, não foi você quem me forçou a me livrar dessa linguagem sacrificial, né?— ela acariciou suavemente a ruga da testa dele, imaginando como ela desapareceria sob sua carícia, como se ela fosse uma curandeira com superpoderes.—  Veja bem, quando uma pessoa querida está em estado histérico e nós a acalmamos, não fazemos isso porque temos vergonha de suas explosões, mas porque temos medo de que essas explosões o prejudiquem, mas se forem reprimidas mesmo pior, nós dois sabemos disso. —

— Você viveu nesse ciclo constantemente, não é? — Kaya perguntou sem fôlego. De repente, ele ficou tão calmo que começou a ouvir seu corpo murchar, ou já eram alucinações, ou já era o zumbido habitual.

— Sim, você sabe disso, e quero que se sinta melhor do que eu, ok? Você já percebeu que ensinamos as mesmas coisas um ao outro, só que em momentos diferentes, quando um de nós se esquece delas. Acho que casamento é isso, essa é a definição dele para mim. —

Kaya ficou atordoado com tudo o que ele tinha e poderia ter, se ele realmente tivesse esperado por essas palavras e agora ele poderia invadir completa e descaradamente o lado dela da cama.

— E também, se você não tiver forças para lutar, eu lutarei por você. —  Suna sussurrou encostada em seus lábios.

— Lutadora, Suna Sonmez. Eu sei como você é na batalha, mas prefiro proteger suas mãos gentis, que têm um efeito tão curativo em mim, de sangue e ataques. Ficarei calmo desde que você não se machuque, mas se você se bater, punindo-se pelos erros, como fiz antes, cada tapa que você der será sentido em meu rosto.— Sonmez disse ameaçadoramente, incapaz de conter as lágrimas terrivelmente ardentes em seus olhos. —  Querida, essa manipulação é tão eficaz, droga. —  Kaya choramingou. — Manipulador e provocador, você não pode viver sem isso, querido.—

KaySun - Yali Çapkini Onde histórias criam vida. Descubra agora