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Moro a um tempo próxima a montanha Harz, vim aqui a anos atrás visitar depois da morte dos meus pais e acabei me encantado pelo lugar.

Então conheci Jordan, um alemão lindo, dono da cafeteria, que foi muito gentil e bondoso comigo quando cheguei, diferente da maioria que me olhava estranho pela a cor da minha pele. Comprei uma casa próxima a montanha, bem afastada da pequena cidade, arrumei um trabalho como garçonete em uma lanchonete, não ganho muito mais é o suficiente, fora que ainda tinha a herança que meus pais me deixaram, passava a ir todas as manhãs na cafeteria tomar meu café antes de ir para meu trabalho ao lado, e nessas idas Jordan foi puxando conversa, com o tempo nos tornamos amigos e não demorou muito e já estávamos namorando.

Ele me tratava como seu bem mais precioso, sempre atencioso, me surpreendia com presentes, era carinhoso, e nisso acabamos indo morar juntos em seis meses de namoro, precipitado. Mas me sentia bem e feliz com ele ao meu lado.

E bom, já estamos com quatro anos morando juntos. Porém de um ano pra cá as coisas tem mudado, ele mal está em casa diz que está sempre ocupado com a cafeteria, que são muitos problemas sempre, fora que não transamos já tem meses, nem me lembro mais quando foi a última vez, eu estou pra subir pelas paredes, toda vez que o procuro ele está muito cansado ou com dor de cabeça, parece até uma mulher inventando desculpas para não transar.

Isso tem me deixando um pouco triste, significa que Jordan perdeu o desejo por mim, e morando aqui nessa cidade sozinha sem ninguém, me deixa mais mal ainda sem ter alguém para conversar me sinto muito solitária.

Hoje mesmo ele me mandou mensagem que irar chegar tarde em casa, que eu posso ir embora sozinha. Como sempre! Pego minha bolsa meu casaco, as chaves da minha caminhonete e encerro meu expediente. Trabalho aqui de oito da manhã às quatro da tarde, raramente pedi o turno da noite.

Entro no meu carro e dou a partida pra casa, como estamos no inverno a vista da neve branquinha é perfeita, ainda me motiva a continuar aqui, porque no meu íntimo acredito que é qui que devo estar. Ligo o som do carro e dirijo ao som de Didn't I- OneRepublic, sou apaixonada por essa banda.

Eu não, eu não, eu não te amei?

Nós não, nós não, nós não voamos?

Sei que, sei que ainda me importo com você

Mas nós não, nós não dissemos adeus?...

E eu canto junto em plenos pulmões, eu sei que meu relacionamento tá na merda, ainda quero acreditar quero ter esperança que vamos dar a volta por cima, só preciso saber o que está acontecendo com ele.

Vou o caminho cantando alto, não me importo que alguém me ouça, entro na estrada de chão mais afastada do movimento da cidade, amo a tranquilidade da minha cabana, só tenho o som dos pássaros e da natureza a beleza daquela imensidão branquinha da neve tomando de conta de tudo me deixa sempre encantada, a melhor parte é vestir um agasalho quentinho com uma xícara de chá nas mão e me sentar na varanda apreciando a vista.

Faço a curva, e vejo no canto da estrada um casal de lobos de pelagem acinzentada, porém um está deitado e o outro está ao seu lado como proteção, estranho raramente os vemos tão próximo da civilização, são animais selvagens não gostam de humanos principalmente.

Sei que não deveria me importar mais não consigo, o deitado parece ferido.

Merda! Tô fazendo besteira!

Estaciono a caminhonete um pouco a frente, desligo o som e desço, caminho cautelosamente até ele, ergo minhas mãos e forma de demostrar que só quero ajudar e vou me aproximando com cuidado.

Nossa Para Amar- ShiftersOnde histórias criam vida. Descubra agora